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Como os millenials estão a revolucionar os negócios. A geração que subscreve, não compra

A responsabilidade de todos

Como os millenials estão a revolucionar os negócios. A geração que subscreve, não compra

Ensino

2019-12-18 às 06h00

Jorge Esparteiro Garcia Jorge Esparteiro Garcia

Os millenials e a geração Z ditam cada vez mais os novos padrões e tendências de mercado. Nativos tecnológicos e digitais, com alto poder aquisitivo, serão o grande segmento consumidor na próxima década. Nos anos 20, a geração Z será mesmo o maior grupo de consumidores no mundo inteiro. Em particular nos Estados Unidos da América, Europa e nos países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) representarão 40% de todos os consumidores.
A propriedade de bens físicos, antes considerada um ativo muito valorizado, é agora considerada um passivo no mundo empresarial. Os modelos de negócio baseados em serviços de subscrição são modelos já bastante utilizados em vários tipos de negócio. Os serviços de luz, água, telecomunicações, ginásios, ou a assinatura de um jornal ou revista, são apenas alguns exemplos da aplicação destes modelos, que são utilizados há várias décadas nos diferentes setores da economia.

Nos últimos anos, houve uma mudança e uma redefinição da abrangência do modelo de negócio por subscrição, surgindo novas variantes e oportunidades, o que tem levado cada vez mais empresas a utilizarem-no para comercializarem os seus produtos e serviços. Como é evidente, os consumidores são os principais responsáveis pelo sucesso crescente e inevitável que os serviços de subscrição têm tido, pois as vantagens subjacentes também são inequívocas. A personalização, comodidade, facilidade de acesso, e a redução de custos iniciais e de manutenção são os principais fatores para a preferência dos consumidores por serviços desta natureza.
Quando no início deste século, a maior parte das organizações ainda tentavam perceber de que forma a internet e as tecnologias associadas iriam ter um papel de relevância existencial nos seus negócios, Jeremy Rifkin no livro “The Age of Access”, antevia que a comunicação através da internet tornaria a economia “onde o acesso a experiências se torna mais importante do que possuir coisas, e toda a vida é uma atividade paga”.

Os negócios que se baseiam em serviços por subscrição são uma tendência nos modelos de negócio da atualidade, em particular nas empresas tecnológicas. A ideia não é nova, mas a transformação digital tornou os serviços de subscrição com um dos segmentos que mais cresce na economia atual. Empresas como Uber e a Netflix são exemplos demonstrativos de como os modelos de negócio por subscrição são uma tendência global e um fenómeno com uma adesão cada vez maior por parte dos consumidores, o que obriga a que as organizações estejam atentas para que não sejam ultrapassadas pelos seus concorrentes.
A Adobe começou em 2012 a transição do seu modelo de negócio tradicional de venda dos seus produtos de software (Photoshop, Illustrator, entre outros) para um modelo de negócio por subscrição baseado na cloud, e a alteração pareceu bastante arriscada e pouco popular para os seus milhões de clientes espalhados por todo o mundo. Contudo, apesar dos fracos resultados no ano seguinte, a mudança foi um sucesso, passando de um volume de negócio de 4 mil milhões de dólares em 2013, para mais de 7 mil milhões no final de 2017.

Em Portugal, existem também cada vez mais empresas que estão a reajustar e a redefinir os seus modelos de negócio baseados nesta tendência. Empresas de desenvolvimento de software, cujos produtos e serviços, que pelas suas caracterís- ticas adequam-se na perfeição a um serviço por subscrição, têm também feito essa transição nos últimos anos. A Primavera BSS, que desenvolve software de gestão, é exemplo disso. Os seus modelos de subscrição cloud têm crescido substancialmente nos últimos anos, mesmo em setores de atividade com décadas de utilização de sistemas de software mais tradicionais, como é o caso da atividade contabilística.
A transição para um modelo de negócio baseado em subscrição, é na minha opinião, inevitável para muitas das nossas empresas. Mesmo em setores de atividade mais tradicionais, as subscrições permitirão conhecer melhor os seus clientes, adequar os produtos e serviços às suas necessidades, e ir ao encontro das suas expectativas. Em setores como os transportes, imprensa, formação profissional, serviços de assistência técnica, restauração, entre outros, muitas empresas já perceberam os benefícios deste modelo, existindo já muitas organizações que baseiam o seu negócio na subscrição de um serviço ou pacote de serviços.

Preparadas ou não, as empresas terão de fazer esta transição. No entanto, a transformação para um modelo de subscrição terá de ser acompanhada com uma mudança profunda de alguns processos de negócio, e também com a implementação de sistemas de informação inteligentes, que consigam responder às novas necessidades do mercado atual. Nesse sentido, a utilização das diferentes técnicas e estratégias do marketing digital e de e-business, terão, não só um papel muito importante para o sucesso do negócio, como serão o seu fator diferenciador num mercado cada vez mais global e concorrencial.
Consequentemente, os modelos de negócio por subscrição continuarão a sua ascensão na economia mundial.
A subscrição de vários serviços será algo comum nos próximos anos para qualquer pessoa. As novas gerações não quererão perder tempo a resolver um problema, particularmente algo que pode ser contratado por um simples serviço.

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