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Ideias

2022-01-11 às 06h00

João Marques João Marques

Dois anos depois das eleições legislativas de 2019, o governo da geringonça caiu, com estrondo, às portas de um orçamento que nunca passou da fase madrugadora da votação na generalidade.
A aliança negativa, criada e gerada a partir do ódio à solução governativa protagonizada por Passos Coelho, rompeu com a tradição democrática portuguesa, em que nunca se havia negado ao partido ou coligação vencedora a liderança do governo da República.
Todos se lembrarão seguramente que, em 2015, depois de conhecidos os resultados eleitorais, os partidos da esquerda repetiram ad nauseam o mantra “as eleições legislativas escolhem a composição do parlamento e não o Primeiro-Ministro”. Um mote que se revelou, como ninguém alguma vez duvidou, de uma falsidade cínica, não porque não traduza a verdade do texto constitucional e da lei eleitoral, mas porque a realidade concreta, pacificamente enraizada nos eleitores, e incontestavelmente estabelecida entre os partidos do arco da governação, era exatamente a contrária. Sem prejuízo de se eleger um parlamento e uma maioria (relativa ou absoluta), era inequívoca a tradição, a praxis e o entendimento de que feriria a democracia admitir que um partido que não houvesse chegado em primeiro lugar no final da corrida eleitoral pudesse, por artifícios formais, ascender ao poder, ficcionando uma vontade presumida dos portugueses.
O cinismo primacial não se revelou, todavia, neste entendimento sui generis da composição das maiorias políticas em Portugal. A cereja no topo do bolo foi, antes, a dificuldade com que os partidos que alegremente clamavam terem, pelas leis da aritmética, composto uma maioria sólida, conseguirem assinar um compromisso político por escrito, como foi exigido, e muito bem, pelo Presidente da República de então, Cavaco Silva.
Todos os portugueses puderam assistir ao contorcionismo exegético com que esses mesmos partidos da “maioria” tentaram, em primeiro lugar, fugir à necessidade do compromisso escrito e, seguidamente, chamar-lhe tudo menos acordo de maioria ou coligação.
Erradamente, Marcelo Rebelo de Sousa permitiu que o segundo take da “maioria” ocorresse sem os auspícios de um acordo escrito, o que claramente deslaçou o pacto político existente (por ténue que fosse). Se a isto juntarmos o fim da razão de ser da coligação negativa (a “ameaça” do regresso de Passos Coelho) e o perigo do esbatimento das diferenças políticas entre os partidos que formaram esse entendimento – o que favorece o voto útil em torno do PS -, temos os ingredientes perfeitos para o fim do acidente a que se convencionou chamar geringonça.
Claro que agora voltamos a ter legislativas para eleger o Primeiro-Ministro (como o afirma, sem qualquer pingo de vergonha, António Costa). E a confiabilidade que, durante quatro anos, constituiu a argamassa da união de partidos historicamente desavindos esboroou-se como castelo de areia à passagem do mar. Afinal, o muro que os separava não ruiu, apenas foi dissolvido por uma onda oportunista, para logo de seguida ser reerguido pelo mesmo cinismo que fingiu tê-lo derrubado.
É isto que os portugueses pretendem do governo do país? Pessoas, partidos e visões que preferem o utilitarismo da estadia no poder à prosperidade financeira, económica e social de Portugal?
É importante ressalvar que há um partido que nunca se vergou à nova realidade e que, democraticamente respeitando o entendimento pueril que em 2015 se formou, sempre se constituiu como um referencial de estabilidade e de responsabilidade política, estando pronto, como é da sua natureza, a encabeçar um governo para Portugal.
Para quem não se contenta com um crescimento medíocre, distantíssimo das taxas apresentadas por países que diretamente se comparam com o nosso, com uma tendência irresistível para aumentar a máquina do Estado e desprezar quem quer fazer crescer o país, gerar riqueza e emprego, não há dúvida que o voto só pode recair no PSD.
Para quem quer recuperar a centralidade da educação, a dignificação do papel dos professores e do rigor na aprendizagem, o voto só pode recair no PSD.
Para aqueles que veem na saúde uma prioridade sem cegueiras ideológicas e centrada na prestação de cuidados atempados a quem deles precisa, então o seu voto só pode recair no PSD.
Para todos os que desejam ter na política fiscal não apenas um instrumento de justiça (re)distributiva de rendimentos, mas também um referencial de dinamismo demográfico e captação de investimento, o voto só pode ser no PSD.
Para quem aspire a ter uma justiça dotada de meios adequados a torná-la célere e eficaz, rejeitando a inação imobilista ou a radicalização terceiro-mundista, o voto só pode ser no PSD.
Para quem deseje uma nova geração de políticas ambientais, em que a sustentabilidade não é inimiga do crescimento, o voto só pode ser no PSD.
Não porque apenas o PSD defenda alguma, algumas ou, até, todas estas propostas, mas porque é o único partido que não só as defende coerentemente, como tem a real possibilidade de as concretizar.

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