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Desassossegos

26.ª Conferência Mundial na área da sobredotação, em Braga!

Ideias

2017-05-05 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Apropósito dum livro sobre o Papa Francisco, aliás uma figura incontornável dos nossos tempos, dizia-se que “é um desassossego permanente”, com todas as ilações, verdades e efeitos que um qualquer “desassossego” possa provocar e transmitir. Mas se nada há a dizer quanto à profundidade de tal afirmação e quanto aos efeitos directos ou colaterais, mas reais, de tão personalizado desassossego, impõe-se pelo menos constatar o florir de uma outra e mais aberta vivência e toda uma maior profundidade no sentir espiritual e material da própria vida. Na comunidade e sociedade mundial, com todo um mais instante esforço e preocupação pela paz no mundo, diga-se, a ponto de tão concreto e palpável “desasssossego” ter vindo a desenrolar-se numa “permanente” e “atenta” acção e intervenção públicas, formatando já uma imparável revolução. Admirada e desde há muito ansiada e esperada por muitos, ainda que “contestada” por mentes retrógradas, “presas” a ideias enraizadas e “petrificadas” no tempo que se revêem em vivências rotineiras tidas por inultrapassáveis e dogmáticas. Mas face às posições, palavras e pensamentos do Papa, independentemente das convicções, crença, fé e até Deus da cada um, há que convir que tal “desassossego permanente”, por vezes perturbador e incomodativo, pela sua essência, profundidade e sentimento tem vindo a provocar reflexões e um desabrochar de profundas e esperançosas mudanças num mundo em desassossego, e em falência de paz, verdade e esperança.
Desde há uns tempos, aliás, vivem os portugueses num desassossego preocupante e permanente devido à sua situação económico-política e a todo um conhecido naipe de certos “desassossegadores” profissionais, com algum respaldo em funções e governação públicas. Mas focando-nos nos “desassossegos”, não sendo Francisco nem fruindo da sua valência humana, espiritual e mundial, há que não esquecer a “realidade-Marcelo”, o presidente na sua configuração de um incontornável, e por vezes perverso, “desassossego”, aliás resultado de um especial ADN e de sua própria formação moral e intelectual, aliás ajoujado a toda uma indisfarçável propensão para a presunção, o “show off”, o aparato, o populismo e a vaidade que muitas vezes passam do razoável e roçam o ridículo no concreto de impensáveis situações e imprudências. Não sendo Papa e a sua proximidade com “bulas” se compagine mais com a leitura das associadas aos medicamentos “sugeridos” por hipocondrias, Marcelo na realidade personifica “um desassossego efervescente” numa dinâmica de varinha-má- gica de batimento contínuo de ideias e opiniões em ebulição. Aliás sempre polarizando a atenção dos media e colhendo os aplausos das massas, encerra em si todos os ingredientes fautores de um populismo popularucho, perigoso e perverso que no passado já gerou “loucuras”, nepotismo e até tirania. E se de facto “brada e falaceia” contra populismos (dos outros, claro!), a realidade é que vem de certo modo “brincalhotando” às presidências nos seus recônditos escaninhos, continua permanentemente “agitado”, rodopia em genica e presença em qualquer lugar, mesmo nos mais impensáveis ( como o da queda da avioneta), tem prazer com os flashs dos media e apertos do povo, mas a realidade mostra-nos que tão activas interacção, intervenção e presença acabam por ser cansativas e configuram-no como um “desassossego perturbador”. Que será confrangedor e arrepiante se, ao encontrar-se em Fátima com o Papa, não souber controlar-se e deixar extravasar ligeireza no à vontade, atropelando a solenidade e seriedade do momento e encostando-se a Francisco num sorriso de afectos para mais uma selfie.
A verdade é que anda agora numa faina de condecorações, com muitos a pôr já o dedo no ar e a dizer “também quero”, aliás natural e perversa consequência de certa falta de bom senso com as pulverização, vulgarização e desqualificação dos reais méritos a consagrar e a reconhecer, como sucedeu com seus antecessores. E a tal ponto, diga-se, que uma curta e truncada notícia, aliás pouco esclarecedora, se tornou perturbadora. Explicando-se, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo atribuída a um “ex-presidente do Supremo” não foi ao Nascimento, o ex-presidente do STJ que mandou destruir as escutas a Sócrates colhidas no processo Furacão em conivência com P.Monteiro, o famoso PGR do caso Freeport, da Cândida Almeida e mais barbaridades do MP, como o arquivamento do processo ao Sócrates. Na verdade, esclareça-se, o laureado fora António Calhau, um ex-presidente de um supremo, mas do STA e não do STJ, a quem saudamos e felicitamos. Mas face às realidades e à banalização das comendas (ultimamente há “comendadores” para todos os gostos, aos montes nos estádios de futebol, em recintos desportivos, etc.), temos muita sorte em não “apanharmos” com um estilista como com o Cavaco e sua Maria, um cabeleireiro ou outro “artista” da Linha.
Voltando-se aos desassosssegos, não obstante o que de estatisticamente promissor e bom se vem dizendo pelo país, esperando-se para breve a saída de Portugal do procedimento por déficit excessivo, e apesar do ar feliz de Costa com o seu sorriso cínico e da cumplicidade sorridente do Centeno, ajoujados a sonhos de um “abençoado 2018”, importa não esquecer que ”a dívida portuguesa se agravou em 1,4 pontos em 2016” e que Portugal tem a terceira maior dívida da UE, pois “só a Grécia e a Itália têm dívida pública mais elevada em percentagem da riqueza nacional”, isto é “130,4% do Produto Interno Bruto (PIB)” (CM, 25.4.17). Aliás se o registo de “um valor inferior ao limite de 3% imposto por Bruxelas (...) cumpre assim a condição para a saída do procedimento por défice excessivo”, na realidade “a dívida continua a crescer” e vem vingando natural desassossego pois as estatísticas não vêm tendo correspondência no concreto da vida e do sentir do povo, que não ususfrui de um outro e melhor nível de vida e continua vítima das rapina fiscal, opacidade da governação, falsidade e mentira da política. Num desassosssego perturbador e preocupante, a aturar popularismos “baratuchos” e ridículos pedidos de mais transparência, rapidez e eficácia ao poder político.
Como em desassossego perturbador estão os políticos, às voltas com as autárquicas, o regresso dos “dinossauros”, as transferências e “independências” nada transparentes para contornar a lei, com os socialistas agora preocupados em criminalizar o enriquecimento ilícito e em “estudar um novo tipo de crime” que ultrapasse a questão da inversão do ónus da prova, sancionando-se “o incumprimento em matéria de obrigações declarativas” (CM 23.4.17) e assim se torneando o obstáculo “chamado” o Tribunal Constitucional.
Mas será chover no molhado porque os seus membros se sentem “atrofiados” politicamenre e costumam deixar à porta do Palácio Ratton, estacionadas e “camufladas”, as isenção e independência. Aliás até porque são muitos os candidatos para, pela via política, descobrir caminho para a riqueza fácil, a subida na sociedade, as boas fortunas e os grandes patrimónios. Como sempre!...

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