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Ela não lembra ao diabo

Uma primeira vez... no andebol feminino

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Ela não lembra ao diabo

Ideias

2024-07-17 às 06h00

José Manuel Cruz José Manuel Cruz

Toda a gente se recorda que a Hillary Clinton perdeu a eleição para o Trump por causa da central de desinformação do Kremlin, dos trolls, das fake news, até da viciação do voto electrónico. Enfim, de coisas que se passam fora de vista, embora rasto fique que nos servem pasteurizado, pronto a consumir sem consumições.
Ora desta vez é limpo-limpinho, e cabe a Biden perder para Trump por divina intervenção, por milagre ocorrido ao vivo, ante câmaras e com difusão planetária. Temei, pagãos e fiéis de divindades espúrias: que podem os vossos ídolos por comparação com o Deus da cristandade!
Parece-me que o vi. Diz o Deus-pai para o Deus-filho: ó Emanuel, ‘tás-me a ver o Trump furado do olho à nuca? Ó Pai que eu agora não posso, que estou aqui a dar xeque à Inteligência Artificial, que é para que se ponha fina. Saiba o leitor que o Deus-pai tem um odiozinho de estimação à IA. Antes era só ao Big Bang, mas os tempos evoluem, como é evidente, e as modas sofrem acertos.
Pois bem, lá teve o Nazareno de pôr-se a pé – ponto em que a IA ajeitou subtilmente um bispo, que viria a mudar a correlação de forças no tabuleiro. Contrariado mas vou, dá o Redentor um saltinho a parvónia da Pennsylvania. De tão abespinhado, descurou a invisibilidade costumeira, razão por que agora o temos especado às costas do miraculado, inclinando-o um nadica para a esquerda. E assim se safou o trumpolineiro de mais uma.
Ainda apanhei o regresso do amável Jesus à base: Já está, Pai – reportou sumariamente, enquanto corria de olhos o puzzle francês que o Criador falhava de montar pela enésima vez. Obrigado, meu filho, fico a dever-te mais esta. Não, nessa é que não me apanhas, que andar de Anás para Caifás me bastou uma vez – disparou o Salvador do Mundo, percebendo na mirada do progenitor uma demanda não totalmente formulada.
Em suma, que podemos nós dizer? Eu, de minha parte, gosto mais das coisas às claras. Até a linguagem percebo melhor – milagre, porque Deus determina que um nabo falhe tiro, quando de sentido inverso um profissional lhe acerta a meio da testa, e adeus ó moço. Claro que me podem dizer que a história do milagre é uma treta – até porque Deus não existe, como sabemos –, ponto em que me autorizo a aventar que treta tenha sido a falsificação do acesso do trumpeteiro ao poder.
Ganhou, primeiro, porque tudo se conciliasse nesse sentido, como tudo se conjugaria depois para que perdesse. E de resto, quanto ao desfecho para Novembro, será o que o conjunto dos votantes queira, com todos os condicionalismos, com tweets e tik-toks, com deepfakes, realfakes e o mais que salte a público nas redes sociais. É igual para todos, e viva a democracia.
É voz corrente que povo estúpido elege dirigentes estúpidos. Expressão áspera que não faz de mim um moralista. Votamos com frequência a ver se pega, não em cima de certeza formada. Voto às cegas que não deixará de ser justo, se forem todos iguais, como eventualmente o demonstram cabeças ocas que malbaratam maiorias.
Aludo Portugal. Aludo a França que dia a dia cresce em ridículo. Não se estendem os 4 da coligação de esquerda, como claro era que não se entenderiam. Espera, Macron, que a Frente se desvaneça, para captar as conivências do PS, e até Hollande pode ajudar, se o impontarem para o cadeirão da presidência da Assembleia. Suspeito que acabe mal.
Custa-me que o milagre político só aconteça na boa américa, mas eles lá dizem in god we trust, mas eles lá terminam os discursos com um god bless you all. Nós é que demos em incréus, e agora alombamos, porque nem os homens sabem, nem os deuses ajudam.?

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