Correio do Minho

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Frases soltas

Uma primeira vez... no andebol feminino

Ideias

2017-10-06 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Quem se der ao cuidado de reter certas palavras e frases “bolçadas” pelos “cromos” do momento, é-lhe imposto sorrir perante o seu insólito ridículo e a caricata falta de senso. Lembrando algumas, começamos pela afirmação eleiçoeira e gratuita de André Ventura quando disse que “Loures vai deixar de ser a prostituta barata de Lisboa” (CM, 8.9.17), uma promessa dum então candidato autárquico que nos perturba e nos suscita sérias dúvidas. Não se sabendo quem venha a ser a dita cuja prestável e baratucha a que Lisboa terá de recorrer, confessamos que desconhecíamos tal “profissão” de Loures, como aliás ignorávamos tais “necessidades” e “carências” de Lisboa, já que sempre admitimos que fosse autosuficiente, para mais tendo um hábil e experiente Medina à frente dos seus destinos. Não conhecendo em pessoa o dito André Ventura nem em tal estando interessado, não se ignora no entanto a sua usual falação trauliteira, apaixonada, falha de isenção e por vezes despudorada com que “agride” quem o ouve como comentador desportivo e ferrenho benfiquista, ou o lê como “escrevinhador” no C.Manhã. Mas se à frase, tal como ao seu autor, se deve atribuír a relevância minimalista que flui dos seus conteúdo e momento temporal, interpretando-a de uma forma redutora num quadro de importância e valia real, não podemos deixar de considerar que o homem, que dizem ser professor universitário (antigamente os professores universitários eram de outro jaez e com outro porte e sensatez), foi vítima de uma maldosa campanha do Bloco e outros, levando-o a tribunal com a arguição de crimes de difamação e incitamento ao ódio por ter dito “que os ciganos vivem de subsídios do Estado”. Uma queixa formalizada pelo Bloco por incitar à discriminação, quando as realidades, casos e experiências de vida não só “explicam”a afirmação como lhe retiram qualquer carga eleiçoeira.
Acompanhando-o quando diz que a democracia não tem tabus e que não pode haver delitos de opinião (CM 12.9.17), refere-se a propósito que um casal “de etnia cigana” admitiu “em julgamento ter subtraído informações à Segurança Social sobre os rendimentos do agregado”, tendo até o JN (12.9.17) exarado em título : «Recebiam RSI e tinham 1,7 milhões de euros no banco». O que se teria apurado num julgamento em Castelo Branco, onde o MP se atreveu a dizer (imagine-se!...) que “A lei é igual para todos, os sacrifícios são para todos e os deveres são para todos”, mas a sentença, porém, só sairá em Outubro, após as eleições, como a acusação no caso do Sócrates, o que nos leva a pensar que a Justiça actual se vem regulando por trilhos e critérios do politicamente correcto, de conveniência e oportunidade, “avançando” e “aproveitando”as “marés” . Mas já estamos a ver o Bloco, um defensor das minorias, ele mesmo uma minoria gratuita, oportunista, espalhafatosa e barulhenta, a formalizar uma queixa contra a procuradora por não “ter embarcado” e defendido expressamente o intocável “estado de pureza” e “beatitude” da etnia cigana, não se calando e assim ter insidiosamente “discriminado” tal casal. Pois não respeitou a sua especial “singularidade” e “valores” em termos e num plano de igualdade e normalidade de acção e vida face à maioria dos cidadãos.
