O plano de recuperação e resiliência e “a nova normalidade”
Voz às Bibliotecas
2016-04-28 às 06h00
Ao tempo de escrita desta crónica, passam alguns dias pós a comemoração do 25 de Abril de 1974 e faltam alguns dias para a comemoração do 1º de Maio. São duas datas históricas, uma com maior importância para o nosso país e a outra com importância global. A comemoração de datas históricas pretende que algum acontecimento, ou mais comumente, um momento ou conjunto de momentos revolucionários, não seja esquecido e permaneça na memória coletiva, reavivada, pelo menos, com periodicidade anual. A História recente dá a conhecer-se ao presente, pelo conhecimento experienciado ou livresco dos factos.
Para além de uma evolução contínua, lenta e quase invisível, há momentos fracturantes, de ruptura com uma corrente de conhecimento antigo, e adopção de uma total ou parcial nova forma de pensar. Muitas vezes, as rupturas epistemológicas surgem relacionadas com acontecimentos sociais e políticos e não constituem, por si sós, o acontecimento principal. Na data anteriormente referida, o 25 de Abril, todos sabemos que representa um conjunto de acontecimentos que permitiram a adopção de um regime político democrático, e uma nova vivência social para o povo português.
Foram tempos conturbados, de ruptura com um regime autoritário e adopção de um regime assente em liberdade e livre arbítrio. No entanto, as mudanças extravasaram, obviamente, as mudanças políticas, sociais e económicas. Ao nível do conhecimento, especialmente no que concerne à sua transmissão e ao nível da produção e difusão cultural, as mudanças foram gigantescas. Finda a censura, tal como era conhecida no Estado Novo, assistiu-se a uma explosão de publicações, de encenações de peças de teatro, e de produção de eventos culturais no geral. A liberdade traz sempre novas e surpreendentes formas de expressão e, mesmo no meio de alguns naturais excessos, há um real avanço no conhecimento, pela liberdade de opinião (intelectual) e de expressão.
A outra data indicada, o 1º de Maio, dia do Trabalhador, e que se refere à comemoração de um conjunto de conquistas laborais importantes no mundo, comporta em si também avanços importantes na área do conhecimento. Diga-se, a título de curiosidade que algo liga as duas datas - o 1º de Maio só começou a ser comemorado em Portugal, após o 25 de Abril de 1974.
Estas conquistas nos direitos e regalias dos trabalhadores permitiram a redução do horário de trabalho, a subida das remunerações médias, entre outras.
Tais conquistas permitiram que não só os trabalhadores, especialmente os menos especializados e desfavorecidos, passassem a ter mais tempo livre para usufruírem com a família, sendo mais facilitado o acesso à educação e ao conhecimento, através da leitura e da escrita, através do acesso a eventos culturais. O mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta.
Pela leitura, pela escrita, pela comunicação, pela socialização cultural, o cidadão obtém mais firmeza de opinião e de expressão. Em cada acontecimento histórico, há sempre um pequeno sobressalto na linha contínua da evolução do conhecimento que, em muitos casos, representa um avanço, de maior ou menor grau e, em outros representa um retrocesso que novos acontecimentos, mais à frente, anularão. Porque a linha de evolução do conhecimento só tem um sentido e esse é o do progresso, feito por vezes entre datas.
15 Abril 2021
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