Mais ação e dedicação pela saúde dos portugueses
Voz às Bibliotecas
2023-06-22 às 06h00
De acordo com o relatório PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study), promovido pela Organização não-governanmental IEA (Internatio- nal Association for the Evaluation of Educational Achievement) baseado na avaliação internacional, realizada em 2021, recentemente divulgado, os alunos portugueses do 4º ano pioraram na literacia da leitura nas provas feitas em formato digital, registando-se uma melhoria no caso dos testes realizados em papel. Numa escala de 0 a 1000, os alunos portugueses conseguiram uma média de 520 pontos em literacia da leitura (menos 8 pontos do que em 2016 e menos 21 pontos do que em 2011) – avaliação que é realizada de cinco em cinco anos desde 2001. No cômputo geral, Portugal ficou em 22º lugar no grupo de 43 países que realizaram estes testes em formato digital. Já os alunos que realizaram os testes PIRLS em papel conseguiram uma média de 531 pontos, registando uma ligeira melhoria face a 2026 (528 pontos). Portanto, constata-se que estamos ligeiramente melhores nos resultados da leitura em papel e piores nos obtidos no formato digital.
Entretanto, a Suécia, nono país classificado no relatório PIRLS com melhor avaliação de leitura, vem agora alertar para o risco de uma geração de “analfabetos funcionais” poder surgir em resultado da política de incentivo à utilização de computadores e tablets nas salas de aula. A ministra da educação, Lotta Edholm, preocupada com a queda verificada no relatório PIRLS, face a 2016, anuncia agora a suspensão do programa aprovado em dezembro passado, pondo em causa a estratégia implementada quanto ao uso de computadores e outros meios informáticos nas salas de aula, defendendo a necessidade de medidas para aumentar os níveis de compreensão da leitura. Para a governante, “o relatório PIRLS é um sinal de que temos uma crise de leitura nas escolas suecas. No futuro, o governo quer ver mais livros didácticos e menos tempo de computador nas escolas”. Depois da substituição dos manuais escolares nas escolas suecas durante os últimos quinze anos, o governo decide agora investir 60 milhões de euros em 2023 e 45 milhões em 2024 e 2025 para lançar um “plano de recuperação da leitura nas escolas”. Um livro por disciplina para cada aluno é objectivo. Embora não existam dados concretos sobre o tempo de utilização de computadores nas salas de aula, também aqui na Suécia, num inquérito realizado a um universo de dois mil professores, um em cada cinco, disse que os seus alunos nunca ou quase nunca escreveram à mão.
A reintrodução dos manuais escolares na Suécia para inverter esta situação, prende-se com o facto de muitos especialistas porem em causa o ensino baseado em computadores. Seguindo o princípio de que “um livro em papel simplesmente tem vantagens que nenhum tablet pode replicar”, conforme defende a ministra sueca, Lotta Edholm, a primazia dada ao computador nos últimos anos é agora destronada. E, esta questão, obriga-nos a reflectir!
Se hoje em dia encontramos benefícios dos meios digitais no processo de ensino aprendizagem, através da utilização dos computadores e outros meios informáticos, eles também já eram reconhecidos no uso do livro impresso. No entanto, como constatamos, a primazia dada aos meios digitais ditou um retrocesso na aquisição de várias competências como foi o caso da literacia da leitura. A complementaridade, ao contrário da substituição do livro pelo digital, parece-nos a estratégia mais sensata a adoptar durante o processo de aprendizagem de competências como é o caso do da leitura.
07 Dezembro 2023
30 Novembro 2023
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