E a guerra continua...
Voz aos Escritores
2024-09-06 às 06h00
Setembro é o mês de vários regressos: ao local onde vivemos, à casa que habitamos, ao local de trabalho ou à escola, aos espaços e pessoas que reconhecemos no nosso identitário individual. Uma certa rotina que nos dá conforto e confiança. E quando as coisas se nos apresentam muito diferentes, naturalmente causam desconforto, estranheza ou até desconfiança.
O futuro faz-se no presente construído pelo conhecimento do passado e, atualmente, com passos de gigante no avanço da investigação científica e tecnológica, que melhoram o nosso dia-a-dia, muitas vezes sem nos apercebermos disso. No campo da saúde, os avanços médicos são evidentes em muitas áreas com problemas vários solucionados com novos recursos de diagnóstico e tratamento. Sobretudo de conhecimento que é ampliado pela gigante quantidade de dados disponíveis e pela sua partilha com tanta facilidade.
O meu regresso fez-se com uma manhã de formação sobre O potencial da Inteligência Artificial em contexto educativo: novos desafios, novas oportunidades (Parte I) na passada segunda-feira. Não vou aborrecer o leitor com tecnicalidades, mas serve a missiva para dizer que a IA está aí, a ser usada pelos alunos diariamente, quer os professores tenham consciência disso ou não. E desviar o olhar não resolve, pelo contrário. Só aumenta o fosso com os alunos, relação que se quer de diálogo profícuo. E há imensas abordagens, aplicações e um sem fim de possibilidades.
Não, não defendo tábua rasa do passado para andarmos agora todos ligados à IA para tudo. Nada disso, até porque considero fundamental este falado retrocesso em relação aos manuais digitais, sou a favor da proibição do uso de telemóveis em contexto escolar para todos (alunos, professores e funcionários) e acredito que a rentabilidade dos alunos seria melhor se pudessem sublinhar e escrever anotações nos manuais. Talvez os alunos seguintes até agradeçam essas notas.
Mas defendo que devemos olhar para a IA como uma nova ferramenta, mais um recurso que está disponível para atingirmos um potencial maior de estudo e desenvolvimento dos nossos alunos. Como em tudo, nem sempre nem nunca. Sobretudo, sem sacralizações ou dramas infundados.
Só acrescento que até ao final do ano uma empresa chinesa vai lançar o Humanóide S1, o preço ainda não é conhecido. Irá fazer uma série de tarefas domésticas, como passar a ferro, limpar e cozinhar. Pode carregar até dez quilos em cada braço. No limite irá fazer tudo, desde a mecanização à criatividade roubada e reproduzida como um puzzle ou uma miríade de possibilidades. E se no início estará apenas ao alcance de uns happy few, em três ou quatro anos estará comumente dentro das nossas casas. Nada contra, criará certamente muitos empregos especializados. Mas muitas pessoas, por diversos motivos, encontram na atividade doméstica uma forma de sustento e sobrevivência. O que acontecerá a essas pessoas?
O humano, o trato humano com tudo o que tem de criativo, genuinidade, capacidade de empatia e resolução de problemas, até de cariz emocional, será mais valorizado. Aliás, há já uma empresa de telecomunicações que se valoriza e publicita por isso mesmo, por ter humanos a atenderem os clientes nas suas linhas telefónicas de apoio.
Só espero que o movimento Woke não se lembre de uma campanha acusatória de descriminação contra as máquinas, alegando que não há integração das mesmas ou que as máquinas têm direito a ter emoções.
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