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Braga, terça-feira

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Confiança? Tínhamos razão.

O fim da alternância

Confiança? Tínhamos razão.

Ideias Políticas

2018-09-18 às 06h00

Francisco Mota Francisco Mota

O processo da fábrica confiança, nomeadamente da sua aquisição em 2012, vai mais longe que as vontades políticas e esbarra perante a realidade e a responsabilidade. À altura da sua compra, a Juventude Popular demostrou-se contra e eu, enquanto deputado municipal, a par do Dr Firmino Marques, presidente da junta de freguesia de S. Victor à data, votámos contra. Cada um com as suas motivações, mas de uma forma livre, descomprometida, responsável e contrariamente ao CDS-PP, disse não àquele investimento de 3,5 milhões de euros pelas seguintes razões:
1) A conjuntura económica do País, do Município e das famílias não comportava a aquisição do imóvel e deveriam ser dadas outras prioridades como a área social, pois estávamos em pleno período de assistência financeira;
2) O novo quadro de financiamento europeu não abria perspetivas de comparticipação para a recuperação e regeneração do espaço, o que deitaria por terra todas as possibilidades de intervenção por parte do Município;
3) Aquele equipamento é de um valor inegável, identitário da história industrial bracarense que deve ser protegido e salvaguardado, tendo o município mecanismos legais de o concretizar sem ter que o adquirir e não onerando dessa forma o futuro das novas gerações;

Volvidos cerca de seis anos do processo de aquisição, é com a mesma convicção que posso dizer: tínhamos razão. Como vem sendo amplamente divulgado, a Câmara Municipal de Braga não tem acesso a qualquer financiamento comunitário para promover a reabilitação do imóvel à luz do quadro comunitário, e dessa forma o executivo municipal, e bem, teve que reavaliar a sua posição sobre a intervenção a ter no edificado da confiança. A alienação do imóvel, como sugeria em 2012, prevê imposições e condicionantes legais de ordem patrimonial, no desenvolvimento de qualquer projeto para ali pensado, como por exemplo a preservação integral das três fachadas do edifício principal e a preservação do legado fabril urbano, da Fábrica, devendo ser integrada na memória da antiga chaminé. Na ótica da preservação da história do que era a Fábrica Confiança, deverão ser previstas áreas e espaços interpretativos e de exposição que evoquem e celebrem o passado da fábrica, nomeadamente através de imagens, espólio e produtos associados a esta unidade fabril, e que sejam facultados ao uso e fruição pública dos cidadãos que o pretendam conhecer e visitar.

Ricardo Rio não está a ser incoerente, está sim a assumir a responsabilidade que os bracarenses lhe confiaram, sem nunca colocar em causa as contas públicas nem as futuras gerações, sendo também esta uma opção politicamente legitimada no último ato eleitoral, visto que alienação constava do programa apresentado pelos candidatos da Coligação ‘Juntos por Braga’.

Nos últimos dias assistimos ao histerismo socialista de quem teve uma gestão desastrosa à frente dos destinos municipais. A “receita socialista” é sempre simples:
faça-se, contrua-se, compre-se. E quem paga? Não interessa. Junte apenas um pouco de irresponsabilidade, hipocrisia e ignorância matemática. Misture tudo e dissolva a transparência. Por fim, sirva com uma boa dose de cinismo político. No entanto, deste “preparado” resulta um problema: o sabor amargo a impostos, descontrolo orçamental e bancarrota, constituindo, este, o legado que as novas gerações herdarão do partido socialista. Talvez desistindo da luta de classes, os socialistas declaram, agora, como principal inimigo as novas gerações.
Mas não é essa a nossa visão de cidade e de serviço público. Não destruiremos o futuro dos jovens, hipotecando as suas ambições e a sua liberdade em troca da sobrevivência de um projeto político esgotado. É com esse intuito de rasgar a escuridão da política instalada que mantenho a confiança num presidente de Câmara que muda as suas posições ao invés de hipotecar as futuras gerações.

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