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2023-09-26 às 06h00

Analisa Candeias Analisa Candeias

Setembro, tal como vai sendo habitual, é um mês de recomeços. Não só e apenas porque o Verão termina e temos um novo ciclo de Outono, porém porque existe uma nova sequência a iniciar, que é o ano escolar. Esta sequência encontra-se incorporada dentro do ano civil, que nos marca os passos e ajuda a medir tempo; o ciclo escolar ajuda-nos a recuperar ritmos e muitas vezes a perceber melhor os nossos próprios objetivos.
A verdade é que o Verão permite uma certa pausa, uma certa recuperação daquilo que é a vida agitada e inquieta. Através das férias, e das cadências de uma vida mais relaxada, é-nos muitas vezes permitido desfrutar daquilo que são as pequenas coisas boas, como por exemplo o acordar sem despertador ou o almoçar sem uma certa hora restrita. Os tempos quentes obrigam-nos a parar, ficamos indolentes e algo preguiçosos; ajudam-nos a relativizar e muitas vezes a ponderar aquilo que têm sido as nossas opções.
Todavia, em Setembro entra Setembro, e com ele existem recomeços e retornos. Se é verdade que Setembro nos ajuda a voltar a pousar os pés na realidade (por vezes um pouco à força, é certo), também é verdade que Setembro traz consigo uma certa beleza daquilo que podem ser novas oportunidades. Talvez porque a nossa sociedade se encontre muito habituada ao início do ano escolar, que parece que impõe ritmos para todos – inclusive para aqueles que já não vivem de forma intensa aquilo que é atualmente a escola –, ou talvez porque Setembro significa que é possível mudar.
E o significado de mudança não é sinónimo de uma modificação total, porém sim do percorrer de caminhos que possam conduzir a uma continuidade transformativa, que tenha em conta aquilo que é o nosso momento atual e as nossas expetativas para o futuro. Obviamente que é possível considerar deixar tudo aquilo que desejamos para trás, contudo mudar implica ter em conta o passado que nos constitui, e que nos permite ou aprender e/ou melhorar.
Setembro permite que se tenham novas expetativas, parece um Janeiro que se dá a meio de um ano, permite que se olhe para a frente com olhos de novas intenções.
É claro que o ano escolar tem aqui um papel essencial, visto que os mais jovens obrigam, a todos aqueles que o permitem, que se vivam expetativas e entusiamos. Não há mal nenhum em nos deixarmos levar pela sua alegria e pelo seu alvoroço, pelo contrário, tudo isto é contagiante. Pode ajudar-nos a mudar os nossos próprios propósitos e aquilo que desejamos de melhor para nós, a perceber aquilo que não queremos e a começar a caminhar no sentido que a nossa intuição nos ajuda a perceber como o trilho mais ajustado. Este gozo dos mais jovens ajuda a marcar Setembro como um recomeço, e porque não aproveitá-lo a nosso favor?
Por vezes deixamos que o entusiasmo pela vida se vá esvaindo naquilo que é o cumprimento das nossas tarefas quotidianas, na repetição daquilo que consideramos que tem mesmo de ser realizado. E esquecemos que a vida requer um pouco mais de ânimo, de alegria até. Porém, os momentos de recomeço podem ajudar-nos, a todos, a sentir um pouco mais de energia e de contentamento, fazer-nos olhar para o lado e consequentemente para dentro, encontrando aquilo que são os pequenos passos possíveis a apreciar e a agradecer.
Não é necessário mudarmos o (nosso) mundo de uma vez: por vezes são suficientes estes tais pequenos passos para irmos avançando naquilo que é o caminho que sabemos que queremos seguir.
Assim, a sugestão que aqui se deixa é que se dê as boas-vindas a Setembro, abraçando os recomeços e os desafios que daí emergem.
É óbvio que nem todos os recomeços são fáceis e é necessário encontrar um certo equilíbrio entre aquilo que nos parece menos bom e aquilo que desejamos de bem para nós. A verdade é que o ano civil já vai bem avançado, e quiçá Setembro seja o momento certo para se apreciar este ciclo de tempo que em breve se irá esgotar. Sugiro igualmente que se desfrute da alegria e do entusiasmo que se encontra à nossa volta, por mais que não seja pelo bem-estar que nos pode fazer sentir e pela aprendizagem que também podemos realizar.

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