O que há em nós é um supremíssimo cansaço
Ideias
2015-10-14 às 06h00
Esta semana, no dia 16 de outubro, assinala-se o Dia Mundial da Alimentação, que teve início em 1981 e já abrange 150 países. A data marca o dia da fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945.
O primordial objetivo deste dia é consciencializar a opinião pública, a nível mundial, sobre a adoção de hábitos de alimentação saudáveis, mas também alertar para todos os problemas que envolvem a questão da alimentação.
Um destes problemas é o desperdício alimentar. Segundo a FAO, um terço da produção global de alimentos é desperdiçado. Na Europa são desperdiçadas, anualmente, vários milhões de toneladas de alimentos. Só em Portugal, são desperdiçadas, anualmente, 1 milhão de toneladas de alimentos, um terço das quais em ambiente doméstico.
O desperdício alimentar é maior nos países desenvolvidos que produzem mais alimentos do que aqueles que consomem. Para além de muitos deles serem eliminados, desde a sua produção (excedentes), à cadeia de distribuição (não se inserem nos padrões de qualidade dos supermercados ou não são vendidos), até ao consumidor final.
Urge tomar medidas que invertam esta tendência, pois este desperdício não tem impacto só ao nível ético e social, mas também económico: os alimentos para serem produzidos consomem imensos recursos que também são desperdiçados; e ambiental: os alimentos ao serem deitados foram são resíduos e, como tal, têm de ser tratados, com todos os gastos e consequências que esse tratamento acarreta, como se sabe, atualmente, assiste-se à teoria do poluidor-pagador.
A União Europeia definiu uma hierarquia de gestão de resíduos estando no topo das prioridades a prevenção: mais importante do que tratar corretamente um resíduo é evitar que algo se torne lixo.
Na área da Braval, o estudo de caraterização de resíduos urbanos indiferenciados de 2015, demonstrou que cerca de 47% dos resíduos da recolha indiferenciada são resíduos putrescíveis e, destes, 51% são restos de comida.
A principal causa deste desperdício foi a alteração dos padrões de consumo. Se pensarmos que há algumas décadas atrás, em Portugal, para além de se comprar apenas o necessário (com os hipermercados, onde se compra com mais facilidade, há uma tendência para se comprar o que não se precisa), havia uma cultura de reaproveitamento dos restos. Para além disso, as cascas e outros desperdícios eram, na maior parte do país, destinados aos animais.
Há, pois, que alterar este padrão de forma a tornar o consumo mais sustentável.
Fundamentalmente, como há já muitos anos tenho vindo a alertar, temos que continuar a massificar a sensibilização ambiental da população para que os consumidores sejam encorajados a ser mais conscientes das suas atitudes face às compras e às refeições.
Devemos pôr em prática ações simples que visem minimizar o desperdício alimentar.
Essencialmente, temos de tomar consciência de que o consumo e ambiente estão interligados, para além da prevenção temos de separar as embalagens, os óleos alimentares usados, valorizar ao máximo os resíduos urbanos, na sua transversalidade. Só vai mesmo para o “lixo” aquilo que não pode ser reciclado ou valorizado.
Como alternativa à economia do desperdício é necessário, se pretendemos um futuro sustentável, um novo paradigma, a economia da preservação.
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24 Janeiro 2021
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