26.ª Conferência Mundial na área da sobredotação, em Braga!
Ideias
2018-09-26 às 06h00
O Vidrão faz este ano 25 anos e foi a primeira instalação de recolha seletiva por deposição voluntária de resíduos domésticos. A campanha “Vidro velho vira novo” sensibilizou os Portugueses e os Vidrões multiplicaram-se por todo o país (O Público, 19/6/2011).
Portugal é dos maiores exportadores europeus de vidro de embalagem tendo esta tendência vindo a aumentar nos últimos anos.
Por outro lado, a reciclagem de vidro continua a ser ineficiente, registando um índice de 55% (Monteiro, 2016).
Assim as grandes empresas do setor importam casco de vidro para sustentar e expandir o seu negócio de exportação de embalagem de vidro. É de louvar esta valorização de matérias-primas que depois de receberem valor acrescentado nacional são reexportadas.
O problema é que este casco é importado a granel e é depositado, também a granel, nos cais do principal porto português de receção deste tipo de mercadoria – o Porto de Leixões.
E se um dos grandes objetivos da reciclagem é a proteção do meio ambiente, o ambiente em redor do Porto de Leixões é mau.
Ao longo do cais da margem direita do Porto de Leixões, em frente de habitações e até de um infantário, encontram-se dunas de vidro a céu-aberto juntamente com outros resíduos domésticos. Cobrem essas dunas de vidro umas redes plásticas mal colocadas que não resguardam suficientemente o material e que constantemente o expõem.
Mas, atualmente o perigo agrava-se, pois devido à expansão da indústria vidreira a crescente importação destes resíduos e as consequentes descargas e cargas são constantes. Partículas finíssimas de vidro brilham nos bancos de jardim em frente do cais e nas varandas das casas vizinhas.
De entre uma vasta panóplia de riscos associados às operações de carga e descarga de casco de vidro a granel, realça-se a emissão de partículas finas para a atmosfera, naturalmente compostas por sílica (dióxido de silício; areia de sílica), o ingrediente mais importante em todos os tipos de vidro e um material altamente lesivo para as vias respiratórias, que causa uma afeção irreversível vulgo conhecida como silicose ou “doença dos mineiros”.
Destaca-se, igualmente, a eminente emissão de bioaerossóis - partículas aéreas colonizadas por agentes biológicos, naturalmente associados à decomposição de matéria orgânica existente no resíduo de vidro.
Acresce ainda que do ponto de vista “estético”, chamemos-lhe assim, ter em frente das janelas de habitações casco de vidro com plástico e outros resíduos orgânicos à mistura também não é agradável e faz dos cais do Porto de Leixões uma espécie de LIPOR.
Curiosamente, a empresa responsável pela movimentação do vidro no porto de Leixões não pode carregar o casco de vidro juntos aos silos de cereais (um pouco mais a montante do local atual de descarga do casco onde não há habitações próximas) por uma questão de Segurança Alimentar, devido ao risco de contaminação dos cereais com poeira de vidro, mas, infelizmente, as leis de Segurança Alimentar e as leis de Saúde e Segurança no trabalho não abrangem as pessoas do lado de fora do gradeamento do porto de Leixões e a estas é permitido diariamente respirar poeira de vidro.
De acordo com a regulamentação e interposições legais vigentes, o operador deste tipo de materiais deverá estabelecer e manter um plano de desempenho ambiental que integre todas a exigências das respetivas licenças, propondo e introduzindo ações de melhoria de acordo com estratégias nacionais de política do ambiente e as melhores técnicas disponíveis para o respetivo setor de atividade. Com as preocupações ambientais, surgem, similarmente, questões associadas à saúde pública, realçando-se, neste contexto, uma série de preocupações associadas aos riscos específicos resultantes da armazenagem e movimentação de casco de vidro a granel.
Assim a eliminação dos efeitos adversos para o ambiente e saúde pública devido à emissão de partículas de vidro e aerossóis no Porto de Leixões passa necessariamente pelo transporte destes materiais em contentores desde a sua origem até ao local de reciclagem da indústria vidreira que os importa.
23 Abril 2025
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