Liberdade para transformar Braga
Escreve quem sabe
2025-05-16 às 06h00
«Todos, todos, todos»1
Na manhã do dia 21 de abril de 2025, quando foi divulgada a morte do Papa Francisco, foi como que um choque que “apertou” os corações de muita gente e dos cristãos, de um modo especial. Ainda as lágrimas não tinham secado e já a Igreja se preparava, com dor, mas com a esperança que o Conclave seria inspirado pelo Espírito Santo, para a escolha de um Novo Pastor universal.
As cerimónias fúnebres de “Franciscus” foram tempos para dizer adeus a este homem que, se despedira, sem dizer adeus, mas com uma Bênção paternal. Quero lembrar estes últimos momentos da vida do Santo Padre, como uma clara demonstração de tudo quanto dissera ao longo do seu pontificado, retendo que o seu comportamento e as suas atitudes iam sempre além das suas próprias palavras. Que belo exemplo de vida ao serviço da Fé, da Esperança e da Caridade, que sempre o levaram pelos difíceis “Caminhos da Paz”.
No primeiro dia do Conclave (7 de maio de 2025) foi compreensível que da chaminé da Capela Sistina tivesse saído “fumo negro”. No dia seguinte o fumo negro voltou a ver-se na chaminé mais focada de Roma, mas à quarta votação surgiu, pelas 17h10, hora portuguesa, pela chaminé, o fumo branco anunciava, a Roma e ao mundo, que tinha sido eleito o novo Papa.
Pela voz do cardeal francês, Dominique Mamberti, os peregrinos concentrados na Praça de São Pedro, ruas adjacentes, bem como todos os cidadãos do mundo, ficaram a saber que o 267º Sumo Pontífice fora eleito, usando a tradicional expressão “Habemus Papam”. O cardeal Robert Francis Prevost assumiu o nome de Leão XIV.
Na sua primeira intervenção o Papa começa com a saudação evangélica «a Paz esteja convosco» que Cristo dirigia aos discípulos, “uma Paz desarmada e desarmante” e agradeceu ao Papa Francisco, seu antecessor, e perante a multidão Leão XIV foi claro quando afirmou «vamos manter dentro de nós a voz corajosa do Papa Francisco.
Afirmou que deseja uma «Igreja unida que procure a paz e a justiça». Também pediu ajuda para «construir pontes» na busca de justiça sem medo, «contruir pontes com o diálogo e o encontro». Lembrou o caminho da sinodalidade iniciado pelo Papa Francisco. Caminhar juntos, numa Igreja de portas abertas a todos, em comunhão. No final, o Santo Padre abençoou todos os fiéis pondo enfase em «todas as cores» que procuram a Igreja.
No seu discurso perante o colégio cardinalício justificou a escolha do nome Leão XIV em memória de Leão XIII para defender a dignidade humana e os direitos sociais tão ameaçados nos nossos dias, mas olhando também para o futuro próximo (ou já presente) como a era digital e a inteligência artificial dos nossos dias. Disse ainda que «Leão XIII com a histórica Carta Encíclica Rerum Novarum abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial» e «a Igreja oferece a todos a riqueza da sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho».
Dirigindo-se expressamente ao Colégio Cardinalício afirmou: «Queridos cardeais, vós sois os colaboradores mais próximos do Papa, e isto é de um grande conforto para mim, que aceitei um fardo claramente muito superior às minhas forças, assim como o seria para qualquer outra pessoa» e «a vossa presença recorda-me que o Senhor, tendo-me confiado esta missão, não me deixa sozinho a carregar tal responsabilidade».
No seu encontro com os jornalistas o Papa Leão XIV pede, de forma clara, a libertação dos jornalistas presos e defende a liberdade de expressão.
O Pontífice também confirmou que viajará para Niceia, na Turquia, ao fim deste mês. O motivo da visita é a celebração dos 1.700 anos do Concílio de Niceia, evento marcante da história do cristianismo, mantendo o compromisso assumido pelo Papa Francisco, como um sinal de continuidade e respeito às tradições da Igreja.
O encontro com a imprensa também revelou um Papa menos formal e bem-humorado, mais do que seria esperado. Com bom humor, Leão XIV brincou sobre sua adaptação ao novo cargo. Ao ver rosários sendo distribuídos, perguntou se deveria ajudar. Ao ouvir que não, respondeu com um sorriso: «Ainda estou a aprender a ser Papa!»
“Habemus Papam”!
1Expressão celebrizada pelo Papa Francisco, para caraterizar a capacidade de acolhimento da Igreja.
15 Junho 2025
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