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Cidades atrativas: rankings e prémios

Portugueses bacteriologicamente impuros

Cidades atrativas: rankings e prémios

Escreve quem sabe

2021-09-07 às 06h00

Vítor Esperança Vítor Esperança

Num mundo competitivo como o que atualmente vivemos, parece ser obrigatório demonstrar que não só somos bons, como melhores que outros.
A disputa dos melhores lugares nos diferentes rankings e a conquista de determinados prémios ajudam, no mínimo, a publicitar feitos que de outra forma poderiam ser ignorados por muitos. Não há, ou não devia haver, desmérito nestas disputas entre melhores, desde que essas práticas sejam transparentes, objetivas e plurais.
Na verdade, para qualquer organização que se queira candidatar, terá que cumprir os critérios que as entidades organizadoras exigem. Neste sentido, não só os candidatos têm que se sentir capazes e merecedores de sucesso, como avaliados devem ser os promotores desses eventos, pois não é a mesma coisa ter um prémio Novel, ou sair-se vencedor de prémio associativo de escala regional.

É verdade que a proliferação de competições e anúncios de premiados nisto e naquilo, pode fazer diminuir a importância destas disputas e induzir à fácil crítica dos seus resultados, sobretudo por quem conhece os premiados e não gosta de ver reconhecidos os seus méritos, seja por antipatia natural, aversão à competitividade, ou porque se sentiriam risco elevado de perda, se ousassem ser avaliados.
Claro que há prémios e prémios, mas não tenho dúvida que quer os rankings das escolas, das empresas, dos países e das cidades, entre muitos, merecem o meu apreço, porque fico bastante melhor informado, num mundo onde o excesso de informação, contrainformação e falsidades “verdadeiras” entram pelos nossos telemóveis como pragas.
Claro que, tal como “o hábito não faz o monge”, os rankings e os prémios não nos fazem excelentes. É pois importante que se conheça quem louva e quem é louvado, uma vez que todos (ou quase todos) gostamos de reconhecimento e referência pública.

Digam lá se não é bom ouvir dizer que Portugal está entre os países mais seguros do mundo? Ou constatar que a Word Travel Awards atibuiu a este país 26 prémios em diferentes avaliações? Ou ver Braga citada como Europen Best Destinations ?
Não basta apresentar candidatura. É necessário cumprir bem os critérios pré-definidos, mesmo quando os méritos sejam votados por assembleias que desconhecemos, ou possam ser manipuláveis por campanhas e reduzido número de eleitores. É bem melhor estar entre os melhores, que o seu contrário.
No caso de Braga ajusta-se a justiça do reconhecimento ao mérito do candidato.

Cidade média com cerca de 200 mil residentes, com uma história bimilenar, com um património religioso riquíssimo ao nível dos melhores do mundo, com um clima agradável, onde se fixou gente que empreendeu na indústria, no comércio e mais tarde nos serviços de excelência. Com 4 hospitais e 24 unidades de saúde familiar, 3 Universidades e um Centro Internacional de Investigação (INL), dezenas de Escolas e Colégios dos 1.º, 2.º e 3º Ciclos e Secundário a que se juntam os estabelecimentos pré-escolares ou Jardins-de-infância, com Indústrias de referência, desde a construção civil às tecnológicas, incluindo multinacionais como a Bosch, excelentes hotéis e outros alojamentos turísticos, salas de conferência e de espetáculos maiores onde sobressai o Theatro Circo, onde existem espaços especialmente vocacionados para os jovens criativos como o GNRation e a pousada da juventude. Tudo numa cidade aberta onde é fácil circular, seja a pé, de carro ou de transporte público em segurança, caraterística que atraiu muitas famílias nos últimos anos, tornando esta cidade uma urbe cosmopolita com diversas ofertas recreativas e culturais, reflexos da sua riqueza cultural e associativa ímpar e de qualidade superior.

A qualidade de vida reside aqui, apesar de vivemos numa sociedade cada vez com maior desigualdade, onde a liberdade de mercado começa a fazer estragos no acesso à habitação e no aceso ao emprego, traduzida na subida de preços, no acesso à habitação e nos baixos salários praticados sobretudo em jovens mais qualificados. Sem emprego e fácil acesso à habitação, surgem roturas geracionais que nenhuma das qualidades anteriormente referidas consegue esconder ou fazer esquecer, pondo em risco a qualidade de vida.
O poder de atração de Braga é centenário e acentuou-se muito nos últimos anos, trazendo para esta cidade, novas gentes, com novas culturas visões e iniciativas, cheias de esperança num futuro melhor, que se pode transformar em problema pela desilusão da quebra de expetativas, que poderá vir a transformar-se em revolta.
Atenção!

Todos sabemos que o mais importante é o que nos está próximo, como um simples e pequeno buraco na estrada ou no passeio. Por isso, lembrem-se que a qualidade de vida é um conceito social mais amplo de sentir a vida num espaço seguro, onde as necessidades básicas possam ser satisfeitas, as nossas e não apenas as dos que conseguem, porque quanto mais apetitoso e publicitado for o bolo, mais vontade se tem para o comer, ou maior a frustração por senti-lo fora do alcance.
Que ninguém duvide que as prioridades, de cada um de nós, vão para a nossa sustentabilidade económica pessoal e familiar, vivenciadas num espaço a que chamos LAR.
Bem mais importante que a proclamação de um direito constitucional, a habitação é o centro de uma felicidade social que começa na família. Por ela todos se empenham em melhorar as condições de vida, contribuindo com o esforço de cada um dos seus membros. Para isso é necessário que surjam oportunidades de trabalho suficientemente remunerado para se poder ter acesso à habitação.
O que é dado nunca terá o valor do que é conquistado com o suor dos dias.

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