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Digo Não à importação de Deputados

O fim da alternância

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Digo Não à importação de Deputados

Ideias Políticas

2018-12-11 às 06h00

Francisco Mota Francisco Mota

Agora que ficamos a conhecer a data para as eleições legislativas, 6 de Outubro do próximo ano, é momento de iniciar uma profunda reflexão sobre as opções políticas e em quem votar.
Decidir a representatividade do território, não passa apenas por opções ideológicas ou programáticas. As pessoas que as apresentam e representam dizem muito sobre a visão de país e a transparência com que se encara cada acto eleitoral. Um partido político que se afirma pela sua grandeza intelectual, pretendendo inspirar os portugueses nas suas ideias, não pode redistribuir os de lisboa pelo resto do País. Em primeiro, porque os territórios do interior ao litoral não são subordinados da capital e depois porque há muito mais capital humano do que o capital que pretendem impor.
Esta não é uma questão de um ou de outro partido, nem de esquerda nem de direita, mas sim um princípio que deveria reger qualquer um que defende a coesão territorial e a sua representatividade. Ao longo das diversas legislaturas muito se tem discutido o modelo eleitoral, mas nunca existiu a coragem de o por em prática. As novas gerações percebem porquê, se assim fosse muito provavelmente grande parte dos deputados não voltariam ao hemiciclo.

O exercício das funções de Deputado configura uma das mais nobres missões públicas. O peso da responsabilidade de legislar, planear, ouvir e preparar do presente para o futuro acarreta em si um compromisso com os portugueses. Um registo de proximidade e diálogo estruturado com organizações, associações, autarcas ou forças vivas das regiões impera para quem exerce esta missão confiada pelos eleitores.
A hipocrisia em que assenta o princípio das escolhas desvirtua a logica da representatividade e da sindicância dos territórios. Existe uma grande diferença entre ser eleito de Braga e sentir Braga, os próprios que aceitam ser exportados para as terras dos outros vivem um sentimento de oportunismo, falta de pertença e pouca identidade. Por outro lado, os de cá sente-se órfãos e atraiçoados por um sistema que poucos tem a vontade e a coragem de enfrentar.

Sendo a escolha dos nossos representantes uma responsabilidade dos partidos fica o desafio de elevar os valores da moral de quem acredita que se deve ver Lisboa através do País e não o País através de Lisboa.
Naturalmente, que esta reflexão ainda deverá ser mais profunda quando avaliamos quem já se prestou à importação, não comprimindo a defesa, acompanhamento e representatividade do território ao longo dos mandatos. Não de trata de desleixo, incompetência ou falta de profissionalismo, mas antes de uma pessoa falhada que não conseguiu convencer os seus e não representou os nossos.
A receita passa por ter vontade, coragem e argumentos para dizer: Basta! A transparência nas escolhas não passa pelo oportunismo dos tempos. A vida das pessoas e dos territórios não podem ser jogados como roletas, ficando abandonados à sorte das circunstâncias. Não desperdicemos o tempo presente. Ele é o único em que podemos reparar o passado e construir o futuro.

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