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O apogeu de um jornaleiro

O fim da alternância

O apogeu de um jornaleiro

Ideias Políticas

2023-01-10 às 06h00

André Patrão André Patrão

A última semana fica marcada pelas “FAQ” de um Presidente de Câmara local, ou seja, pela utilização um acrónimo de uma expressão inglesa que significa algo idêntico a "perguntas frequentes", por parte do principal responsável em relação a um problema com vários anos e que afecta os bracarenses e todos aqueles que passam pelo nosso concelho: os buracos na via.
Ao bom estilo que o caracteriza, o líder executivo do órgão municipal, através da sua maneira preferida de comunicar, ou seja, pelo Facebook, veio “postar” as suas postas de pescada, congelada, apregoando a sua “frescura”, como se este tema não fosse “batido” entre todos, a par de outros, como o trânsito, como a situação do São Geraldo, arrendado, há anos, para estar desocupado, como a permuta dos terrenos do Picoto, adiada, vezes sem conta, e que resulta na falta de condições de habitabilidade de várias famílias, como a falta de vias dedicadas e valorização dos transportes públicos (não esquecer que Ricardo Rio espera que o BRT esteja a circular até 2025), como as questões referentes ao Estádio Municipal e ao Estádio 1º de Maio, como inúmeros projectos na gaveta, esquecidos, por incapacidade, por falta de visão, por falta de compromisso, de um executivo que se esmera na arte do jornaleiro e que, no fundo, só vende notícias, chegando ao ponto de gastar mais de 100 mil euros para Braga ser considerada o melhor destino europeu para visitar, falando de uma cidade que nenhum de nós conhece ou reconhece, certamente.
Desculpando-me pela correlação entre as desculpas estapafúrdias e os impropérios sucedidos de mau tempo, até pelos prejuízos que possam ter causado aos bracarenses, a dura realidade é que Ricardo Rio veio sacudir a àgua do capote, uma função em que também se tornou "master" nos últimos anos, em que a culpa foi sempre repartida entre o histórico do Partido Socialista na Câmara de Braga e os anos de governação de contas certas do Partido Socialista no Governo de Portugal.
Para Ricardo Rio, depois de sofrermos com a inação e irresponsabilidade de quem é eleito e e é remunerado para agir em defesa dos nossos interesses e bem-estar, devemos, com o pneu furado, chamar as autoridades, tirar fotografias ao local e aos danos ocorridos, apurar quem será o responsável pela via onde tudo aconteceu, participando o sucedido, e, caso seja o Município, enviar um e-mail ou deslocar-se ao Balcão Único do Município que, como todos nós bem sabemos, deverá resolver tudo com a celeridade com que se licenciam as obras... Tarde, mal e/ou nunca.
Para Ricardo Rio, estes últimos anos de deterioração das vias e estradas, por todo o concelho, não aconteceram. A culpa foi da intensidade das chuvas, quer pela duração, quer pela sua concentração no tempo, nas últimas semanas. Para Ricardo Rio, tapar os buracos em tempos de chuva resolve o problema quando qualquer um de nós consegue perceber que é impossível que o betuminoso seque e o solo seja efetivamente reparado.
Para Ricardo Rio, os condutores têm que ter mais cuidado para ficarem menos expostos a que tudo isto aconteça.
Para Ricardo Rio, os cidadãos não devem ter horários a cumprir, responsabilidades a tratar ou filhos por quem cuidar, para considerar que todos nós podemos passar a vida entre chamadas para as autoridades, oficinas, recauchutagens e vendedores de aviões, a única maneira de não passar por um buraco numa via pública nesta cidade.
Para Ricardo Rio, tudo isto é comum, de Norte a Sul do país, em todas as cidades e, por isso, está justificado. Para Ricardo Rio, deixem-se de “posts inflamados” e de questionar o que se gasta em festas na cidade.
No fundo, também eu tenciono utilizar um acrónimo para descrever toda esta situação e que deve situar-se algures por “FNP” ou, se quisermos fazer a vontade à figura presidencial, “FNM” seria mais adequado.
O primeiro acrónimo significa “Falta de Noção do Presidente”; o segundo acrónimo é mais fino e requintado, pois utiliza um estrangeirismo e significa “Falta de Noção do Mayor”.
E, para terminar, é caso para perguntar, ao estilo de promoção de espaços nocturnos privados, em Palmeira: já conhecem as FAQ do Presidente Ricardo Rio?
Pelo menos, já conhecem a sua falta de noção.

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