A grande verdade, quer se goste ou não, é que se vivem tempos em que importa tão só atender e salvaguardar as minorias e preservá-las como se fossem “espécies em via de extensão”, dando-lhes uma atenção e importância que realmente em si e na sua substância não têm, como aliás fez o Costa em relação aos partidos minorcas do PC e Bloco só para chegar a primeiro ministro, ultrapassando, dando de barato e “amachucando” o sentir e o viver da maioria de um povo, e a sua real vontade. Um povo que não é discriminador e xenófobo, e nunca se deixou afectar ou perturbar nos seus valores, identidade, agir e pensar por diferenças de raça, cor de pele, fé, crenças, convicções políticas e costumes, numa vivência já secular de hábitos de integração e assimilação. Acatando e respeitando “artificiais” maiorias, mesmo que sejam tão só um somatório esdrúxulo de números e alianças impensáveis, como aliás acontece com o próprio governo, não obstante as “curiosas” e especiais “extravagâncias” de alguns dos seus ministros e secretários, nas suas afirmações de diferença e de coragem(!).
Mas se o desejo e a a luta pelo poder explicam muita coisa, não são de acolher afirmações e profissões de fé de pendor folclórico e exibicionista com base em “clubismos” e em “arraiais” de afirmação minorca e residual de minorias, mesmo que isso respeite tão só à partida de um “cruzeiro” de Lisboa, que mereceu especial cobertura e realce mediático. No entanto, diga-se, espera-se que não tenha sido por sugestão governamental e dar razão a Costa quando “enche a boca” com o turismo, que muitas vezes tão só se afirma por um ridículo e esdrúxulo “barulho”. Mas falando em ridículo, também não é de ignorar a atitude do panista Silva em relação a uma festa de uma aldeia nortenha onde, entre os vários jogos tradicionais, havia o da morte ao galo. Fez-se um estardalhaço dos diabos para salvar o galo, e a GNR até esteve presente, quando a “morte ao galo” era tão só um dos usuais jogos da aldeia, com o caricato de ter sido ganho por uma garotinha que, de olhos vendados, acertou com um pau num ovo posto no chão do eirado, partindo-o. Assim “matou o galo”, ganhou o jogo e teve como prémio um galo vistoso, de crista vermelha, penas douradas e... “vivinho da costa”. Para suprema “gozação” e fatal “trambolhão” no ridículo do deputado panista !...
Mas o ocorrido com o estardalhaço deste “cromo” dos animais, coage-nos a classificar esta democracia de ridícula, minorca, gastadora, louca e folclórica, ainda que prenhe de pestilência, barbaridades, frases jocosas, atitudes ridículas e patacoadas bacocas. Como as do Passos Coelho, afirmando que “a greve dos juízes é impensável”(CM 11.9.17), do Costa ao dizer que “o país não tem licenciados a mais. Tem é empregos a menos para os licenciados de que necessita”(id.), aliás palavras e frases impensáveis e inauditas mas de uma tal eloquência, significado e profundidade que tão só se equiparam à de Marcelo ao afirmar : “Quando viro à direita, a direita está distraída a bater na esquerda” (CM 9.9.17). Mas a verdade é que ainda não deu para se perceber bem qual a “brecagem” e a “leveza” na direcção do “bólido” Marcelo, sempre em inesperados e inóspitos movimentos e insólitas aparições para ridícula distribuição de afectos, assemelhando-se a um ridente “sempre em pé”, bem disposto e “mexericudo”, ou a uma “bola de cautchu” em ricochetes oportunos mas mediáticos, sempre a “distilar” afectos em tudo quanto mexa e possa meter o nariz. Pelo que é difícil uma correcta percepção das suas viragens e ... viagens, admitindo-se que tenha sido uma mera piada sua. Aliás como piada, e de puro gozo, é a foto no “Humor Bananal” do C.M. de 12. 9.17 onde se via uma “roulotte” de farturas, iguais a muitas outras, exibindo um cartaz onde se lia: “ O Costa/das/Farturas de Mafra”.
Ficando-nos só pelo “gostoso”pormenor, anota-se que muitas “farturas” ocas, farfalhudas e enganadoras vêm sendo bolçadas por cromos políticos que até se prestam a fotografias ao lado do conhecido “emplastro”, como o Pizarro (CM, 21.9.17). E não é que nem já isso nos choca !?... Curiosas coincidências, dirão muitos!...

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