Nobel de Economia de 2024: desigualdade, colonização e instituições
Voz às Escolas
2024-02-08 às 06h00
No ano em que celebramos os 50 anos da Revolução dos Cravos (25 de abril de 1974), é pertinente questionar se os princípios orientadores da Educação em Portugal são de facto, impulsionadores de políticas e práticas educativas bem-sucedidas diante dos desafios do século XXI.
Antes da Revolução de abril, o sistema educativo português estava manifestamente marcado e subjugado por um regime autoritário, controlado pelo Estado Novo, profundamente ideológico e defensor de valores tradicionais como "Deus, Pátria, e Família". A censura e a repressão limitavam, a uma parte muito significativa da população portuguesa (inquestionavelmente as classes mais desfavorecidas), a liberdade académica e o acesso à educação e à cultura.
É um facto inquestionável que após 1974, a educação em Portugal ganhou uma força que não possuía anteriormente, evidenciada pela redução significativa da taxa de analfabetismo (26% em 1970 para cerca de 3% em 2022), pelo aumento das taxas de escolaridade e de acesso ao ensino superior. O alargamento da escolaridade obrigatória para nove anos e, posteriormente, para doze anos, permitiu um acesso mais alargado à educação básica e a promoção de uma escola mais inclusiva, com especial atenção à diversidade e às necessidades específicas dos alunos.
Com o 25 de abril e o advento da democracia representativa, o sistema educativo português, reflexo dos princípios da Constituição de 1976, promoveu os valores democráticos e a garantia de igualdade de oportunidades para todos. A criação de escolas democráticas e participativas respondeu ao sonho de uma sociedade mais justa e igualitária e ao desejo de aproximação aos padrões médios de desenvolvimento europeu.
Nos últimos anos, e procurando não descurar estas conquistas, apesar de Portugal continuar a enfrentar desafios políticos, económicos, culturais e sociais que afetaram o sistema educativo, apostou na modernização como prioridade refletida em investimentos nas infraestruturas das escolas, na formação de professores e na atualização de currículos, sempre com o propósito de preparar os jovens para um mundo em constante mudança. Conjuntamente, a introdução das novas tecnologias na sala de aula e a promoção de métodos de ensino inovadores vieram responder às exigências da atualidade e à necessidade de dotar o país com mão de obra qualificada e capacitada para os novos desafios.
No entanto, o enorme esforço empreendido ainda não é suficiente para que o país possa competir em igualdade de circunstâncias a nível internacional. Apesar dos progressos, persistem desafios que exigem esforços contínuos para assegurar uma educação que seja verdadeiramente um pilar de oportunidades e igualdade na sociedade portuguesa. Na comemoração dos 50 anos de abril celebramos o dia em que a educação se tornou de todos e para todos! Celebramos a liberdade de pensamento e o espaço para a discussão, essenciais para uma educação significativa.
Cabe a todos a nós, os que vivenciamos abril de 1974, e a todos os outros que vivenciaram pós-abril de 1974, perpetuar a liberdade da educação e transformar os nossos testemunhos em bandeiras inspiradoras para as gerações mais jovens, pilares fundamentais do futuro!
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