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O mercado de transferências

Assim vai a política em Portugal

O mercado de transferências

Ideias Políticas

2024-01-23 às 06h00

Inês Rodrigues Inês Rodrigues

O mercado de transferências de inverno está ao rubro. André Horta deixou o Braga a caminho de Pireu para jogar no Olympiacos de Carlos Carvalhal, e mais transferências se podem consumar. Mas, saberão as senhoras e os senhores leitores que, normalmente, o comentário desportivo é nas páginas seguintes. Há um outro mercado de transferências que está ao rubro. Falo, infelizmente, do mercado de transferências que se está a assistir do PSD para o Partido Chega.
O primeiro avançado a abandonar a equipa laranja é Maló de Abreu. O médico dentista, de 67 anos, sente agora que a sua casa é o Chega. Pode não concordar com a castração química, a prisão perpétua ou com a narrativa do combate à ideologia de gênero, mas o que importa é o lugar ao sol. Depois de dizer, numa entrevista, que não tinha recebido um convite e que não iria integrar nenhuma lista, eis que, 9 dias depois, dá o dito por não dito. E aí vai, Maló de Abreu, fazer os exames médicos para reforçar o plantel da ponta direita do Parlamento.
O treinador Luís Montenegro desvaloriza. É “normal” , diz. “Há algum drama? Não há drama nenhum. O PSD está unido, coeso e forte”. Isto até podia ser verdade, se não tivéssemos recebido a notícia da possível transferência de Rui Cristina para o mesmo clube.
Rui Cristina, o médio, distribuidor de jogo algarvio, que decidiu acabar o campeonato como deputado não inscrito e pondera agora a sua transferência para o Chega. Podem as senhoras e os senhores leitores questionar o preço da cláusula de rescisão uma vez que o mesmo foi anunciado como quinto na equipa da AD por Faro mas, até ao fecho deste artigo, o valor ainda não tinha sido apurado. Desconfio que tenha sido pelo preço da sua coerência, mas só o tempo nos dirá que cláusulas obscuras estarão incluídas nestes contratos.
A poucos dias do fecho das equipas que se apresentam para o jogo maior do campeonato português, fica clara a dificuldade em encontrar diferenças entre o maior partido da oposição e a direita ao nível do jogo de Paulinho Santos. Por este andar, o partido que se apresenta a jogo com o Lema “Limpar Portugal” vai limpar o PSD como o Bayern limpava o Dortmund.
O PSD, depois do que vimos no último fim de semana, na convenção do Estoril, parece encarnar a célebre gaffe de João Pinto: “estávamos à beira do abismo, tomámos a decisão certa, demos um passo em frente”.
Quem ainda não está em jogo é a UEFA. Devia ser caso de estudo e, talvez, passível de parecer, perceber se o PSD e o PSD 2 podem jogar no mesmo campeonato. No limite, como diria Rui Rio: É concorrência desleal.
A dois de fevereiro o Mercado de transferências no Futebol fecha. No que respeita às Eleições Legislativas, as listas têm que ser entregues a 29 de janeiro. Vão ser dias interessantes, para os adeptos do futebol. Para os cidadãos, os dias que se seguem serão de expectativa: se o PSD consegue evitar que o Partido Chega continue a engrossar as suas fileiras com antigos deputados do maior partido da oposição, mas não se esqueçam: “Prognósticos só no fim do jogo”.
Como diria Jardel, “Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe” , que é como quem diz: “Quando as listas estão a mil, até a naftalina sobe”.

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