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Era uma vez uma escola do bem-estar

A urgência de uma estratégia para a valorização do ensino profissional

Era uma vez uma escola do bem-estar

Voz aos Escritores

2024-05-17 às 06h00

Fernanda Santos Fernanda Santos

Aprendemos melhor quando nos sentimos bem e recordamos melhor aquilo que tem uma conotação forte e positiva. O bem-estar implica um ambiente escolar confortável, onde se oferecem as condições necessárias para que os alunos se envolvam nas atividades escolares, dentro e fora da sala de aula.
Todavia, o bem-estar implica também o relacionamento interpessoal entre os alunos, os professores e os restantes profissionais. Da intervenção e da interação de todos depende muito o ambiente que se vive.
Por vezes, torna-se difícil que cada aluno possa ser conhecido pela generalidade dos adultos, para além dos seus próprios professores. Por outro lado, a sobrelotação, entre outros problemas, fomenta a agressividade entre os alunos, assumindo formas diversas, tais como bullying, agressões físicas ou verbais de carácter mais pontual e até a extorsão de objetos ou de dinheiro. Por isso, a agressividade entre os alunos não pode ser ignorada.
Ora, na escola do bem-estar, o empenho e a dedicação à escola pelos docentes eram enormes! A convivência entre todos era afirmada pela ATL, pelos clubes pelas e atividades ricas e inovadoras: saraus, feiras de livros e temáticas, visitas de estudo, intercâmbios nacionais e internacionais.
Podemos dizer que éramos felizes e não sabíamos até surgir a ministra Lurdes Rodrigues e baralhar isto tudo. Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. E nós escolhemos lutar, escolhemos “Fidelizar Recursos para Esbater o Insucesso" (o nosso Projeto FREI).
A paixão faz-se de combate, de conflito. É, então, que a “Ação da Escola do bem-estar” nasce forte e sonhadora. Visa uma melhor aquisição da aprendizagem com atividades concretas de melhoria da qualidade dos espaços físicos escolares e da promoção de ações de melhoria das relações humanas. Assim, desenvolvemos concursos e projetos de intervenção a este nível, tais como o Projeto Esperança, o Projeto Eco-Sala, o Projeto + Atitude, entre outros. Os alunos meteram mãos à obra com brio e orgulho. Cuidar das suas gentes era agora a motivação seguinte. O Gabinete de Mediação e Orientação Escolar (GMOE) era uma necessidade. Sabíamos que humanizar a escola é importante para que todos os que a habitam se possam aí sentir bem, para que ela seja promotora de saúde e de aprendizagem. Sabemos agora que uns precisam de elogios, de reconhecimento. Outros de silêncio. Uns precisam de força, de coragem. Outros de afirmação. Uns precisam de música. Outros de dança. Outros de poesia. Todos precisam de afetos, de amor. O Gabinete de Mediação e Orientação Escolar (GMOE) era agora uma realidade. A escola uma família alargada. Por isso, escola é um lugar de saudade. Ecos de verdade. Onde os olhares nos falam de amizade. Nela mora a gente que por nós passou. Olhamos e vemos. Estão todos lá. Ninguém saiu da moldura.
É tão bom reviver os momentos que fazem o nosso coração sorrir ou mesmo chorar.
Cada escola é um livro ainda por escrever. Uma luz acesa onde podemos ler a viagem da vida.
Cada escola tem a sua história bem vincada no fundo da memória, salpicos de uma tela jamais esquecida.
É nas suas memórias que nos encontramos, que lemos mil vidas pontinho por ponto e as soletramos com emoção. Todas nos falam de nós. São alma viva, candeia, lareira com voz. Porque a viagem que aqui fazemos mora-nos no coração. Assim, um fragmento, outro fragmento, milhares. Um a um. Uma história constrói-se à força de pequenas coisas. Do passado faz-se futuro. Prepara-se o terreno, escutam-se todos os desejos, misturam-se os sonhos e semeiam-se com a humildade que corre nas veias da nossa imaginação. Será fértil a colheita. Não adianta sair para procurar a felicidade, pois ela mora aqui.
Sejamos felizes!

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