Correio do Minho

Braga, sábado

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É Hora de Garantir Habitação

Desigualdade no Mundo acentua-se

É Hora de Garantir Habitação

Ideias Políticas

2024-01-30 às 06h00

Gonçalo Silva Gonçalo Silva

A Plataforma Casa para Viver – constituída por centenas de organizações – organizou no passado Sábado dia 27 de Janeiro acções de luta cá em Braga, em Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro. Faro, Lagos, Portimão, Albufeira, Leiria, Benavente, Coimbra, Viseu, Funchal, Covilhã, Évora, Beja, Sines e Portalegre.
Foram milhares aqueles que saíram à rua pelo direito à habitação, exigindo a redução das prestações, colocando os lucros da banca a pagar o aumento das taxas de juro, baixar e regular as rendas, alargar a duração dos contractos, pôr fim aos despejos, desocupações e demolições.
Foram também muitos os jovens dentro destes milhares que não aceitam a realidade de não conseguirem sair de casa dos pais e atingir a sua independência, da falta de camas públicas no Ensino Superior, da impossibilidade de constituírem família e de terem uma vida digna em casa própria tendo de passar décadas a partilhar casa com desconhecidos.
E é por isto que o direito à habitação não é um fim em si mesmo mas potencia por si só uma panóplia de outros direitos fundamentais: o direito à saúde: uma habitação digna e salubre é a melhor garantia de uma boa saúde física e mental; o direito há educação – um estudante que tenha que viajar 3h por dia pois vive longe da sua escola tem um pior aproveitamento; direito ao lazer e ao descanso – descansar no sofá a ver um filme ao final do dia é mais complicado para quem vive com desconhecidos.
Não é de espantar que cada vez mais jovens decidam arriscar e morar no estrangeiro, quando é mais fácil mudar de país do que encontrar casa acessível nas nossas cidades. Enquanto a percentagem de habita- ção pública nos outros países da Europa ronda os 20% e 30% de todos os imóveis arrendados, em Portugal são uns meros 2%. Os restantes estão entregues à especulação do mercado privado, aos grandes grupos financeiros e aos bancos que lucram 12 milhões de euros por dia.
As rendas aumentam, algumas delas até para o dobro, mas o salário só sobe mais umas dezenas. A conta do supermercado sobe, mas a pensão continua igual. Não é com esta realidade que os jovens ficam no país, não é com a política de baixos salários e de rendas altas que se assegura um futuro de qualidade para a juventude.
Iniciativa dia 6
São centenas e centenas os jovens que, mesmo sem filiação partidária, têm vindo ao longo das últimas semanas a manifestar o seu apoio à CDU, participam nas iniciativas, pintam faixas e murais e levam a cada vez mais jovens a visão para o país que a CDU traça. São todos aqueles, amigos e colegas, vêm no projecto da CDU um projecto de futuro, que rompe com a política de direita e que coloca os interesses do povo e dos trabalhadores acima da vontade do grande capital.
É no reforço da CDU no próximo dia 10 de Março, que reside a solução. Só com a presença activa dos jovens na luta organizada é que é possível conquistar o futuro que Abril traçou e que ficou por cumprir.
No próximo dia 6 de Fevereiro, pelas 13h00, realizar-se-á uma Tribuna Pública sobre o mote “É Hora de Garantir o Alojamento Estudantil” no Prometeu, no Campus de Gualtar da Universidade do Minho, com a presença de João Oliveira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

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