Um batizado especial
Ideias
2023-04-15 às 06h00
Há coisas que acontecem e que não interessam para nada. E, por isso mesmo, ninguém, “nós”, não lhes ligamos nada. Nem sequer reagimos ou ficamos admirados. E mais, nem percebemos porque é que algumas pessoas querem que se discutam essas coisas…que, na prática, são mais ou menos inconsequentes. São, com certeza, aqueles chatos que, quando começa o telejornal, nem mudam de canal!
Na realidade, só algumas visões enviesadas e de quem não sabe bem o que é a vida (“eles”) – como alguns intelectuais, uns poucos jornalistas e comentadores, um ou outro político e algum bizarro cidadão com a mania de ir lendo jornais (nem que seja na Internet) - é que pode discutir e, por vezes, tentar discutir mesmo com veemência, essas coisas….menores! Alguns tentam fazer uma “tempestade num copo de água”, só porque meia dúzia de deputados concertaram uma estratégia de respostas (ou, no mínimo, quiseram saber o que se iria dizer) numa comissão de inquérito parlamentar, com a própria inquirida. Estamos a falar da ex-CEO da TAP que se envolveu numa reunião com alguns dos “inquiridores-deputados”, em véspera da sua presença diante da comissão de inquérito. E, pelo que se diz, alguns elementos ligados ao próprio executivo também apadrinharam tal reunião. Não se percebe nada! “Eles” são presos por ter cão e por não ter. Ou bem que tentam informar-se, trabalhar, envolverem-se nos assuntos e são criticados por minudências e formalismos que não interessam ao comum dos mortais, ou bem que não, sendo criticados na mesma. Qual é o problema de a inquirida falar, à porta fechada e discretamente, com os inquiridores!? E onde está o drama de pessoas ligadas ao governo “acompanharem” o trabalho dos deputados…que, ainda por cima, apoiam o próprio governo?! Ajudarem, quiçá, a inquirida a – dadas as suas dificuldades com a língua portuguesa - expressar-se melhor e dizer aquilo que interessa (aos ditos deputados)? É claro que aparecem logo uns exóticos cinzentões juristas a falar de coisas que não interessam para nada, na vida das pessoas, como “separação de poderes”,
“Estado de Direito” e perturbação da descoberta da verdade material, como se isso importasse alguma coisa a quem tem que trabalhar a sério. Sim, porque isso que “eles” fazem (no fundo, falar) não é bem trabalho! Aliás, houve mesmo um desses deputados que disse o que é obvio e que toda a gente, se percebesse alguma coisa do que quer que seja, via logo: é tudo normal e é frequente (e, portanto, normal) que os inquiridos se reúnam com quem quiserem. Mas - imagine-se! - por causa desses pruridos teóricos e do que disse, esse deputado já teve que sair da dita comissão parlamentar de inquérito. Aliás, o próprio Primeiro-Ministro que não sabia da coisa (porque, naturalmente, não tinha importância nenhuma), acabou por dizer, mais ou menos, o mesmo e, que se saiba, não vai sair…pelo menos, tão cedo assim!
E depois discutem se um “deles” que quis ser simpático com o Senhor Presidente, deveria, ou não, ter enviado uma mensagem à tal inquirida, sugerindo-lhe a gentileza de fazer um favor precisamente ao Senhor Presidente! Uma pessoa quer ser simpática e depois, pronto, cai-lhe tudo em cima. Não se percebe essa gente da política, nem os tais jornalistas, comentadores, juristas e outros excêntricos! Como se “nós” que nos vemos desesperados para conseguir viver com este aumento dos preços de tudo (“…em todo o lado, ao mesmo o tempo”), estivéssemos preocupados com isso, com essa espécie de joguinhos que “eles” fazem! Mais importante é o futebol. E foi muito aborrecido que a Holanda (ou Países Baixos) nos tivessem ultrapassado no “ranking” europeu e no número de equipas na “Champions League”. Mas também aí, no futebol, lá estamos nós a tentar discutir o que também não é importante. Os Tribunais entretêm-se com pormenores que não interessam nada ao comum dos cidadãos. Casos de funcionários que entram nos computadores e nos processos dos juízes (e lá vêm outra vez falar de “Estado de Direito”!), que falam com diretores de clubes onde trabalham, mas sem que quem manda nesses clubes saiba alguma coisa, uns tipos que dão dinheiro a jogadores, enfim, nada que tenha a ver com o que gostamos de ver e que interessa: a bola. Mas, pelos vistos, essa mania não é só nossa. Não é que há um vídeo divulgado ontem pela imprensa dos tais Países Baixos, a gozar connosco por essas coisas que não interessam a ninguém?! É mesmo típico de países ricos; se tivessem que trabalhar como nós e passassem as nossas dificuldades, queriam lá saber dessas minudências “teóricas”! Gozam-nos, enxovalham-nos de barriga cheia. Isso sim, já justificaria uma reação diplomática…. E uma das tais “comissões parlamentares de inquérito”, digo eu!
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