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Notas Soltas

Os perigos do consumo impulsivo na compra de um automóvel

Notas Soltas

Ideias

2018-04-17 às 06h00

João Marques João Marques

Soltas, mas não à balda. Notas soltas de reflexão, porque nestas duas semanas muito aconteceu que merece destaque. Igualmente soltas, mas bem conduzidas, têm sido as contas da autarquia como o comprovam os documentos oficiais, mas já lá vamos.
Começo por salientar duas ou três pequenas grandes medidas que, com muito agrado, vi serem lançadas nos últimos tempos e que poderão vir a revolucionar a forma como os cidadãos interagem com os serviços da Câmara Municipal. Saliento, desde logo, o lançamento da aplicação de reporte de anomalias em todo o concelho, a Braga Resolve. Com este simples instrumento de fácil instalação em qualquer smartphone dos nossos tempos, os bracarenses poderão dar conta, ao executivo municipal, de problemas na via pública bem como acompanhar a sua resolução na comodidade de um ecrã de telemóvel. Esta novidade permitirá um mais fácil e ágil contacto com os serviços do município, para além de evitar que os cidadãos tenham de enfrentar questões burocráticas e formais que tantas vezes os afastam de dar o seu contributo, justamente porque o tempo e disponibilidade que pressupõem essas formalidades não se coadunam com o quotidiano da maior parte de nós.

Ainda no domínio das aplicações, e fruto de uma oportuna e feliz colaboração entre os TUB e uma das principais forças económicas da cidade a Bosch, surge uma nova funcionalidade para quem utiliza os transportes públicos no concelho. A aplicação TUB Mobile já existia, mas ficará agora enriquecida pela possibilidade de, a cada momento, o utente poder saber exatamente onde se encontra o autocarro que pretende utilizar, calculando com total precisão o tempo de espera até que aquele chegue à paragem pretendida. É sabido como este fator de incerteza para quem (des)espera pelo transporte público, dia após dia, constitui um dos principais óbices para a massificação da sua utilização, sendo mesmo responsável pela desistência de muitos, como eu, que gostariam de recorrer a um serviço previsível e confiável. É também por aqui que se faz a aposta na captação de novos públicos e na modernização de uma empresa municipal que durante muitos anos foi notícia pelas piores razões.

Num registo mais analógico estão duas medidas aparentemente mais comezinhas, mas que são estratégicas na valorização do espaço público e na planificação da urbe em torno do cidadão-peão. Falo quer do recente reordenamento dos passeios no centro do concelho (Rua D. Afonso Henriques até ao Largo Carlos Amarante), quer do investimento concreto, orçado em mais de 2,6 milhões de euros, na eliminação das barreiras urbanísticas e arquitetónicas que impedem a fruição do espaço público.
Fruto de erros crassos de falta de planeamento, temos hoje zonas densamente povoadas sem que nelas tenha havido qualquer cuidado ou critério de salvaguardar áreas mínimas de circulação de peões ou de socialização. É confrangedor notar que qualquer pessoa com dificuldades mínimas de locomoção enfrenta desafios de monta para poder deslocar-se nessas zonas. As obras agora aprovadas corrigem a total obstinação com o betão e completo desprezo pelas pessoas que o mesquitismo nos legou. São outro tipo de esqueletos que nos custaram caro enquanto cidadãos e que só com este executivo são corrigidos.

As alterações efetuadas na Rua Dom Afonso Henriques, com a colocação de pilaretes nos limites dos passeios são também correções, mas de outro tipo. Aí não está em causa a política ou os políticos, mas antes e infelizmente o civismo ou a falta dele. Bem sei que as transformações no centro da cidade, com a aposta clara numa grande área pedonal, custaram lugares de estacionamento a muita gente e nem sequer foram acompanhadas, à altura, pela devida compensação em termos de oferta de transportes públicos. Foi o chamado salto em frente, muito voluntarista, mas muito pouco atento à possível existência de um abismo mesmo defronte de quem o ensaiava. Os bracarenses demoraram a habituar-se à ideia de um centro sem carros e, ainda hoje, é difícil compatibilizar as expectativas de moradores e comerciantes com as políticas públicas de incentivo ao uso de meios de transporte coletivos ou outros como os chamados meios suaves. Isso não pode, todavia, ser a desculpa para o caos, neste caso, para o estacionamento inopinado em cima de passeios, passadeiras ou paragens de autocarros. O passo agora dado, de correção do problema pelo ferro, é o último (ainda que indispensável) recurso para impor comportamentos que claramente não estavam interiorizados devidamente. É certo que tinha começado por prometer notas sobre as notas e contas da autarquia, mas por falta de espaço, terei de deixar o tema para o próximo texto. Soltura a mais é o que dá.

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