A diversidade cultural neste País à beira mar plantado é uma realidade crescente, refletindo as transformações nas sociedades em geral. As escolas são palco destes cenários multiculturais, onde diferentes línguas, costumes e tradições se cruzam diariamente. São oportunidades únicas de crescimento e de enriquecimento mútuo.
Em Nota Informativa de janeiro passado, é comunicado às escolas: o Ministério da Educação e Ciência possibilita a contratação de mediadores linguísticos e culturais, para ajudar as escolas a construir respostas adequadas para alunos estrangeiros recém-chegados com origem em países onde o Português não é a língua oficial. Os mediadores linguísticos e culturais que as escolas podem contratar servem um duplo propósito, que alinha com objetivos educativos e de integração social: (1) acelerar a aquisição da língua portuguesa com vista ao sucesso escolar dos alunos e (2) promover a integração dos alunos estrangeiros na cultura portuguesa e o contacto de todos os alunos com as culturas de origem dos seus colegas estrangeiros.
A tão bem recebida colocação destes profissionais representa um avanço significativo na promoção da inclusão e de um ambiente escolar seguro e harmonioso.

E as atividades chave que se esperam destes profissionais:
... facilitar a comunicação entre alunos de nacionalidade estrangeira e alunos de nacionalidade portuguesa, professores e famílias; apoiar os alunos migrantes nas suas necessidades linguísticas e sociais, ...; colaborar ativamente nos processos de intervenção educativa, ...com vista à identificação das necessidades emocionais e sociais dos alunos migrantes; promover o envolvimento de todos os alunos em atividades culturais e educativas que favoreçam a familiarização com os valores constitucionais portugueses, assim como com os costumes da cultura portuguesa e das culturas dos alunos migrantes; participar na organização de atividades que incentivem a interculturalidade, a valorização da diversidade e a inclusão no ambiente escolar, participar e assegurar o envolvimento direto em todas as iniciativas nacionais de capacitação e acompanhamento destinadas aos mediadores.
Tendo em conta as inúmeras necessidades, a ânsia com que toda a comunidade escolar aguarda respostas, ajudas para facilitar a inclusão dos alunos que, semanalmente, entram nas turmas sem qualquer referência cultural, os mediadores são um bálsamo promotor de uma comunicação mais fluida, de construção de um ambiente acolhedor, apoiando ainda as famílias imigrantes na adaptação ao sistema educativo, explicando regras, procedimentos e direitos.

O seu contributo para o bem-estar emocional dos alunos traduz-se na redução do isolamento e aumento de confiança na escola. E será, numa fase mais avançada, quando se cimentar esta parceria através do conhecimento mais profundo do contexto escolar, um grande reforço para os professores, possibilitando-lhes o foco no desenvolvimento de aprendizagens que tão difícil se torna no meio desta diversidade.
É fundamental que esta medida se torne efetiva, que se validem e creditem cursos nesta área, nomeadamente aqueles que estão a formar-se no Instituto de Emprego e Formação Profissional.
O Agrupamento André Soares, como tantos outros, está a dar os primeiros passos, procurando traçar caminhos de vida bem sucedidos, formando pessoas que conquistem a liberdade em qualquer canto deste planeta.
Mais do que respostas a desafios, investir na mediação linguística e cultural é uma aposta no futuro. Uma escola inclusiva e preparada para a diversidade forma cidadãos mais tolerantes, solidários e conscientes da riqueza das diferentes culturas. Assim, o reforço desta medida é essencial para que nenhuma criança fique para trás e que todas possam crescer e aprender em igualdade de oportunidades.