Como Educar para a sociedade que vem?
Escreve quem sabe
2020-09-27 às 06h00
Apalavra “concerteza” não existe. Com certeza que já a viu escrita muitas vezes, infelizmente.
Não pode ser admissível que páginas institucionais ou de órgãos de comunicação social reproduzam estes erros. Aliás, com a simples utilização de um corretor ortográfico, evitar-se- -iam facilmente. O Jornal T titula “É UMA FÁBRICA PORTUGUESA, CONCERTEZA!” (em http://jornal-t.pt/noticia/e-uma-fabrica-portuguesa-concerteza/, acedido em 25-09-2020) e a Federação Portuguesa de Basquetebol destaca Ticha Penicheiro como “UMA CAMPEÃ PORTUGUESA, CONCERTEZA!”, (em https://www.fpb.pt/noticia/uma campea-portuguesa-concerteza/, acedido em 25-09-2020).
“Com certeza” é uma locução adverbial composta pela preposição “com” e pelo nome “certeza”. Se ao escrever tiver dúvidas, substitua por “certamente”.
Nunca se ouviu falar tanto em álcool. Porém, nem sempre surge corretamente escrito. Por vezes, aparece sem acento, apesar de ser uma palavra esdrúxula, acentuada na antepenúltima sílaba, como vemos neste anúncio de um hipermercado: “Cerveja C/Alcool Carlsberg Pack 6X0.25L” (em https://bit.ly/3043esf, acedido em 25-09-2020). Quanto a álcool-gel (com ou sem hífen) há versões bem bizarras por aí: “Alcol gel 5 litros” (em https://www.olx.pt/anuncio/alcol-gel-5-litros-IDFNO4l.htmlm,acedido em 25-09-2020).
E o que dizer da confusão entre “mural” e “moral”? Deparei há pouco tempo com uma página escolar que registava “Educação Mural e Religiosa” no seu plano curricular (em https://www.amoa.pt/wp-content/uploads/2020/07/Projeto-Educativo-AMOA-2020-2022.pdf, acedido em 25-09-2020), quando deveria estar escrito “Educação Moral e Religiosa”.
“Moral” e “mural” são palavras homófonas (leem-se da mesma maneira, mas escrevem--se de forma diferente). A primeira é o “conjunto de valores e de regras de comportamento consideradas como universalmente válidos”; a segunda é um nome “relativo a muro”, seja físico ou virtual. De facto, podemos ter murais na internet (o mural do Facebook ou do Padlet, por exemplo).
Hoje, domingo, alguns de vós ides dormir a sesta no final do almoço. A sesta, não a cesta. Todavia, estas duas palavras são muitas vezes confundidas, como aqui “A centímetros da linha de chegada, o ciclista, que tinha um minuto de vantagem sobre o seu mais direto concorrente, saiu da bicicleta, deitou- -se no chão, e fingiu... estar a dormir a cesta.” (em https://bit.ly/3i3aNFQ, acedido em 25-0-2020).
Que jeito dá um prontuário quando temos dúvidas, certo? Quem escreveu este acórdão, se consultasse um, não teria errado ao escrever a palavra “jeito”: “(…) não faziam nada de geito e que os resultados das analises não ofereciam nenhuma segurança.”
Neste percurso por alguns dos erros mais comuns, termino no uso e abuso da cedilha. Logo no primeiro ciclo do Ensino Básico, as crianças aprendem que a regra do “Ç” é não acompanhar as vogais “E” e “I”, mas há muitos adultos esquecidos. Há até cenas caricatas na internet, como esta em que um anunciante coloca a fotografia do livro que pretende vender (onde o título está corretamente escrito) e escreve “Livro 100%oficial Justin Bieber, Ainda agora começei- 12 €”. Mais grave é encontrar o mesmo tipo de erro na página da Fnac. O livro Faça Você Mesma Sem Partir Uma Unha, de Bridget Bodoano aparece anunciado como “Faça Voçê Mesma Sem Partir Uma Unha”.
Mais uma vez, ressalvo que o erro faz parte da aprendizagem, mas insistir nele e não tentar melhorar revela preguiça mental.
Bom domingo.
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