No ano letivo 2023/2024, segundo notícia PORTUGAL.GOV.PT, mais de 20000 alunos do 3º ao 12º ano, de 160 escolas, estariam envolvidos na quarta fase do projeto piloto dos manuais digitais, uma das iniciativas do Ministério da Educação, no âmbito do Programa de Digitalização para as Escolas.
Prometia-se um percurso evolutivo no sentido da familiarização com o digital, desenvolvendo nos alunos um companheirismo salutar com ferramentas facilitadoras das aprendizagens, promotoras de confiança nos sistemas do futuro, simplifica- dores da vida diária.
O Agrupamento de escolas André Soares aderiu. Não tendo condições materiais para envolver todos os alunos, mantém uma turma por cada ano de escolaridade do 5º ao 9º. Acreditou nas vantagens, acreditou no processo, aumentou a oferta, a possibilidade de escolha dos encarregados de educação, num mundo cada vez mais diversificado, com tanta procura de respostas a ansiedades de famílias que querem dotar os seus filhos de competências, desenvolver capacidades, impulsionar e preencher curiosidade, vontade de formar para respostas eficazes e eficientes aos desafios do futuro.
Mas o que impediu, o que dificultou este percurso?

Muitas são as notícias sobre a continuidade deste projeto. No corrente ano não foi permitida a abertura de turmas no 1º ciclo e secundário, apenas no 2º e 3º ciclo.
Reuniram-se, na passada semana, escolas do grupo resistente. Algumas envolvem todos os alunos neste projeto que continua a ter pontos muito fortes, com recursos mais acessíveis, que permitem atualizações constantes, reduzem custos logísticos, contribuem para a sustentabilidade, diminuindo o uso do papel. (E reforço a palavra diminuindo e não eliminando, os alunos continuam a escrever em papel, a utilizar o papel, apenas os manuais são em formato digital). Têm acesso a recursos como vídeos, simulações e exercícios interativos, que enriquecem a experiência, permitem diversificar metodologias e, tão importante, permitem adaptar os conteúdos às necessidades de cada aluno, às diferentes velocidades de acompanhamento. Desenvolvem nos alunos a autonomia, competências digitais, aprendizagem colaborativa, flexibilidade cognitiva, facilidade de pesquisa e análise de dados... E assim contribuiremos para uma sociedade digitalmente alfabetizada, adaptável e com capacidade para resolver problemas, com pensamento crítico mais desenvolvido.

Mas.... as escolas correm atrás dos processos de avaliação finais. Se as provas finais são em digital então vamos desenvolver o uso do digital. Se são em papel então não é necessário....
Mas... as escolas não estão apetrechadas com os recursos materiais necessários a uma boa implementação, há problemas de infraestruturas que dificultam esta transição digital...
Mas... a pandemia inundou as escolas de material informático, que tem tempo de vida útil, que tem enormes custos de manutenção associados...
Mas... não há forma de voltar atrás! Temos de ultrapassar os obstáculos.
Sustentabilidade é palavra de ordem. A procura de facilitadores de tarefas leva-nos à procura de soluções criativas. A utilização dos computadores no âmbito deste projeto permite aos alunos olhar para esta ferramenta como a que os ajudará a aprender mais facilmente, a ter acesso facilitado ao mundo e a ser criterioso na escolha da informação, a saber distinguir o útil do desvantajoso, o verdadeiro do falsificado...
E, sem dúvida, contribuirá para uma escola mais inclusiva, respeitadora do ritmo de cada aluno, das potencialidades individuais, formando pessoas que, desta forma, se sentirão integralmente aceites, parte de uma escola para todos.