Correio do Minho

Braga, segunda-feira

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Estórias com História de um grande Clube

Premiando o mérito nas Escolas Carlos Amarante

Conta o Leitor

2014-08-24 às 06h00

Escritor Escritor

POR CARLOS ALBERTO RODRIGUES

Escolheram para nome Sporting Clube de Braga, com o nome de Celestino Lobo á cabeça, apesar de pensado e fundado sobretudo por benfiquistas e sportinguistas (daí o nome “sporting” e o primeiro equipamento ser de cor verde). Só mais tarde com o mui iluminado Senhor Szabo que tendo assistido a um jogo do Arsenal de Londres trouxe a ideia do equipamento vermelho com mangas brancas cá para o burgo.

E se o clube teve essa particularidade da cor do equipamento, da nomenclatura, continua a ser um grémio sui generis no que a sua (s) Sede (s) diz respeito, com a mesma a aparecer ao longo dos anos em vários locais da urbe: (Av. Central, Largo S. João, Teatro Circo, Largos de S. Francisco ou Barão S. Martinho Rua S. Marcos, Rua dos Chãos, Campo da Vinha, Imaculada Conceição ou Estádio 1º de Maio.

O mesmo aconteceu com o seu campo de jogos. Ditam textos da época que foram vários os locais escolhidos para palco dos jogos do novel clube da cidade. O campo das Goladas, na freguesia de S. Victor, o campo do Liceu Sá de Miranda onde, segundo rezam as crónicas realizou-se o primeiro jogo do SCB contra os lisboetas do Algés e Dafundo. Seguir-se-ia o campo do Raio que arrastou verdadeiras multidões e depois de ultrapassada a primeira de muitas crises o campo da Ponte cujo primeiro adversário seria o Vianense e posteriormente o 1º de Maio. Estes aqui citados serão os mais importantes e que conferiam mudanças no clube.

Infelizmente hoje ainda não se pode dizer que o SCB tem uma Sede de acordo com a grandeza entretanto alcançada pelo clube. Há equipas de divisões inferiores que podem não ser tão competitivas como o “nosso” Braguinha mas orgulham-se de ter como património um imóvel próprio sem ter que andar de candeias às avessas nem com a casa (a Sede, neste caso) às costas. É triste mas também é verdade. E se é prioritário para a atual presidência uma Academia que seja geradora de valores humanos e desportivos também não será descabido colocar como “urgente” este tema.

Depois podemos fazer longas e belas tertúlias em volta deste assunto e anexar o facto de termos dois dos mais belos estádios do país. Um apesar de símbolo do Estado Novo, foi palco de tardes e noites de glórias viu crescer um clube nacional e internacionalmente, o outro já deste século, obra-prima de Souto Moura e vencedor de vários prémios, apesar de não ser consensual nem do agrado de todos que preferiam um estádio em estilo anel (finalmente pois o 1º de Maio também não era completamente “fechado”)

Numa altura em que o clube corre para o centenário convém homenagear alguns homens que muito deram pelo clube e se tornaram também eles em grandes nomes do dirigismo desportivo. De João Oliveira - primeiro presidente - a Durval Morais ou Manuel Esmeriz.

De Antunes Guimarães, Dr. Felicíssimo Campos - um dos maiores nomes que serviu o clube - ou Lito de Almeida até Nuno Cunha o próprio Mesquita Machado, João Gomes Oliveira ou até António Salvador Rodrigues. Fizeram dum pequeno clube um grémio eclético hoje em dia falado em todo o mundo sobretudo a partir da última década e que teve epílogo com a presença na Champions e conquista do 2º lugar na Liga.

E se escrevemos estórias á volta do nome das cores do clube de suas Sedes e dirigentes, mal seria se não fosse mencionado o nome de alguns homens que tomaram o leme na condução dos jogadores rumo às vitórias. E nesse aspeto realce para Germano de Vasconcelos, Szabo, o tal responsável pelas camisolas “á Arsenal”, Mestre Cândido de Oliveira, Mário Imbelloni, Rui Sim-Sim, Fernando Caiado, Mário Lino ou Juca, Quinito, Humberto Coelho, Manuel José, António Oliveira, Manuel Cajuda, Fernando Castro Santos, Toni, Jesualdo Ferreira, Jorge Costa, Carlos Carvalhal ou Domingos Paciência e Jesus.

A terminar os responsáveis máximos por o clube estar hoje no patamar que ocupa por direito:
Os jogadores que ao longo destes 93 anos pisaram os relvados dos vários palcos.

Sem querer ser injusto porque nisto de nomear A ou B pode-se esquecer até dos mais ilustres mas cronologicamente de Alberto Augusto - primeiro internacional AA, Estêvão, Canário, Baptista, Perrichon… aos anos 70 e 80 responsáveis pela minha paixão por este clube e por isso mesmo posso alongar-me um pouco na lista de nomes como sejam os guardiões Fidalgo, Valter, João (Pilas), Conhé, Hélder aos defesas Artur João Cardoso, Mendes ou Fernando, Dito - único jogador do clube com internacionalizações em todos os escalões - Garcia, Guedes, Serra, Rolando Mundinho, Jorge Gomes, Wando, Nelinho. Os Chicos Gordo e o Faria, Canavarro até aos mais atuais Quim Rui Coreia Zé Nuno Azevedo, Toni, Odair, Idalécio, Artur Jorge, Nem, Sérgio, Barroso, Karoglan, Edmilson, Riva, Miklos Fehér ou deste século Paulo Santos, Eduardo, Jorge Luiz, João Pereira ou Evaldo, Vandinho ou Madrid, Mossoró, Meyong, Lima, Alan, João Tomás, Sílvio, Éder, Custódio....

Claro que ficaram muitos por referir mas tornar-se-ia extenso mas nem por isso menos meritório, mas o facto de um dia terem vestido a camisola do arsenal do Minho nas suas mais variadas versões só por si já atenua esta “culpa” que posso sentir por ter olvidado este ou aquele.
Fica para a história um clube intrinsecamente ligado às gentes desta cidade que viviu várias crises de identidade e financeiras mas que com a carolice de uns aliada a sapiência em administrar e congregar forças vivas da cidade, de outros, sempre ultrapassaram os obstáculos e é hoje em dia, á exceção de Porto Sporting e Benfica, a equipa com mais anos consecutivos de 1ª Divisão pois outros emblemas históricos caíram em outras divisões como são exemplos o Belenenses, Boavista ou Guimarães.

Que seja para durar este recorde que será responsável a médio longo prazo por colocar o SCBraga logo a seguir aos 3 chamados grandes. Aí sim, não haverá mais qualquer tipo de dúvida sobre quem será o 4º de Portugal, desportiva ou estatisticamente falando. Que a isto se junte troféus para serem verdadeiros testemunhos dessa proeza, como aconteceu em pouco tempo com a taça Intertoto e a Taça da Liga.

E então TODOS os nomes para além dos que aqui não foram mencionados mas ligados ao clube sentirão um orgulho capaz de transbordar os corações e sentirem o dever de missão cumprida.
Assim seja.

Viva o Sporting Clube de Braga desde o tempo das camisolas bipartidas de verde e branco até ao vermelho que serve de fundo ao emblema com os cinco castelos da sorte, Nossa Senhora do Leite e as duas torres pilares que sustentam a força e caráter de um clube que conseguiu quebrar barreiras, sair da cidade e abraçar outras latitudes deste mundo.

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