Os amigos de Mariana (1ª parte)
Ideias
2020-03-19 às 06h00
Encontramo-nos neste espaço para voltarmos a refletir sobre como a leitura e a escrita podem ser excelentes mecanismos para nos equilibrarmos emocionalmente e “tomarmos vitaminas” para a nossa saúde mental.
A leitura de livros de ficção ou não ficção pode ser um excelente refúgio para viajarmos para um mundo diferente. Temos agora necessidade de nos afastarmos um pouco das notícias ruidosas, daqueles cenários que pelo seu grau de repetição e intensidade nos ferem os olhos e os ouvidos, nos desgastam mentalmente. Precisamos urgentemente de descansar a mente, aliviar muito do nosso stress. Ler depende da nossa escolha do dia, uma opção de vida. Passearmo-nos pelas narrativas ficcionadas dos outros, sem sair de casa, é um bom exercício. Acabamos sempre por desenvolver profundamente o nosso cérebro, de forma mais saudável e enriquecida. Por meio dos livros, viajamos na história, imaginamos, criamos, identificamos e revivemos memórias afetivas. Este simples ato de nos debruçarmos sob uma obra literária, leva-nos a descobertas maravilhosas que muitas vezes estão adormecidas, imergidas nos problemas do dia a dia, das crises política, económica, saúde do país, do medo e insegurança que nos acometem.
Criar o hábito da leitura para muitos indivíduos pode ser uma barreira. Mas segundo os especialistas, é algo que se desenvolve de maneira simples e surge da prática diária e de forma repetida. Não será esta uma boa época para se lançar ao desafio da leitura? A prática de começar devagar, com leituras simples e curtas, a ler revistas temáticas, poemas, a reservar trinta minutos do seu dia para este hábito, lendo quinze páginas, conseguirá no espaço de um mês ler quatrocentos e cinquenta páginas, um verdadeiro romance. A organização do tempo é essencial, podendo sempre dedicar curtos espaços de tempo ao acordar, ou ao tomar o seu pequeno-almoço, a tomar café ou chá, no sofá, cama ou varanda. Toda a leitura nos leva a novas leituras, num infinito de opções. Deixe-se desafiar.
Usar a escrita como terapia poderá também ser um óptimo recurso para melhorar a sua qualidade de vida. É uma ferramenta que nos é proporcionada felizmente nos dias de hoje, desde a nossa infância, cómoda e barata, e que serve para nos afastarmos dos nossos problemas por instantes e melhor nos posicionarmos para os ver.
De realçar que a literatura, especialmente a poesia, é um excelente remédio terapêutico, um meio para eliminar angústias, raivas contidas, para fomentar a auto-estima, a capacidade de relação com o EU, com os outros, e a ultrapassar medos. Aprendemos, por exemplo, a relativizar o ridículo, quando escrevemos como nos sentimos em relação ao eu e aos outros, e quais os nossos sonhos. A capacidade terapêutica da poesia, passa por ouvir a cadência da palavra, do discurso poético, em prosa ou verso, conduzindo a uma máxima elevação quando se escreve. O despertar para o gosto da escrita poética, num registo de criação própria é uma vontade de libertação do eu. É um caminho que qualquer um de nós pode seguir. Mesmo que seja no seu mais íntimo registo. A criatividade e a aprendizagem da escrita permitem-nos, no dia-a-dia, libertarmo-nos, respirarmos ar fresco, carregarmo-nos de energias, e atravessarmos portas do pensamento, das emoções e da fantasia. Adquirir o hábito de escrever um poema em cada dia ajuda a superar o bloqueio inicial e o medo ao papel branco, que pode eventualmente barrar-nos o processo terapêutico inicial. A poesia é considerada a mais completa, misteriosa e incompreensível arte da palavra. Escrever um poema ajuda a que as conexões entre os dois hemisférios cerebrais se realizem com maior eficácia, uma vez que atuam entre a parte racional e a parte emocional criativa. Estas conexões fazem com que o cérebro se predisponha mais à resolução de problemas e que seja mais fácil fazer frente ao stress. Também nos ajuda a sair fora de nós e a educar a observação que fazemos do mundo, dos nossos estados internos e a gozar mais o mundo exterior. Levante a cabeça, lute para encontrar a sua liberdade no espaço que hoje tem, lendo muito, e escrevendo também.
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