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Escutismo: uma educação para a vida

Os bobos

Escreve quem sabe

2011-09-09 às 06h00

Carlos Alberto Pereira Carlos Alberto Pereira

“O Escuteiro é activo fazendo o bem e não passivo sendo bom”
Baden-Powell, in Escutismo para rapazes

O escutismo é, nos dias de hoje, o maior movimento de juventude e de educação não formal em Portugal e no mundo. Esta estrutura educativa que educa para a vida começou em Inglaterra em 1907 pela iniciativa de Baden-Powell. O fato de o início do escutismo estar ligado ao acampamento realizado, na ilha de Brownsea, de 1 a 9 de Agosto, desse ano, exprime uma vontade do fundador de ligar o movimento então nascente à natureza, ao sistema de patrulhas e à educação pela ação.

Mais de 100 anos depois deste primeiro acampamento escutista os 22 rapazes que compunham as 4 patrulhas multiplicaram-se exponencialmente e hoje, espalhados pelos 5 continentes, em 216 países, mais de 25 milhões de crianças e jovens vivem esta experiência educativa de cidadania.
No nosso país há três associações escutistas reconhecidas pela estrutura mundial: a AEP - Associação dos Escoteiros de Portugal, com 13 mil associados, o CNE - Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, com 70 mil associados e a AGP - Associação das Guias de Portugal com cerca de 6 mil.

Toda elas estão baseadas no serviço voluntário dos adultos e têm como missão contribuir para a educação dos jovens, partindo de um sistema de valores enunciados na Lei e na Promessa escutistas, ajudando a construir um mundo melhor, em que as pessoas se sintam plenamente realizadas como indivíduos e desempenhem um papel construtivo na sociedade, desenvolvendo a sua ação educativa através da vida ao ar livre na natureza, do sistema de patrulhas, o aprender fazendo, do progresso individual, de uma mística e simbologia, do apoio do adulto num quadro de valores defini-dos pela Lei e pela Promessa escutistas.

A educação escutista, em Portugal e no mundo, alicerça-se em três princípios fundamentais: o dever para consigo próprio - o dever de cada um de desenvolver a sua própria autonomia e assumir a responsabilidade por si próprio; o dever para com os outros - o dever de cada um de reconhecer e respeitar os outros e o mundo sabendo que deve viver em interação constante com eles e contribuir ativamente para o seu bem; o dever para com Deus - o dever de cada um buscar um significado maior para a vida e de fazer seus, no dia-a-dia, os valores espirituais nele contidos.

É verdade que cada uma das associações irmãs tem as suas características próprias na implementação do método escu-tista, sem deixar de lhe ser fiel. Em todas há quatro secções ou ramas onde se agrupam as crian-ças, os pré adolescentes os adolescentes e os jovens designados por terminologia diferente de acordo com as místicas e simbologias adotadas por cada associação.
Poderemos dizer que a AEP e o CNE são associações coeducativas enquanto a AGP será predominantemente feminina.

Por outro lado a AEP e a AGP são associações pluriconfecionais, isto é, aceitam rapazes e raparigas de diversas religiões, enquanto o CNE se assume como um associação de escuteiros católicos. Também aqui esta diversidade se enquadra no pensamento do fundador, pois no capítulo (palestra de bivaque) número 22 do seu livro Escutismo para rapazes escreve: O homem de pouco vale se não acreditar em Deus e obedecer às suas leis. Por isso todo o escuteiro deve ter uma religião, (pá-gina 256, na 3ª edição).

Esta visão diferenciada que cada associação tem potencia ainda mais a oferta educativa e permite uma escolha mais rica por parte das famílias. Desta forma cada movimento constrói diferentes percursos educativos para ajudarem crianças e jovens a tornarem-se verdadeiros cidadãos nas dimensões nacional, internacional e universal.

Uma saudação de congratulação para os irmãos das Associação dos Escoteiros de Portugal pelo seu centésimo aniversário da fundação do primeiro Grupo no longínquo ano de 1911 e na também longínqua terra de Macau, bem hajam pelo serviço educativo prestado aos jovens, à sociedade e a Portugal.

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