Os perigos do consumo impulsivo na compra de um automóvel
Ideias
2021-05-11 às 06h00
Realizou-se, no passado dia 30 de abril, mais uma sessão da Assembleia Municipal de Braga, em que o prato forte era a Estratégia Local de Habitação.
Apesar disso, o facto político da noite não disse respeito a esse documento, aliás elogiado por várias bancadas, ainda que com os habituais reparos de circunstância.
O foco mediático mais relevante prendeu-se com uma declaração política do Partido Socialista, protagonizada pelo deputado Pedro Sousa e que começava de forma surpreendente.
Cito de memória: “Se os bracarenses assim o ditarem, o próximo mês de setembro marcará o início do último mandato de Ricardo Rio.”.
À primeira vista, nada de errado é veiculado por esta afirmação condicional. É verdade que, “se os bracarenses assim” quiserem, as eleições autárquicas de setembro marcarão o último mandato de Ricardo Rio, já que a lei impõe (e o bom senso recomenda) que não se eternizem pessoas em lugares de centralidade na decisão política.
O que é menos comum é ver um representante do principal partido da oposição, sobretudo o líder parlamentar dessa fação, reconhecer um princípio de derrota, a cerca de seis meses das eleições, na casa da democracia bracarense.
Não me lembro, na curta carreira política que levo, de ouvir declarações tão comprometedoras e feitas de forma tão pública e acessível como esta.
É certo que a malícia de quem está do outro lado, como é o meu caso, só ouve a versão da capitulação e não sublinha o respeito democrático pelo resultado possível que é enunciado na intervenção de Pedro Sousa.
O que se deve estranhar, porém, não é esta natural tendência para valorizar o “canto do cisne” da oposição, mas antes a peculiar circunstância de ele provir de quem ainda nem chegou a afirmar-se enquanto “patinho feio”.
De uma assentada, Pedro Sousa compromete a confiança de toda a estrutura do Partido Socialista em Braga, pondo a nu o conhecido desconforto existente com a escolha do candidato Hugo Pires, imposta em e por Lisboa.
“Agora o futuro”, é o que se lê nos cartazes do candidato socialista, espalhados por toda a cidade. Não se esperaria é que o imediatismo da frase projetasse “o futuro” para 2025, como acabou por reconhecer Pedro Sousa.
Este caricato episódio mais não faz do que traduzir o desnorte que corre nas hostes do PS e o desalento que advém da convicção de que 2021 é para riscar.
Percebe-se que tal aconteça, porque, ao contrário do que se poderia esperar, a pandemia não afetou a credibilidade e esperança dos bracarenses na Coligação Juntos por Braga e em Ricardo Rio. Se algo aconteceu foi o reforçar do elo com este projeto político de verdadeira alternativa e genuíno inconformismo.
De resto, não é preciso inventar factos, basta olhar para indicadores e avaliações externas que apontam o concelho de Braga e a sua Câmara Municipal como uma das mais competentes e eficazes na mitigação dos riscos económicos e sociais associados à pandemia.
Se a isto associarmos o acervo político de decisões estruturantes, como as de recuperação do usufruto Público das Sete Fontes, ou as ainda frescas notícias da intervenção nas Carvalheiras, compreendemos como está difícil o caminho para uma oposição pálida na ação e desunida nas forças.
No campo ambiental, ainda recentemente tivemos novidades sobre intervenções de grande monta, com a construção de uma nova ETAR e a renaturalização do Rio Torto e da Ribeira de Panoias, a par da requalificação da zona envolvente, num investimento superior a 30 milhões de euros. Lembremo-nos que a ETAR de Frossos não foi projetada para um aumento populacional como o que Braga sofreu nos últimos anos, nem teve, sequer, a boa sorte de contar com o bom-senso de quem a governava antes de Ricardo Rio. Se assim fosse, talvez ocorresse, a quem se encontrava ao leme dos destinos do concelho, que instalar um parque industrial nos seus limites impediria eventuais melhoramentos decorrentes de futuros crescimentos demográficos.
Também a aposta nos meios de mobilidade suave está a sofrer uma revolução, com a requalificação das principais vias da cidade e a opção por privilegiar alternativas ao automóvel. E isto sem que se tenha fingido hipocritamente que não existe uma centralidade deste meio de transporte, sendo necessário prover pelo bom fluxo do trânsito, com várias renovações da rede viária em andamento, a par de conclusões de eixos fundamentais (como a Variante do Cávado), algo que não se via há décadas.
À luz deste quadro e do muito que ainda está a ser feito, no plano material e imaterial, pode ser extemporâneo fazer um balanço dos oito anos de mandato de Ricardo Rio, mas parece prudente sinalizar o deslaçar de uma oposição que capitula antes mesmo de lutar.
15 Junho 2025
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