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Braga, segunda-feira

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Músicas, lojas, secretas, praias, etc

Investir na Juventude: o exemplo de Braga e desafios futuros

Ideias

2012-01-20 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

É do que agora se vem falando apesar de o tempo nem ser muito convidativo para uma qualquer fugida até às praias. Aliás, há que reconhecê-lo, a época é sobretudo propícia para um salto às “lojas”, cabalísticas ou nem tanto, porquanto às reduções, promoções e saldos que se vêm multiplicando em algumas há que aditar os esconsos e eventuais tráficos de ideias, influências e jogos de favor que se vêm enrodilhando e pontificando em algumas outras.

Na verdade há lojas para todos os gostos, muitas das vezes em espaços onde se é envolvido por todo um clima cabalístico de atracção, misticismo, suavidade e melodioso fundo musical.

Suavemente, diga-se, por vezes até nimbado por meios silêncios, esoterismo, certa penumbra e algum ocultismo, ainda que neste país, e em tudo quanto se reporte à vida sócio-económico-política, não faltem “músicas” clássicas e outras a serem tocadas por “músicos” de multifacetados ideais e variada cor partidária que aliás, por regra, nada entendem de um bom “solfejo musical” e não conhecem nem distinguem todas as claves.

Com excepção da clave de sol, admita-se e sublinhe-se, já que são cada vez mais os “músicos” que dia a dia se desunham em busca de “sol” e “música” para as suas vidas, fazendo “filmes”, desenhando cenários, entregando-se às manigâncias dos “jogos” de acção e influência, alguns bem esconsos e alapados em todo um esoterismo misticista, oculto e cabalístico.

A resposta de Paulo Portas dizendo “«Eu estudei nos jesuítas. A minha praia não é bem essa»” (JN, 8.1.12) quando interpelado se pertencia à maçonaria, é bem sintomática do espectáculo musical a que entregam os nossos políticos.

Aliás uma interpelação surgida na sequência da problemática havida com José da Silva Carvalho, “as secretas”, as influências, a loja Mozart 49 e as surdas alusões a personalidades que, inseridas na área do poder, seriam «maçons» assumidos ou alapados no secretismo e “destilariam” acção, intervenção e influência perversas.

Sempre houve “praias” que se distinguiram pelas suas frequência, especialidade, características ou curiosidades como a dos cães, a das maçãs, a dos pescadores e a dos ingleses, mas não se acredita que qualquer das tais envolvesse cabalismo, ocultismo, mistério ou secretismo, ainda que todas se afirmassem por toda uma peculiar cultura de eleição e distinção dos seus frequentadores.

Aliás como é natural que também ocorra com a “praia” a que com certa ironia Portas se reporta e de cujas existência e vivência desde há muito se desconfiava, muito embora, diga-se, não se sabendo das suas concretas configuração e espectro e reais qualidades e virtudes de suas “águas” e “areais”.

Na verdade se ultimamente muito se vem falando em “aventais”, “pedreiros-livres”, secretismos, maçonarias e “irmãos” importa de igual modo lembrar, trazer à colação e contrapor as existência e força de outros “irmãos”, os da Opus Dei, aliás uma outra “irmandade“, “confraria” ou “praia” também mais ou menos envolta em alguns peculiares ocultismo, mistério, misticismo e jogos de influência.

Duas “irmandades” que desde há muito, diz-se, têm vindo a terçar armas nas áreas fulcrais dos poderes e cargos públicos num quadro de influências e colocações, projectando sobre todos os outros cidadãos, “desirmanados”, muitas interrogações, reservas e dúvidas e fazendo até medrar a ideia de que na vida público-política sempre se desenhou e medrou, e com efeitos perversos, toda uma dicotomia, real e ilusória, do Bem e do Mal.

No entanto Arnaut, com as suas palavras “branqueadoras” a ressudar irmandade, bondade, licitude, bem comum, seriedade e honestidade, quase nos levou ao desespero por nunca se ter sido aliciado para a maçonaria e a integrar uma loja, mesmo a Mozart 49, pois o avental, aliás bonito e coleccionável como se viu pela TV, não seria coisa que nos perturbasse dada toda uma habituação a tarefas domésticas.

Aliás as palavras de “irmão abaixo” e “irmão acima” com que encheu a televisão, tal como as de António Reis dizendo que a maçonaria “é uma escola ética e cívica”, “uma elite que busca a excelência dos seus membros”, afirmando-se “pelo amor à pátria, submissão à lei” e alheia a discussões políticas, soaram-nos melodiosamente ao ponto de que ser-se maçon não nos perturba minimamente, comprendendo-se até, ainda que não se aceitando, as influências que à socapa tal “confraria” desenvolve para a realização do bem social (!?) idealizado pelos seus “excelsos” membros.

Como não nos perturba saber que o é Moita Flores (que se assumiu!), estando-se ciente de que muitos o são também, como o Cravinho e quejandos, uns encapotados e outros nem tanto, mas cujas posições e actos no concreto das funções e cargos não nos deixam dúvidas. Até pelo seu inesperado e insólito surgimento na área do poder.

Aliás desde há muito se fala que a colocação e nomeação de certas figuras para determinados lugares e cargos sempre se ficaram a dever a esconsas manigâncias e encapotados jogos de influência, reflectindo a força oculta e interessada de “lobies”, “confrarias” e “irmandades” que, admitam-no ou não, sempre travaram surdas, esotéricas e cabalísticas lutas pelo poder, sendo certo que o povo, com toda a sua experiência de vida e saber, diz mesmo às escâncaras que nas escolhas para certos lugares a Opus Dei e a Maçonaria se gladiam, exercem influências e aqui e ali colocam seus “irmãos”.

Pelo que tão só nos restará esperar que sejam competentes, íntegros, imparciais e independentes no exercício da função, e não se deixem “conduzir” por amizades, ideais, ditames ou exigências de suas “lojas” e “capelas”, acobertando influências ou outros negócios.
Até porque tanto secretismo, ocultismo, esoterismo, cabalismo e mistério não deixam de alimentar sérias dúvidas, favorecer controvérsias e fomentar incertezas e interrogações, designadamente quanto a uma real imparcialidade e independência na acção em concreto de tão “excelsos” membros.

E se com a polémica surgida foram muitos os coelhos e lebres (“irmãos” e “confrades”) que saíram das tocas (“lojas” e “capelas”), na verdade é de todo incontornável que será sempre muito questionada e discutida a “bondade” de suas influências e do seu nada inocente ocultismo. Até porque “as fraternidades são mais do que um clube de bisca. O misticismo e o esoterismo que os ocupa nunca impediram uma forte mãozinha na política e um insaciável apetite por lugares-chave” (Pedro Lomba, in Público, cit. Lux, n.º 611).

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