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Deixem-nos sonhar, por Bruna Carina Noversa

Premiando o mérito nas Escolas Carlos Amarante

Conta o Leitor

2011-07-12 às 06h00

Escritor Escritor

Era uma vez um ‘menino’ que sonhava fitando o mar.
Sonhava num país do qual nutria grande orgulho mas que, por determinados actos que não quero crer mal-intencionados, vive sob momentos nada brandos.
O mar representava muito para este ‘menino’ cujo nome é o de tantas pessoas juntas. O olhar fixava o que o ‘menino’ foi e que hoje está perdido. Melhor: jaz no mar a coragem e a determinação de outrora, e que agora e sempre a irá recuperar quando as circunstâncias assim o ditarem.

De quando em quando uma geração faz o mesmo e o ritual parece repetir-se: sentado naquele mesmo sítio, alguém pesa e mede forças para a jornada que se adi-vinha difícil. Nota-se antecipadamente, e não é necessário dominar áreas como a economia ou a sociologia. E também não é preciso ter um descodificador para perceber as mensagens que os mandantes nos dirigem e que tantas vezes parecem vir sob códigos. A conclusão de tudo isto é a de que o destino está traçado e a vida complica para quem sonha como o ‘menino’ no seu lugar, que é o seu país.

E o ‘menino’ ali está confundido pela poeira que se eleva do solo que, embora ganhando mais volume, não lhe cobre totalmente a visão do mar. A imagem que ali observa faz recordar seu ‘pai’ que em tempos passados, sobre forte medo, conseguiu conquistar os seus sonhos valendo-lhe hoje ser um exemplo não só para o ‘menino’ mas para todo um país que actualmente tem dificuldade em sonhar. E diz quem tem conhecimento da causa, que este aperto com que nos querem sufocar o sonho, sentir-se-á por um período longo e doloroso. Mais. Alguns dizem para sonhar o mais baixo possível. Como se isso fosse realmente possível! “Eles não sabem que o sonho” é como que um “pinheiro alto”. Enfim.

Mas indiferente a tudo o que impõem, continua o ‘menino’. Segue sonhando o ‘menino’ que tem grande orgulho no seu país. Ele sairá daquele lugar dentro em breve. Caminhará não sabe bem para onde. A única coisa que sabe é que retirar-se-á dali com mais coragem do que aquela com que ali havia chegado, pois o aroma do mar conta-lhe coisas tão fortes que não o permite deixar ficar descrente quanto ao futuro.

O mar fala lhe do seu ‘pai’ que criou e colocou o seu país no mapa do mundo para a eternidade, lutando com as forças que só o sonho é capaz de trazer. Seu ‘pai’ representa a essência de pertencer a um país de características únicas em todo o Mundo. E todo esta espécie de rito alimenta a esperança do ‘menino’. E ele fazer-se-á ao caminho completamente comprometido com o que é e, sobretudo, com o que foi.

Logo após partir, o ‘menino’, dará a vez a um outro. E o lugar servirá sempre de inspiração para tantos meninos que, com dificuldade, sonham com uma vida melhor enquanto esperam que a Verdade lhes reconheça como mãe deles todos. Mas a Verdade vingará porque um país nunca será medido pelo que as agências do desumano capitalismo o classificam. E muito menos pelo dinheiro que tem ou não tem. A definição dum país está no seu património. E o património é o espelho do passado. E o nosso é tão grande e glorioso que só este mundo não basta para que caiba este tempo passado tão nobre e honrado.

Infelizmente nunca valorizamos devidamente o que o ‘pai’ do ‘menino’ fez. Em consequência, hoje estamos perdidos. Será que o passado é a nossa fatalidade?
Quem por aí anda a ‘Conquistar’ diz que não, e mostram-nos continuamente pequenas brechas por onde seguir. Por onde não ter medo de dizer a simples palavra: ‘amanhã’.
“É Hora!” continua dizendo um nosso grande poeta Português. É tempo de mostrar quem somos. É tempo! Mas primeiro: Deixem-nos sonhar!

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