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O Museu Virtual da Lusofonia - No Google Arts and Culture, uma plataforma de cooperação académica, cultural e artística, em língua portuguesa

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O Museu Virtual da Lusofonia - No Google Arts and Culture, uma plataforma de cooperação académica, cultural e artística, em língua portuguesa

Ideias

2021-01-18 às 06h00

Moisés de Lemos Martins Moisés de Lemos Martins



Em 2017, o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), da Universidade do Minho, criou o Museu Virtual da Lusofonia. O Museu é um instrumento de cooperação académica, em ciência, ensino e artes, no espaço, físico e virtual, dos países de língua portuguesa e das suas diásporas, que se estende também à Galiza, a Macau e a Goa. Reúne, num esforço comum, Universidades, com projetos de investigação e de ensino pós-graduado, assim como associações culturais e artísticas, e ainda de indústrias culturais.
Em setembro de 2020 ficou disponível na plataforma Google Arts & Culture, contando com 45 exposições virtuais multimédia, 256 obras de arte, 112 fotografias, 98 programas de rádio, 19 filmes e dois documentários sobre os países de língua oficial portuguesa.
A cerimónia do lançamento do Museu no Google Arts and Culture realizou-se no Museu Nogueira da Silva e contou com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, com o Reitor da Univeridade do Minho, Rui Vieira de Castro, e com a diretora de Políticas Públicas do Google.
Procurando problematizar as influências do passado colonial no presente, o Museu Virtual da Lusofonia propõe-se desconstruir os equívocos do centralismo português, quando se trata hoje de cooperação académica, pedagógica e científica, e também de cooperação artística e cultural nos países de línga portuguesa e suas diásporas. O Museu Virtual da Lusofonia é, pois, um instrumento de mediação tecnológica, que está solidamente comprometido com a promoção do conhecimento, por parte dos países lusófonos, das suas inúmeras formas de expressão artística e cultural, preservando e difundindo internacionalmente o seu património. A sua equipa é apoiada por profissionais da educação e dos média, agentes culturais e artísticos, historiadores, sociólogos, antropólogos, editores, políticos e investigadores de Comunicação, que realizam o levantamento e a análise de todas as obras expostas.
O Museu Virtual da Lusofonia apresenta obras diversas (fotografias, registos sonoros, como programas de rádio, registos audiovisuais, textos, músicas, registos dos patrimónios arquitetónico e etnográfico), desenvolvidas e cedidas ao museu por artistas, colecionadores e académicos. Do ponto de vista da cooperação académica, a equipa do Museu disponibiliza o seu perfil público na plataforma do Google Académico, partilhando internacionalmente a sua produção científica.
Além de dar continuidade ao trabalho de curadoria das coleções, que regularmente são cedidas ao Museu, esta iniciativa vai permitir, também, em parceria com o Google Arts & Culture, virtualizar instituições culturais no seio dos países de língua oficial portuguesa. Tais instituições serão associadas ao Museu Virtual da Lusofonia, proporcionado, deste modo, visitas virtuais, assim como o acesso à diversidade do património cultural lusófono. Assinalamos, de seguida, algumas das exposições já disponíveis para consulta.
“Cimentar ligações: uma narrativa através da imagem” disponibiliza um conjunto de fotografias da autoria de Luís Meneses, geólogo e fotógrafo amador, sobre as paisagens naturais, urbanas e a vida quotidiana em Angola.
A exposição “Tiradentes: um sopro do Norte de Portugal no Brasil” permite-nos explorar a arquitetura da cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, e apreciar as obras de um dos maiores artistas plásticos brasileiros, Aleijadinho.
O Museu Virtual da Lusofonia disponibiliza, também, várias exposições com origem moçambicana. A exposição “Bairro Aeroporto em Maputo: vida, arte e representação” explora a intensa vida cultural do bairro do Aeroporto, em Maputo, apresentando-nos vozes e referências artísticas da região, de que são exemplo, Malangatana, Shikhane e João Timane. Na exposição “Malangatana: o legado do grande artista moçambicano” é apresentado o documentário “No trilho de Malangatana: do legado à memória”. Trata-se de uma produção que lança o olhar sobre uma das maiores referências artísticas moçambicanas, o pintor Malangatana, conhecido internacionalmente por trabalhar nos mais diversos suportes, particularmente na pintura, mas também no desenho, escultura, poesia e música.
Este documentário sobre Malangatana foi visionado, numa sessão pública, realizada em abril de 2018, no Museu Nogueira da Silva.
Ouri Pota, antigo aluno do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, e que é hoje jornalista da Rádio Moçambique, é um investigador do Museu. Acompanhou um conjunto de concertos de artistas moçambicanos, parte dos quais são apresentados na exposição “Músicos de Moçambique: Luca Mucavele”.
Por sua vez, a exposição “Um olhar sobre o cinema mudo em Portugal” conduz-nos numa viagem sobre o cinema mudo português, pela mão de Aurélio da Paz dos Reis. Ainda na área do cinema, a exposição “Pedro Costa: uma referência no cinema contemporâneo de Portugal” apresenta o trabalho deste cineasta, que se destacou pelo estilo radical e minimalista e pela representação das comunidades de imigrantes cabo-verdianos, ou portugueses com ascendência cabo-verdiana.
O som está também presente no Museu Virtual da Lusofonia. Na exposição “Uma viagem literária e musical através da língua portuguesa” podemos ouvir o álbum “Canções para abreviar distâncias”, que nos transporta, em língua portuguesa, numa viagem literária e musical, com os artistas brasileiros, Isabella Bretz, Rodrigo Lana e Matheus Félix. O trabalho inclui oito poemas musicados, de autores de cada um dos países de língua oficial portuguesa. Além deste álbum, o Museu disponibiliza exposições sonoras, que resultam dos programas de rádio, “Agora...Acontece!” e “Lusofonia: os vários sons da língua portuguesa”. O primeiro programa, apresentado pelo jornalista português Carlos Pinto Coelho, inclui conversas com artistas, músicos, escritores e académicos dos países de língua oficial portuguesa. O segundo programa é apresentado por Brisa Marques, atriz, jornalista, escritora, cantora e compositora brasileira, em entrevista a artistas de vários países de língua oficial portuguesa.
Em síntese, o Museu Virtual da Lusofonia tem como principal objetivo articular as possibilidades da tecnologia digital com a preservação, pesquisa e divulga-ção do património histórico-cultural dos países de língua portuguesa, e contribuir, por outro lado, para a ampliação do conhecimento recíproco entre todos estes países.

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