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Braga pode ser mais e melhor

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Braga pode ser mais e melhor

Ideias

2024-11-14 às 06h00

Bruno Gonçalves Bruno Gonçalves

Terminadas as negociações sobre o Orçamento de Estado para 2024, os holofotes começam lentamente a deslocar-se para o próximo horizonte político: as eleições autárquicas de 2025, marcadas para setembro. Estão em jogo mais de 300 câmaras municipais no país inteiro e as dúvidas são muitas: Conseguirá Carlos Moedas reter Lisboa, depois de quatro anos com mais soundbytes do que governação? Quem sucede a Rui Moreira no Porto, 12 anos volvidos? Irá continuar a erosão da expressão política do PCP? E, claro, que partido terá mais votos e mais mandatos?
No nosso distrito de Braga disputam-se 14 concelhos e já sabemos que o ato eleitoral ficará necessariamente marcado pela mudança de, pelo menos, cinco Presidentes de Câmara Municipal. Amares, Braga, Esposende, Guimarães, Vieira do Minho. Em todos estes, o limite de mandatos foi atingido pelo autarca atualmente em funções, forçando uma transição de poder. Resta saber se será uma mera mudança de figura, mantendo-se o mesmo partido a liderar os destinos do concelho, ou se existe vontade para dar um novo rumo.
Tenho afinidade com todo o distrito e conheço a pluralidade de realidades que aqui existem. Não obstante, foi em Braga que nasci. Foi em Braga que estudei, que me formei, que comecei a trabalhar. Foi em Braga que vivi a maior parte da minha vida. Invariavelmente é o concelho que melhor conheço, incluindo na primeira pessoa. E é por isso que, hoje, quero falar sobretudo de Braga e do seu futuro.
A coligação de PSD e CDS com o PPM (Partido Popular Monárquico), intitulada “Juntos por Braga”, termina agora um ciclo de três mandatos consecutivos. Ricardo Rio, atual Presidente da Câmara Municipal, estará de saída depois de 12 anos no poder. É verdade que nem tudo lhe correu mal, mas a maioria dos bracarenses estará satisfeito por sentir ventos de mudança. Aliás, a coligação já demonstrou uma clara tendência negativa nas últimas eleições, perdendo quase 10% da sua votação. Isto é, foram menos 8500 pessoas a confiar neste executivo.
Braga é imponente, com muita história e património, com muita vida e muita garra. Mas pode ser ainda mais e pode ser melhor para todos os que vivem no concelho. Para isso, precisamos de um projeto político com ideias claras e propostas concretas para responder, em particular, a três dimensões fundamentais de quem vive no nosso concelho. Dimensões que, por erro de diagnóstico ou falta de ambição, não tiveram resposta à altura no passado recente.
1. Resolver o problema da habitação.
O custo das prestações e das rendas atingiu valores incomportáveis. Apesar disso, poucas iniciativas novas foram lançadas e poucos recursos novos foram utilizados para reforçar a oferta de habitação acessível. As consequências estão à vista: famílias que adiam ou hesitam ter mais filhos; jovens sem autonomia, que são forçados a viver em casa dos pais; estudantes que abdicam da sua universidade de preferência, não por falta de mérito, mas porque nem sequer conseguem pagar um quarto.
Mais do mesmo não é solução. Em linha com o que acontece em grandes cidades europeias, as habitações públicas não devem ser existem apenas para emergências sociais, mas também para alojar trabalhadores jovens, famílias de classe média e idosos vulneráveis. Tem de ser uma estratégia para todos, porque é a todos que este flagelo está a afetar. Há que repensar a política de habitação, construindo mais casas públicas e, sim, também facilitando a iniciativa privada.
2. Melhorar a oferta de emprego e os salários.
Face à instabilidade geopolítica e disrupção nas cadeias de produção, há uma oportunidade para impulsionar Braga como destino de investimento nacional e estrangeiro - um verdadeiro polo de inovação, industrialização sustentável e empregos bem remunerados. Para isso, precisamos de acelerar a utilização de tecnologias de ponta e de novo conhecimento científico, assim como alinhar a oferta formativa com as necessidades do tecido empresarial do concelho, garantindo a inserção de jovens qualificados no mercado de trabalho.
O nosso concelho (e distrito) precisa de aproveitar a força centrípeta da Universidade do Minho - uma referência nacional e cada vez mais reconhecida fora de Portugal - garantindo um reforço de competências nas nossas associações, empresas e administração pública local. Esta sinergia entre os diferentes setores é o caminho para promover a transformação do perfil produtivo e competitividade da região, colocando este processo ao serviço de toda a comunidade.
3. Melhorar o espaço público, torná-lo mais verde.
O trânsito constante em Braga roubou 135 horas por ano, em média, a cada condutor. Resultado trágico do pouco planeamento, esta situação só poderá ser resolvida com um desenho sustentável da cidade. Zonas de trânsito limitado, vias de mobilidade suave, mais parques urbanos - por exemplo, ao concretizar o Parque Eco Monumental das Sete Fontes. Todas estas medidas foram testadas e venceram em várias cidades da Europa, contribuindo para uma melhoria transversal da qualidade de vida, para um maior sucesso do comércio local, e para a redução da poluição atmosférica (particularmente bom para a Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires).
Mas o concelho não se limita apenas à cidade, pelo que devemos desenvolver ligações entre as zonas suburbanas, periurbanas e rurais, abrindo caminho à terceira área metropolitana do país. Por um lado, sim, resolver problemas estruturais de circulação, como o conhecido nó de Infias. Por outro, apostar decisivamente na mobilidade sustentável e coletiva como caminho para diminuir as emissões poluentes, para alivar a pressão demográfica urbana e para valorizar a coesão do nosso território.
Todas estas medidas são fundamentais para dar uma vida melhor a quem escolhe Braga para viver.
Sei que não será uma tarefa fácil, independentemente de quem ganhar o direito a liderar Braga e a construir o seu futuro. Mas sei também quem já deu provas de não conseguir concretizar todo o potencial do nosso concelho.
Por isso, a bem da nossa terra e das nossas gentes, espero que 2025 seja um ano de mudança - na certeza que o Partido Socialista tem a capacidade de vencer e a competência para tornar Braga mais e melhor.

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