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No caminho para a felicidade - ou, para mim, árvores e pipocas

Entre a vergonha e o medo

No caminho para a felicidade - ou, para mim, árvores e pipocas

Escreve quem sabe

2019-06-04 às 06h00

Analisa Candeias Analisa Candeias

Este é um caminho de muito trabalho. Individual e em grupo, visto que é também através dos outros que vamos construindo as nossas vidas. Este é um caminho de grandes riscos, onde a aposta por uma vida melhor, mais plena e completa, se pode fazer. Este é um caminho de grande satisfação – o que inclui disciplina. Mas, no entanto, há lá coisa mais difícil de definir do que a felicidade?
A definição de felicidade é bastante subjetiva: depende de cada um de nós conhecer aquilo que nos faz felizes. Ainda assim, e optando por uma definição simples e (muito) geral, podemos escrever que a felicidade é um estado de bem-estar e de plena realização, que vai muito para além da posse de bens materiais. Inclui a sensação de alegria, satisfação, produção e a perceção de que a vida é boa e vale a pena vivê-la. Isto não quer dizer que o caminho para a felicidade, ou na felicidade, seja sempre um caminho cheio de arco-íris e fogo-de-artifício, de constantes momentos bons - este caminho também se consolida naquilo que nos faz passar momentos mais amargos, que nos podem ajudar a construir uma felicidade mais sólida.

Ainda assim, e embora seja um estado subjetivo, a felicidade pode ser melhorada e aumentada.
Por vezes bastam pequenos-passos no dia-a-dia para fazer este caminho, e não são precisas grandes maratonas diárias para que ele aconteça. Às vezes o que importa é começar e, para isso, vou deixar algumas sugestões que podem ajudar no caminho para felicidade – por exemplo, a mim, o que me ajuda são os grandes passeios pela natureza e pipocas acabadas de fazer.

1. Desenvolver o autoconhecimento
Nada como nos conhecermos a nós próprios para sabermos o que desejamos e o que é a felicidade para nós. Este é um exercício particularmente difícil pois, se o queremos fazer bem, devemos estar atentos ao nosso comportamento e ao comportamento dos outros para connosco, aceitando verdades que, muitas vezes, não são fáceis descobrir.

2. Treinar a empatia, o altruísmo e a doação ao outro
Nas pequenas coisas do dia-a-dia. Não é necessário fazer um programa de voluntariado durante um ano, largar tudo (filhos, família, trabalho, …) e ir. Basta estarmos atentos às necessidades dos outros que se encontram à nossa volta e atuar de forma a conseguirmos ajudar. Nem que seja só ir beber um café e conversar com o colega a meio da manhã, ou perguntar ao vizinho se quer ajudar para levar os sacos.

3. Viver o presente
Esta sugestão necessita de uma disciplina especial. Por vezes estamos demasiado agarrados ao passado, ao que foi, que não nos concentramos no aqui e agora. Outras vezes estamos demasiados focados no futuro, no que poderá acontecer, que não deixamos espaço para que o presenta se desenrole naturalmente. Sugiro uma experiência nos acontecimentos diários, dando importância às pequenas-grandes conquistas que se fazem nos espaços dos dias correntes. E, para isso, é necessária concentração naquilo que é realmente importante.

4. Meditar
A desculpa do “não tenho tempo” já não resulta - bastam 10 minutos por dia de meditação para ganharmos mais saúde e conquistarmos passos no caminho para a felicidade. Meditar ajuda ao autoconhecimento, à promoção do bem-estar e à estabilização do sistema nervoso. São ganhos a médio e longo prazo que se conseguem com pequenos passos a curto prazo. E sim, apenas com 10 minutos diários.

5.Treinar a gratidão
Importante. Imensa. Essencial. Treinar a gratidão é meio caminho andado para verificarmos tudo o que de bom acontece nas nossas vidas.
Sermos gratos porque hoje há sopa para comer, porque temos saúde suficiente para irmos a pé para o trabalho, porque nos conseguimos levantar, sozinhos, de manhã.
Sermos gratos porque temos um par de botas, porque há água em casa para tomarmos banho, porque os que nos rodeiam estão connosco. Sermos gratos apenas porque sim, por estarmos aqui.

A saúde irá agradecer se treinarmos o nosso caminho para a felicidade. A Organização Mundial de Saúde veio já referir que esta sensação, a felicidade e o bem-estar associado, é relevante para a promoção da nossa saúde mental e da nossa saúde física, trazendo benefícios que nos permitem viver mais e melhor. Quem não quer isso?
Estes pequenos passos sugeridos dependem muito do compromisso pessoal que temos connosco próprios e da visão do que queremos para as nossas vidas.
Treinar os afetos e as emoções não passa apenas pela relação que temos com os outros, mas passa também pela nossa autoestima e pela (auto) relação que dela deriva. E que é apenas nossa responsabi- lidade.

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