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O Encerramento do Ano Escutista 2023•24

Analogias outonais

O Encerramento do Ano Escutista 2023•24

Escreve quem sabe

2024-09-06 às 06h00

Carlos Alberto Pereira Carlos Alberto Pereira

Foi há vários anos que o CNE criou o ano escutista, inspirado no ano escolar, iniciando-se no dia 1 de outubro e encerrando-se no dia 30 de setembro do ano seguinte.
Antes de mais, tal como na altura, coloca-se a questão porque não fez o CNE coincidir o seu calendário exatamente com o escolar? Como sabemos o ano escolar inicia-se no princípio de setembro e termina a 31 de agosto do ano seguinte.
Esta divisão do tempo no CNE pretendeu que a atividade do mês de setembro fosse previamente prevista e programada no calendário escutista desse ano, por forma a evitar uma falta de planeamento face às férias das famílias. Assim, chegados ao mês de setembro, já todos, jovens e adultos, tínhamos conhecimento das atividades deste mês imediatamente a seguir às férias, bem como das tarefas de cada um.
Na paróquia onde tem sede o Agrupamento de Ferreiros a primeira a primeira atividade de setembro é sempre a participação nas festas da Senhora da Misericórdia, logo no início do mês, sobretudo nas duas procissões, a de sábado e a de domingo, integrando o cortejo e ajudando do controlo de tráfego em articulação com o corpo de polícia.
A procissão de sábado à noite percorre algumas ruas próximas do lugar da Misericórdia e a de domingo, ao início da tarde parte da igreja matriz de Ferreiros e encerra na capela da Senhora da Misericórdia que dá o nome ao lugar onde foi construída.
Esta festa, tal como a de São Brás, é organizada por uma comissão de festas sediada na referida Capela. O lugar da Igreja faz fronteira com a freguesia de Maximinos e o lugar da Misericórdia com a de Celeirós. Revitalizar este eixo Norte/Sul, que é atravessado por duas estradas nacionais com muito trânsito e por uma linha dos caminhos de ferro, é fundamental para a manutenção de uma comunidade e de um território e estas atividades promovidas pela comissão de festas da Capela da Misericórdia, em articulação com os párocos da freguesia, são fundamentais para a manutenção e aprofundamento de um território e de uma comunidade.
Para nós escuteiros que temos a obrigação pedagógica de estimular o aprofundamento das pessoas com os seus territórios, que enriquece a constituição de comunidades vivas, é um dos princípios fundamentais do escutismo, desde os tempos de Baden Powell, o seu fundador. Interagir com a comunidade é, pois, um fator de desenvolvimento social tanto da comunidade como do escutismo.
Quando iniciamos este triénio de 2022/2025, estávamos nos tempos finais da pandemia e o nosso efetivo caiu substancialmente, não porque não conseguíamos segurar o efetivo que anualmente transitava de uma Secção para outra, relembro que no Escutismo Católico há 4 Secções: Lobitos (os mais novos), os Exploradores, os Pioneiros e os Caminheiros (os mais velhos), mas porque não conseguíamos recrutar novos elementos, não estavam criadas as condições para que os pais levassem os seus filhos ao Escutismo.
Na tentativa de alterar esta relação de confiança – pais e escutismo, este triénio foi teve como tema aglutinador o slogan “à procura do tempo perdido”. Em boa hora, pois, no final destes dois anos escutistas, o efetivo voltou a crescer e a aproximar-se dos padrões da pré pandemia que em todos deixou as suas marcas, esperemos que, no próximo ano 2024/2025, continuemos com este crescimento sustentado.
É para nós uma convicção, melhor, uma certeza, que este crescimento do efetivo também beneficiou desta dinâmica paroquial entre as pessoas e o território promovido por este caminhar conjunto dos paroquianos pelo seu território e que os escuteiros puderam acompanhar, sabendo que não podiam “perder este comboio” que a todos ligava, vencendo resistências.
Dos tempos que vivi no Agrupamento, sobretudo depois de fazer a minha Promessa de dirigente, no dia 15 de setembro de 1972, há praticamente 52 anos, não me lembro de uma crise de recrutamento, em particular no agrupamento ou no Corpo Nacional de Escutas em geral, tão profunda como esta provocada pela pandemia. Felizmente que todos aprendemos, uns com os outros, e que todos fizemos o nosso melhor para, de mãos dadas, de forma genuína, crescermos aprendendo que juntos somos mais fortes.
Gostaria de lançar um olhar de respeito para todos partiram, os que sofreram e os que ainda sofrem por causa da pandemia, no Escutismo e em todas as comunidades e a todos deixar um bem-haja de gratidão.

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