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Educação ou faz de conta?

Os bobos

Educação ou faz de conta?

Voz às Escolas

2021-05-27 às 06h00

Artur Silva Artur Silva

Sucedâneo de Democracia .Este é o governo que menos se predispõe a negociar tanto nas matérias do setor público como nas do setor privado. Promove reuniões para cumprir calendário, ignora os parceiros, desvia as atenções, esconde os problemas.
No que respeita à educação, procura transmitir aos portugueses a ideia de que tudo está harmonioso. A verdade é que as escolas vivem à beira de um ataque de nervos.
Atenta, a Federação Nacional de Educação tudo tem feito para que se abram processos negociais indispensáveis para a decisão de medidas legislativas que respondam aos problemas da educação. Foram apresentadas propostas concretas no “Roteiro para a Legislatura 2019- 2023” entregue ao Governo em novembro de 2019. Até agora, apesar da aparente “abertura” para ouvir os sindicatos, o Governo fecha-se em si próprio e decide unilateralmente. O Governo não honra a democracia, impingindo desta um qualquer sucedâneo de péssimo gosto.
Os sindicatos são uma conquista indelével da democracia.

Educação de Qualidade – Mais investimento
Falar de Educação de Qualidade pode parecer um mero chavão, pouco objetivo, mas para a FNE há a consciência clara de que o Governo, qualquer que ele seja, deve garantir uma oferta relevante e de primeira linha de um serviço público de Educação de Qualidade.
A educação deve ser gratuita e universalmente acessível, dotada dos recursos humanos e materiais necessários e funcionar em contínua atualização. Só assim se podem garantir os níveis de desempenho que a atualidade exige em cada setor da vida do país. Para que esta meta seja alcançada, o Estado deve atribuir uma importante fatia do bolo orçamental à Educação, pelo menos 6% do PIB.
O atual Governo não quer abraçar este desígnio, longe disso, nem demonstra especial preocupação com a formação das novas gerações.

Valorizar os Profissionais
Os trabalhadores da educação (docentes e não docentes), neste contexto pandémico, revelaram-se essenciais, demonstraram uma dedicação e uma disponibilidade ilimitada. Contudo, o governo nunca demonstrou qualquer reconhecimento, não os valorizou nem manifestou qualquer vontade de corresponder aos seus legítimos anseios há muito identificados e a carecer de resposta.
O sistema de avaliação docente em vigor não reconhece nem promove o mérito, funciona por quotas e leva a que uma grande parte das avaliações com menções de Muito Bom ou Excelente se fiquem, por falta de quota, por um desmotivador Bom. Desmotiva por desvalorizar o empenho e a dedicação de tudo fazer em prol dos alunos.
A carreira, essa, está espartilhada também por quotas nas transições do 4.º escalão para o 5.º e do 6.º escalão para o 7.º. É uma carreira que, por motivos estritamente financeiros, não promove o reconhecimento nem a realização profissional dos que nela investem.

Precariedade
O governo persiste em não abrir os lugares de quadro existentes nas escolas. Dando um péssimo exemplo ao setor privado, opta pela contratação precária dos professores.
Utiliza a “norma travão”, muito a custo e devido à pressão da União Europeia, para supostamente convergir com o setor privado, quando integra nos quadros um professor que já cumpriu no mínimo 3 contratos em horário completo e anual.
Uma grande fatia dos professores contratados quase paga para trabalhar, isto acontece porque ficam longe da área de residência e as despesas de alojamento e deslocação são demasiado elevadas face ao vencimento que recebem.

Rejuvenescimento
O país precisa urgentemente de rejuvenescer os quadros de professores existentes nas nossas escolas. Dos docentes em exercício de funções, na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário, apenas 0,6% integram a faixa etária com menos de 30 anos.
Para quando a resposta a este problema que nos levará à escassez de pessoal docente? Em poucos anos uma parte significativa dos professores atualmente em exercício irá para a aposentação.
A carreira docente não é atrativa e os jovens não querem entrar nesse jogo dramático do “faz de conta”.

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