Os amigos de Mariana (1ª parte)
Ideias
2017-11-24 às 06h00
Nos sucessivos anos de 2002, 2003 e 2004, a UNESCO celebrou, de modo informal, a Filosofia. Terá sido esse repetido festejo que incentivou o Reino de Marrocos a formular um pedido à Assembleia Geral da 3ª sessão da Conferência Geral da UNESCO, ocorrida em Paris a 29 de julho de 2005, feito por intermédio do seu ministro da cultura ao tempo, Mohamed Achaari, para que a agência da ONU especializada em educação, ciência e cultura proclamasse um dia mundial da filosofia.
Como seria de esperar o pedido foi aprovado e a instituição internacional verteu em texto esse anúncio: «A celebração de um dia mundial da filosofia [na terceira quinta-feira de novembro] permitirá à UNESCO desempenhar o seu papel de catalisadora de ideias e viabilizará um fórum de encontro e reflexão, ao mesmo tempo que promoverá, juntamente com outras ciências humanas e sociais, o questionamento e a função crítica da disciplina da filosofia».
A organização chefiada desde outubro passado pela ex-ministra francesa da Cultura Audrey Azoulay - que sucedeu à búlgara Irinia Bokova, diretora-geral da mesma nos oito anos anteriores, ambas precedidas no cargo por nove homens desde finais de 1945 - comprometeu-se mais especificamente a apoiar iniciativas nacionais que incentivam, sobretudo no espaço universitário, tornar a filosofia mais acessível, nomeadamente por via de fóruns de debate de ideias e de ações de sensibilização em prol de maior consciencialização de que as interrogações filosóficas perpassam o completo espectro dos saberes e contribuem de modo singular e irrecusável para o seu aperfeiçoamento.
A cadeia de exortação projetada iria da UNESCO até aos cidadãos, passando pelos ministérios da educação e/ou da cultura nacionais, pelas universidades, associações, escolas do ensino básico e secundário, etc., que ofereceriam mesas redondas, leituras públicas de clássicos da Filosofia, encenação de peças teatrais e exibição e discussão de filmes com temáticas filosóficas e atividades culturais similares.
Os objetivos inerentes à criação de um dia mundial da Filosofia são diversos. Saliento apenas três: servir para renovar o empenhamento nacional e internacional em valorizar publicamente a Filosofia; fomentar o estudo filosófico de problemas fundamentais da nossa era de modo a capacitar os povos para responderem melhor aos desafios comuns que enfrentam; reafirmar a importância da universalização do ensino da filosofia para as gerações futuras.
Quinze anos depois de um entusiasmado início a impressão que formei no passado dia 16 de novembro foi a de um enorme afastamento em relação ao atingimento desses objetivos, pelo menos num grau significativo. É verdade que a UNESCO fez o costumeiro repto na sua webpage para que se dinamizasse esse especial dia; mas quem a consulta?
Não menos verdade é que os nossos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Educação o fez como mero gesto administrativo, sem convicção. Nas universidades, com as honrosas exceções da do Minho (e mesmo assim apenas ao nível da direção da Licenciatura em Filosofia) e da Católica em Lisboa, a data passou despercebida.
Ao nível das escolas secundárias o dia manteve-se em amplo oblívio. Louvável destoar foi possível encontrar nos municípios de Abrantes e Sardoal que no âmbito de um Festival de Filosofia organizado pelo Clube de Filosofia de Abrantes em estreita colaboração com as respetivas autarquias e agrupamentos e escolas a efeméride foi condignamente festejada. Daqui a um ano vamos ter que fazer melhor, sobretudo em Braga.
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