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Bibliotecas: o futuro sustentável em silêncio

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Bibliotecas: o futuro sustentável em silêncio

Voz às Bibliotecas

2025-06-12 às 06h00

Aida Alves Aida Alves

Há lugares onde o tempo parece abrandar. Onde o papel respira história e os silêncios dizem mais do que muitos discursos. As bibliotecas — espaços do saber — são, talvez sem darmos por isso, bastiões silenciosos da sustentabilidade.
Vivemos tempos de consumo rápido, de cliques ansiosos e de informação que se dissolve com a mesma velocidade com que chega. Mas nas bibliotecas, tudo funciona de forma diferente: um livro não é lido por um, mas por muitos. Um espaço não é usado por um cliente, mas partilhado por uma comunidade. A reutilização, esse conceito-chave da sustentabilidade, aqui não é uma novidade — é prática ancestral.
Entrar numa biblioteca é, de certa forma, um gesto ecológico. É resistir à pressão da posse e abraçar a ideia de partilha. Num mundo onde até a cultura se transforma em produto, as bibliotecas oferecem acesso sem exigir consumo. Uma biblioteca empresta livros, mas também ideias, silêncio, refúgio. É o exemplo perfeito de como o bem comum pode coexistir com a responsabilidade ambiental.
Mas as bibliotecas não se ficam pelo papel. Cada vez mais apostam em digitalização de acervos, programas de educação ambiental, edifícios mais sustentáveis, energias renováveis. Tornaram-se espaços vivos, não só de leitura, mas de ação. Oficinas de reaproveitamento de materiais já usados, reutilização de resíduos, debates sobre Agenda 2030, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, sessões de leitura infantis e juvenis sobre ambiente, natureza, ecologia… tudo isto tem casa na biblioteca moderna.
A sustentabilidade é, afinal, mais do que um conjunto de boas práticas — é uma forma de estar no mundo. E talvez não haja melhor metáfora para isso do que uma biblioteca: um espaço onde cuidamos daquilo que recebemos e o deixamos melhor para os que vêm a seguir.
Num tempo em que tanto se fala em futuro, vale a pena lembrar que já existe uma instituição que pratica, todos os dias, os princípios de um amanhã mais justo e equilibrado. E está ali, de portas abertas, à espera de leitores e de consciências despertas.
Há quem diga que o cheiro dos livros é insubstituível. Que nada vence o prazer de folhear páginas com os dedos. E têm razão — há magia nesse gesto antigo. Mas há outra magia, mais silenciosa e talvez ainda mais poderosa: a de aceder a milhares de livros, artigos e documentos com um simples clique. À noite. De pijama. Num canto qualquer do mundo.
As bibliotecas digitais não vieram substituir as tradicionais — vieram ampliá-las. Trouxeram o saber para as pontas dos dedos, para os lugares onde antes não chegava. Democratizaram o acesso ao conhecimento, derrubaram paredes, desfizeram distâncias.
Para quem vive longe dos grandes centros, para estudantes com poucos recursos, para curiosos sem tempo ou para leitores insaciáveis, a biblioteca digital é uma ponte. Uma ponte entre o querer aprender e o poder aprender. E isso é profundamente transformador.
Mas não é só uma questão de acesso. É também uma questão de sustentabilidade. Menos papel impresso, menos transporte físico, menos energia usada na conservação de coleções. Uma biblioteca digital bem gerida é um exemplo claro de como a tecnologia pode servir o planeta sem comprometer o conhecimento.
Além disso, as bibliotecas digitais são memória viva. Preservam documentos antigos, digitalizam patrimónios raros, guardam o que o tempo poderia apagar. Tornam o passado acessível ao presente — e ao futuro.
Claro que há desafios. O fosso digital ainda existe. Nem todos têm internet ou dispositivos adequados. Mas são obstáculos a ultrapassar, não argumentos para recuar. O futuro do conhecimento será sempre híbrido: feito de papel e de ecrãs, de salas silenciosas e de nuvens digitais.
No fundo, o que importa é que as histórias, as ideias, os dados e os sonhos estejam ao alcance de todos. E nesse caminho, as bibliotecas digitais são mais do que uma ferramenta — são uma promessa: a de um mundo mais justo, mais informado, mais consciente.
As plataformas BiblioLED e PRESSREADER disponibilizadas pelo Ministério da Cultura e pela CIM Cávado, respetivamente, irão proporcionar-lhe em tempo de pausa no trabalho, ler mais, de forma sustentável. Consulte as bibliotecas públicas mais próximas de si, no silêncio do seu dia.

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