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Uma primeira vez... no andebol feminino

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Ideias

2024-03-01 às 06h00

Margarida Proença Margarida Proença

E a campanha eleitoral prossegue, em velocidade de cruzeiro. Pelo que tenho observado, creio que tirando os protagonistas que vão desempenhando o papel que lhes compete, a generalidade das pessoas não está, nem um pouco, motivada ou envolvida.
Propondo-se a mudança, o debate é pobre e as ideias rareiam. Acima de tudo, trata-se de um leilão. Seja qual for a reclamação, seja qual for a oportunidade e o valor, seja qual for o impacto, diz-se que sim e que se apoia claro está. Tudo se promete rapidamente, trocando por votos potenciais. Não significa que cada classe profissional que procura melhorar os seus níveis salariais e diminuir pressão no contexto laboral não tenha razões para tal.
A informação sobre salários não é fácil de obter com certeza. Mas usando a informação disponibilizada oficialmente, no que respeita aos agentes de segurança, polícias e guardas republicanos, aparentemente, o salário mensal para o nível de entrada varia de 807 € a 1 336 €; há ainda oportunidades de fazer horas extra e trabalhos em eventos desportivos e outros. De acordo com o MAI, o salário bruto de um agente, já com suplementos incluídos, anda pelos 1.467.80 euros e com 10 de serviço é de 1.914.14 euros. Quanto às condições de ingresso, entre outras, é a frequência do 12º ano de escolaridade.
Na função pública, os técnicos superiores, a quem se exige uma licenciatura, entram na carreira geral com ordenados de 1.385,99 euros, enquanto para especialistas de sistemas e tecnologias de informação, classificados como carreira especial, o vencimento de entrada é 1.807,04 euros. Um enfermeiro especialista receberá, no mesmo nível, 1.543,88 euros. Enfim, estejam ou não absolutamente corretos os valores referidos, todas estas funções são absolutamente relevantes e mereciam ter rendimentos mais elevados. Mas vimos já que justificadamente mexer na tabela remuneratória de uns e não de outros, atribuir a uns um suplemento e a outros não, cria muitos problemas. E pode não ser justo.
Prometer a uns, respondendo positivamente a um leilão eleitoral, exigirá a revisão de toda a estrutura salarial no setor público. Pela parte que me toca, integrada nesse grande grupo de quem trabalhou já mais de 45 anos, mais do que mera promessa, é-me garantido um rendimento com aumentos constantes for ever and ever. Será que se descobriu um pote de ouro escondido no final de um arco-íris?
Dirão que o crescimento económico será fantástico, que o choque fiscal produzirá milagres, que os valores a arrecadar pelo Estado no futuro e nesse contexto, permitirão acréscimos significativos de rendimentos disponíveis para todos. É desta que vou passar umas semanas à Polinésia Francesa, o sonho de uma vida de trabalho ainda por realizar!.
O problema é este meu defeito profissional, economista e investigadora toda uma vida. Nas propostas políticas de mudança, não encontro estratégias de inovação ou diversificação, potenciadoras de vantagens comparativas adicionais num mundo cada vez mais complexo e incerto. Tudo se resume ao choque fiscal, e nada mais. Mas eu que não acredito já em contos de fadas, lembro que os mercados são traiçoeiros, e que a política fiscal deve ser utilizada com cuidado na gestão da procura agregada já que pode ter efeitos significativos sobre a inflação.
Será que as promessas avulsas ficarão incumpridas, contribuindo para desvalorizar o acordo tácito e transparente entre eleitores e políticos? Esta questão é central no contexto da democracia.
Fala-se certamente na saúde e pontualmente na educação e na justiça. As medidas propostas são vagas e incoerentes. Na saúde, acredita-se que permitindo que o acesso garantido ao setor privado, tal permitirá o crescimento do SNS, a sua saúde financeira e a maior capacidade de atração de recursos humanos médicos e de enfermagem. Conclusão espantosa: se eu tivesse, ou gerisse, um hospital privado, e me fosse garantida uma receita significativa adicional em função de serviços médicos contratados, claro que teria de contratar. Ou seja, será de esperar a tendência a uma fuga continuada de pessoal especializado do SNS. Mas dirão: as pessoas estão melhores porque terão acesso aos cuidados de saúde. Só que em fases mais complexas de muitas doenças, tem sido sempre o SNS a garantir os tratamentos, e este é apenas uma das vertentes da questão. Entretanto, o Hospital de Cascais, que se mantém a ultima parceria público-privada na área da saúde em Portugal, gerido por um grupo espanhol, é agora identificado com falta significativa não só de médicos, mas também de equipamentos e tecnologia.
Deixemos as eleições, vamos para coisas mais otimistas. O PIB cresceu 2,3% o ano passado, segundo dados recentes do INE. O crescimento foi bem acima da economia europeia, bem como as exportações. E temos, pela primeira vez, um campeão de natureza olímpica na natação. Um jovem de 19 anos. Diogo Ribeiro, cumpriu esse objetivo em duas provas fantásticas.

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