Chegado o mês de junho, tudo muda nas escolas. Os dias esticam-se, os corredores perdem o habitual burburinho, e a atenção concentra-se nas salas onde se jogam os últimos esforços — entre exames, apresentações e avaliações finais. Mais do que medir o desempenho dos alunos, este tempo serve para olhar para trás e perceber o quanto se cresceu, quantos desafios foram ultrapassados, quantas descobertas se fizeram. A escola, afinal, é bem mais do que um espaço para aprender matérias: é um terreno fértil de crescimento e oportunidade.
No Agrupamento de Escolas de Maximinos, junho marca sempre um ciclo de transições. Para os alunos do 9.º ano, os exames representam uma viragem: fecham-se portas e outras tantas se abrem, seja rumo a cursos científico-humanísticos ou profissionais. Já para os do 12.º ano, o momento tem ainda mais peso — os exames nacionais podem ditar o futuro no ensino superior, mas simbolizam também o fim de uma etapa que moldou quem são.
Estes momentos, muitas vezes vistos apenas como etapas escolares, são muito mais que isso. São verdadeiros ritos de passagem. Atrás de cada teste há histórias de luta, de escolhas difíceis, de esperanças e de medos. E há também uma escola presente — que escuta, que orienta, que está ali para apoiar cada passo.
Mas nem só das grandes mudanças vive o final do ano. Há transições mais subtis — do 1.º para o 2.º ciclo, do 2.º para o 3.º — que também merecem atenção. Sabemos, pela experiência, que esses pequenos saltos podem influenciar todo um percurso escolar. Por isso investimos em programas de transição, visitas aos novos espaços, tutorias e atividades que ajudem a integrar. Porque a escola deve ser, acima de tudo, um espaço de continuidade e acolhimento.
Assim, o fim do ano letivo não é só um encerramento — é um momento de esperança. Um tempo em que, com exigência e cuidado, se prepara o que vem a seguir. O verdadeiro desafio nunca foi apenas ensinar para os exames, mas sim ajudar a construir futuros.
E já agora, num registo mais pessoal, vale a pena deixar uma palavra sobre a nossa EB23 Frei Caetano Brandão. Com mais de quatro décadas de história, é uma das colunas fortes do agrupamento. Está prestes a receber obras de requalificação — um passo necessário, há muito esperado e que todos desejamos ver acontecer. Mas importa lembrar: os edifícios mudam, o essencial não.
Comparar esta escola ao lendário Mercedes-Benz 190D talvez diga tudo: não brilha como os modelos mais recentes, mas não há como pôr em causa a sua fiabilidade. É um clássico — sólido, feito com saber e, no nosso caso, com uma “engenharia humana” que resiste ao tempo e às tendências. Quem entra ali sente — há uma missão em curso, um espírito que alia exigência ao cuidado, e uma força para se reinventar sem perder o que realmente interessa: o sucesso e o bem-estar de cada aluno.
É isso que faz a diferença: as pessoas. Professores, assistentes, técnicos, alunos e famílias que, todos os dias, juntos, constroem uma escola pública com passado firme e futuro promissor.
Por isso sim — venham as obras. São esperadas com entusiasmo. Mas saibam todos: o que realmente conta não cabe em metros quadrados. Mede-se em confiança, em segurança, em compromisso. E esse motor... está afinado. E pronto para muitas mais viagens.
Mais do que paredes, horários ou programas, a escola é feita de vínculos — daqueles que se constroem devagar, entre manhãs apressadas, dúvidas partilhadas e conquistas celebradas.
É nesse tecido invisível que reside a força do Agrupamento de Escolas de Maximinos: numa rede de relações que, mesmo em tempos difíceis, segura cada aluno com firmeza e humanidade. É por isso que, quando se fala de futuro, não falamos só de infraestruturas ou reformas — falamos de cuidar das pessoas, de manter viva a chama que faz da escola um lugar onde cada um encontra espaço para ser, crescer e sonhar.