O primeiro Homem era português
Escreve quem sabe
2021-05-23 às 06h00
A negligência emocional durante a infância tem repercussões graves durante a vida adulta. É na infância que se inicia a formação da personalidade. Crianças que “não sentem” o amor dos pais tendem a perceber-se como “pouco importantes” em que na fase da vida altura, sentem como se estivessem “vazias” emocionalmente. Ainda existem alguns mitos relacionados com o afeto durante a infância. Há quem julgue que, demasiado “mimo”, que é prejudicial para o desenvolvimento emocional da criança. É errado. Dar “mimo” é um sinal de amor, e a criança precisa deste para estar emocionalmente bem e feliz. Há quem acredite igualmente, que “roupa lavada e comida na mesa” é o mais importante. É mentira. Há famílias, que tem poucos recursos financeiros, mas são muito unidas e mais coesas pelo amor e sentimentos de pertença familiar que os une. Ter dinheiro nem sempre é sinónimo de uma família feliz. Há quem admita, que a criança pela fase de desenvolvimento em que se encontra, se esqueça ou não perceba as vivências da sua vida. Assim, afirmações como, “É pequena não entende.”, não é de todo verdade. Não esquece, “os ralhetes” excessivos dos pais. Não esquec,e as “más palavras” tais como, “Não sabes fazer nada.”, ou, “Só me dás trabalho. ”. Se estas situações ocorrerem de forma continuada tendem a desenvolver traumas ou bloqueios na fase adulta nomeadamente com a vinculação a pessoas. Analisemos a seguinte situação. Dá, um abraço ou um beijo e a pessoa não reage. Fica estática. Estas pessoas que não reagem, muitas vezes são percebidas como “mal-encaradas” e dificilmente tornam a receber um “novo abraço ou beijo”. Mas existe, uma justificação para tal comportamento, que muitas vezes é camuflado por um “Não me importo. Sei que sempre fui frio/a emocionalmente”. Estas pessoas, na verdade não sabem como mostrar ou retribuir o afeto, porque nunca “aprenderam a tal”. Não significa que não o sintam. Muito pelo contrário…mas infelizmente não sabem retribuir devido às frágeis vivências da infância desprovidas de amor, carinho e “mimo”. Uma outra situação que os pais muitas vezes não analisam como errado, é a forma de comunicação com as crianças. A evitar por exemplo formas de expressão como, “Vens-me pedir alguma coisa…” , quando um filho, abraça espontaneamente a mãe. Ou o adolescente que diz “ És a melhor mãe do mundo.” , quando esta faz o seu prato favorito, e a mãe responde, entre risos “ Ai que mentiroso me saíste”. Ou por ultimo, a filha que dá um beijo no rosto ao pai, e o pai recusa, “Estou cansado, não me venhas chatear.”. São expressões verbais não intencionais mas que vão inibir ou retrair os afetos.
Uma criança é muito mais expressiva na linguagem dos sentimentos. Um adulto vai perdendo essa capacidade conforme vai crescendo, pelo que viveu. Torna-se na maioria das vezes mais desconfiado e emocionalmente mais ausente nas relações interpessoais. Muitos adultos que não foram cuidados emocionalmente pelos pais, podem seguir dois tipos de caminhos. Há quem nunca acredite no amor sincero e verdadeiro e portanto desenvolva comportamentos disfuncionais de pouca empatia. Há por outro lado, quem tente compensar a todo o custo, as suas vulnerabilidades emocionais, e torna-se dependente emocionalmente muitas vezes de relacionamentos tóxicos. Há quem procure muitas respostas para as suas perguntas e não as encontre, e ao mesmo tempo está tão vazio/a que não espera nada da vida. Muitas destas “cicatrizes” tem memórias tristes infelizmente, mas podem sempre ser “atenuadas” com intervenção terapêutica especializada. Reconhecer o problema é o primeiro passo e tratar, o segundo. Quanto às crianças, estas são fonte de alegria, otimismo e de vida. Nunca é demais dar “mimo”, carinho, amor, atenção etc. Faz parte da educação emocional da criança. O amor não tem de ter contra-indicações.
Crianças felizes são os adultos felizes do amanhã.
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