O primeiro Homem era português
Escreve quem sabe
2017-10-08 às 06h00
A vida é feita de ciclos e recomeços. De promessas, de tentativas falhadas e de esperanças. De persistência e de fé. Vencer medos, mesmo que custe muito. A vida também é feita de verdades, de se assumir tal como se é, defeitos e imperfeições, sobretudo, as inseguranças. Tantas vezes se escuta, “Eu não quero ser assim.” As inseguranças fazem-se acompanhar de medos, que limitam e condicionam o nosso dia-a-dia.
A segurança envolve decisões e é o oposto à insegurança. Escolhas certas mas também … erradas que fazem parte da vida. Vá atrás e analise como foi a sua infância, talvez a resposta para a sua insegurança tenha surgido nessa etapa. A insegurança desenvolve-se na infância através da vinculação deficitária em termos afetivos dos pais à criança. Desengane-se quem afirme que a insegurança desenvolve-se exclusivamente nas famílias disfuncionais onde estão presentes discussões, críticas destrutivas, desvalorização sistemática e maus tratos físicos e verbais. Não só, mas também nas famílias “(im)perfeitas” que se caracterizam pela rigidez de laços emocionais, onde o afeto e o carinho são exíguos e se primariam os bens materiais , o “ter” em vez do “ser”. A falta de afetos aliada à insegurança, em casos mais graves, podem conduzir a caminhos desviantes que sabemos que não escolhe status social. É transversal a “ricos e a pobres”.
É comum escutar-se: “Onde errei/falhei?” Talvez…no amor e no carinho. De um outro ponto de vista, a insegurança também pode passar de geração em geração, pais inseguros que não foram criados em ambientes afetivos, e por inconscientemente desconhecerem outra forma de vinculação mais positiva passam este “sistema educacional” para os filhos que por sua vez será reproduzido nos filhos destes.
Uma realidade que gera muita controvérsia na sociedade é o “abandono emocional” dos filhos face aos pais. Esta ideia ou perceção é difícil de aceitar, sobretudo para aqueles que observam “a situação de fora” e tem a ideia que as infâncias com ou sem os seus “quês” devem ser vistas, independentemente de tudo, como boas. Mas para aqueles que se “desligaram” não sentem ou vivenciam assim. Tudo porque, as más memórias ainda estão latentes (os castigos físicos, a descriminação entre irmãos, etc.), a negligência emocional. A tristeza assola a alma quando se externaliza a dor e revolta perante aqueles que não souberam ser pais ou o foram “à sua maneira” e se mostram emocionalmente indiferentes às circunstâncias emocionais.
A mudança só é possível e só se efetiva se a pessoa assim o desejar. Nós não podemos mudar as pessoas ao nosso redor, se não o desejarem, mas podemos mudar a nós mesmos, a não ser assim. Repare que você não pode exigir / obrigar alguém que o(a) maltratou a menos que essa pessoa reconheça que não agiu corretamente. Se a mesma lhe afirmar que está a ver errado(a) e que ela sim, é uma excelente pessoa, vai conseguir alterar essa perceção da mesma? Por mais que tente não consegue. Só o tempo, com a sua mestria através das lições de vida e mesmo assim há quem nunca seja “brilhante” na aprendizagem. Por esta razão, não podemos obrigar ninguém, independentemente dos seus laços sanguíneos, a gostar de quem o maltratou e foi indiferente.
Porque ainda não existe nenhum antidoto emocional que se tome e se faça esquecer as más memórias. Não se pode julgar essa decisão.
No entanto, o perdão deve ser transversal tanto para a pessoa que sofreu “sofreu” e para aqueles que (in)conscientemente tiveram comportamentos/atitudes pouco assertivos. O destino está nas mãos de cada pessoa, que se encaminham se o desejarem para novos…recomeços! Está-se sempre a tempo de reconhecer, mudar e recomeçar !
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