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Braga, “CED(e)” de vencer

Os perigos do consumo impulsivo na compra de um automóvel

Ideias

2017-02-07 às 06h00

João Marques João Marques

Costuma-se dizer que as boas notícias não são notícia, mas há algumas boas novas que claramente contrariam esta máxima. Na semana passada soubemos que Braga será, em 2018, Cidade Europeia do Desporto (CED), um título que prestigia o concelho e que traduz bem o empenho diário das múltiplas instituições que se dedicam à promoção da prática desportiva, sejam elas públicas ou privadas, mas também dos inúmeros bracarenses (aqui nascidos ou vividos) que fazem do desporto um hobby sério, uma atividade amadora ou uma ocupação profissional.

Se é certo que se o pulmão desportivo de um concelho são as suas coletividades e os atletas que as representam, não menos certo é que o coração desportivo de Braga compõe-se do atleta anónimo, do bracarense que pratica uma modalidade, do bracarense que dá treino a miúdos e graúdos, do bracarense que se ocupa dos assuntos enfadonhos e pouco entusiasmantes das burocracias e contabilidades das associações, no fundo, de todos quantos fazem do desporto uma parte integrante do seu quotidiano.

Na vertente política, a capacidade da autarquia demonstrar que Braga vive e respira desporto 365 dias por ano é um mérito que não pode deixar de ser relevado. Aliás, têm sido vários os agentes do meio desportivo, de várias modalidades, que reconhecem e enaltecem essa mesma capacidade. Este não é um trunfo eleitoral, mas um trunfo comunitário, de todo o concelho, que pode e deve ser comprovado e explorado por qualquer bracarense.

Temos hoje, felizmente, um contexto bem diferente daquele que existia em tempos do cretáceo autárquico. Hoje, as associações desportivas são tratadas todas por igual. Não existem filhos e enteados, não há, como não pode haver, os que jogam o jogo, sujeitando-se, e os que ficam a ver a bola passar. Acabou o tempo do “quem não chora não mama”, nas eloquentes palavras de Mesquita Machado, proferidas há uns anos a propósito de uma outra realidade desportiva.

Hoje só chora quem não vê ou não quer ver que há, também aqui, um tempo novo. Um tempo novo em que a autarquia e as coletividades dialogam, com franqueza, sobre os seus problemas, os desafios do futuro e o que é preciso fazer para os resolver, como disso é testemunho o processo de requalificação do pavilhão Flávio Sá Leite, casa do ABC.
Choram também aqueles que não perceberam e continuam sem perceber que o desporto tem de ser o mais universal possível, sendo com certeza essa a razão por que se triplicou o número de programas desportivos municipais e se tenha assistido a um aumento de 70% no número de utentes que deles beneficiam.

Choram os que ignoram a dimensão inclusiva do desporto, amparando o que tantas vezes a vida desampara. É por isso que equipas como a APD, no desporto adaptado, são hoje acarinhadas e não esquecidas.
O mesmo se diga das iniciativas importantes de promoção de desporto para aqueles que se viram a braços com doenças do foro oncológico (iniciativa PULSAR), que revelam o alcance e sensibilidade de quem hoje está à frente do pelouro do Desporto na Câmara Municipal.

Choram, ainda, aqueles que ousaram gastar oito milhões de euros em piscinas olímpicas inacabadas - oito milhões de euros dos nossos impostos encalacrados em betão armado - e cujo único remorso não é o de que Braga não tenha uma piscina olímpica para os seus praticantes, mas o de não terem mais um trunfo eleitoral cimentado na receita do costume.
Choram os que viam o Sporting Clube de Braga como instrumento de poder, como albergue de favores, cunhas e coxias, tentando instrumentalizá-lo politicamente, sempre em desfavor do clube e do seu comprovado potencial de crescimento.

E choram esses de tal maneira que, apesar de tudo o que mudou, apesar de já quase quatro anos estarem passados desde as últimas eleições, ainda assim reclamam, quais bebés-chorões, que a “culpa” é deles e não dos que estão. Numa versão moderna mas envelhecida do célebre “a bola é minha, ou jogo eu ou não joga ninguém”, tantas vezes ouvida nos recreios das escolas e nos relvados improvisados dos bairros do concelho, o Partido Socialista revisita o passado e toma posse administrativa da realidade. Com eles tudo! Com os novos: nada!
Choram, mas não… amam verdadeiramente o desporto, as coletividades e os seus praticantes. Bem sabemos que, em matéria de paixões, o PS é muito volátil.

Orgulhos tresmalhados à parte, o que há a assinalar é que Braga ostentará, em 2018, mais uma insígnia que comprova o trabalho feito e que é vista pelos atuais responsáveis da autarquia, não como o fim de um caminho, não como um prémio que lhe é devido, mas sim como mais um elemento importante na construção permanente e persistente de um concelho comprometido com a prática desportiva enquanto elemento agregador da comunidade, potenciador de valores positivos e fundamental para promover hábitos de vida saudáveis.
Se a isto acrescentarmos a dimensão económica e de visibilidade pública que os grandes eventos têm trazido a Braga (no passado e presente a Volta a Portugal e, este ano, o Rally de Portugal), percebemos bem o quão ajustada é, agora, esta distinção.

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