Correio do Minho

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Erasmus - 30 anos e 9 milhões de participantes depois, a Europa está muito mais rica

Recordando o 75.º Aniversário do Escutismo nos Açores

Ideias

2017-11-02 às 06h00

Sofia Colares Alves Sofia Colares Alves

Em 2017, o mais famoso programa de mobilidade, convívio e aprendizagem completa 30 anos de vida. Atualmente, o programa Erasmus é uma imagem de marca da União Europeia, um dos pilares da sua integração, sendo reconhecido mundialmente. Esta iniciativa une pessoas de origens muito diferentes e contribui para o desenvolvimento de competências necessárias para o sucesso na vida profissional e pessoal.

Até hoje, no total, o programa Erasmus proporcionou uma experiência internacional a mais de 9 milhões de cidadãos. Desses, estima-se que mais de 211 mil portugueses tenham usufruído do programa Erasmus, sendo 116 mil deles estudantes do ensino superior - valores impressionantes mas que, mesmo assim, mantêm Portugal como um país que recebe mais pessoas do que aquelas que envia para outros países ao abrigo do programa.

A convivência cultural promove a curiosidade, o respeito e a tolerância pelo outro. Aproxima-nos e conquista-nos pelas diferenças. Transporta-nos para uma realidade completamente diferente, repleta de vários idiomas, comida e sabores a provar, hábitos e costumes diferentes a respeitar - uma experiência de vida única e um ponto de viragem para muitos jovens. É desta partilha que nasce a noção de cidadania europeia, complementar à nossa identidade nacional.

Por outro lado, há quem opte por fazer um programa de mobilidade para enriquecer o seu currículo, estudar numa faculdade estrangeira ou simplesmente melhorar as suas perspetivas de emprego - afinal a taxa de desemprego dos jovens que estudaram ou treinaram no exterior é 23 % menor em relação aos restantes. Esta foi uma das razões que levou o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a dizer que todo o dinheiro investido no programa Erasmus+ é um investimento no futuro: no futuro de um jovem e no nosso ideal de Europa. Os 2,1 mil milhões de euros direcionados para os mais de 19 mil projetos e 69 mil organizações revelam o compromisso da Europa com os seus cidadãos e o futuro.

Graças ao seu sucesso e impacto positivo, a Comissão Europeia resolveu expandir a iniciativa para uma oferta mais inclusiva - à mobilidade de estudantes acrescentam-se programas de educação informal, formação profissional, juventude e desporto. O Erasmus+ nasceu para que estudantes, estagiários, professores ou voluntários, de dentro ou fora da União Europeia, pudessem conhecer, aprender e viver uma forma de vida diferente. Este passo em frente facilita a cooperação intercultural e entre gerações e, em simultâneo, permite combater o abandono escolar precoce e promover a frequência e conclusão do ensino superior, uma cidadania ativa, um estilo de vida saudável e os valores europeus: respeito pela dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, Estado de Direito e direitos humanos, nomeadamente os direitos das minorias, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres.

Parece, assim, justo que 2017 seja um ano não só para comemorar tudo o que o programa Erasmus+ alcançou até à data mas também para refletir sobre o futuro da Europa que podemos construir juntos.

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