Quando há perigo, avançam os bombeiros
Escreve quem sabe
2019-09-11 às 06h00
Sobre a evolução musical desde o sua origem popular, observa Camille Bellaigue: “Foram muitas vezes nacionaes e populares os timbres gregorianos da Edade Média, que os fiéis entoavam na egreja em conjuncto. O elemento popular subsistiu na polyphonia… os mestres… não se temiam de construir sobre estes themas familiares… as suas obras primas religiosas. Os tempos mudaram depressa. A Itália creou o recitativo, depois a melodia. A música fez-se mais aristocrática e mais individual; com o povo… deixou de ter qualquer cousa de commum. Ao mesmo tempo ella tornava-se comum a todos os povos… internacional das obras primas clássicas… e as differenças ethnicas foram-se apagando. Os Bach, os Haydn , os Beethoven deram outr’ora no seu génio pouco logar ao génio popular. Wagner, em nossos dias, apesar das suas theorias sobre o povo creador da obra de arte, mostrou-se na práctica, o menos povo dos grandes músicos”. D’esta evolução deduz-se o processo para a renovação musical em cada paiz, regressando às Melodias populares não como simples thema de elaboração contrapontista e polyphonica, mas como fixação da tonalidade nacional, tornando as bellas formas estheticas a expressão ethnica da raça. Sob este critério é que os Fados portuguezes merecem ser estudados, para se reconhecer e sentir a tonalidade nacional, base orgânica para toda a creação artística musical.
(História da Poesia Popular Portugueza – Ciclos Epicos – Theophilo Braga – Lisboa, Manuel Gomes Editor, 1905). Editor Assírio Bacelar 1987.
Nesta pequena introdução verificamos o importante que é o conhecimento e estudo, para nos, chegar a compreender, uma série de questões, que nos abriram mais facilmente o caminho para assim poder abordar, compreender e descobrir a idiossincrasia é o segredo das Tradições, utilizando os mecanismos e fórmulas mais naturais e convergentes, adequadas aos tempos em que vivemos. O Conhecimento é o fio condutor, para levar à prática os nossos projectos de divulgação das Tradições.
Os tempos mudaram em demasia, e em certa maneira temos perdido alguma conexão com aquele passado Tradicional, tão autêntico, espontâneo, natural, que tendo em conta que as pessoas e gentes humildes e, que quase ninguém tinha estudos académicos, tinham o dom e a espontaneidade de criar Cultura e Tradições, com uma facilidade assombrosa.
O que mais impressiona é, como os cantos e poemas, sempre acompanhavam estes humildes camponeses, nas tarefas do seu dia a dia, era uma luz de alegria e felicidade que sentiam em cada momento, pela prática das Tradições, companhia perfeita para gerir melhor os seus trabalhos, que não eram nada fáceis. O mais relevante é, que toda esta criatividade, mantinha uma sintonia com o perfume, estilo e costumes do lugar onde viviam e habitavam, davam sequência aos hábitos étnicos que tinham recebido e herdado de seus antepassados, com a virtude de dar um novo colorido conforme os tempos e épocas em que viviam.
24 Janeiro 2021
23 Janeiro 2021
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