Os bobos
Escreve quem sabe
2019-02-12 às 06h00
Oritmo do nosso quotidiano deixa-nos, muitas vezes, exaustos. É uma exaustão que por vezes não se vai sentindo, mas que, a pouco e pouco, se vai entranhando. Torna-se um hábito, algo que já faz parte de nós. Estar cansado já vai fazendo parte das nossas rotinas, daquilo que consideramos normal acontecer. O corpo queixa-se, a cabeça dá sinais, mas nós vamos continuando, lentamente, neste percurso de lassidão.
As queixas do corpo podem ser diversas, e muitas vezes são o espelho das nossas maiores fragilidades. Cefaleias, enxaquecas, alterações gastrointestinais, problemas de pele… Podem ser inúmeras estas manifestações e devemos estar atentos aos indícios que o corpo nos dá – é um dos nossos melhores amigos, vamos tratá-lo com respeito. A cabeça também é uma grande companheira e nem sempre lhe damos muita atenção. Vamos adiando os cuidados que lhe podemos prestar, esquecendo que é o um dos nossos principais instrumentos de trabalho, independentemente da profissão que tivermos.
É do equilíbrio entre o corpo e a mente que muitas vezes podemos providenciar maiores e melhores momentos de descanso. Eu sei. Existe a família, os filhos, as tarefas, a situação financeira e a situação profissional. Existem imensas variáveis que não nos permitem desfrutar dos momentos de maior pausa; porém, se não o fizermos, as consequências poderão ir um pouco mais além do que aquilo que esperávamos. Como profissional de saúde, entendo que este equilíbrio é imprescindível para a promoção do nosso bem-estar, da nossa qualidade de vida e da integração das nossas transições. Deste modo, deixo cinco dicas que podem ajudar a promover o descanso:
1. Planear o dia seguinte.
Quem diz o dia seguinte diz a semana, o mês ou as férias. O que interessa é planear, verificar quais são as nossas prioridades e os horários a cumprir, ver quem tem de se ir buscar e levar, articular com outros… Planear de forma a que conheçamos aquilo que poderá acontecer. Isto significa também que devemos contar com imprevistos (fazem parte da vida), e não é por estes acontecerem que vamos “deitar as mãos à cabeça” e entrar numa espiral de ansiedade: sugiro que os aceitemos e os tentemos resolver da melhor forma possível – e não da forma que consideramos ideal.
2. Dar o tempo necessário às tecnologias, não mais.
Este é um passo muito importante para quem quer descansar melhor. Vivemos num mundo demasiado digital, às vezes demasiado tecnológico. Não quero ser mal-entendida: as tecnologias são extremamente importantes e ajudas preciosas. No entanto, são altamente viciantes e deixam-nos muitas vezes inquietos perante aquilo que está a acontecer no (nosso) mundo e que não estamos a ver. Pegar no telemóvel apenas quando chegamos ao trabalho e desligá-lo quando chegamos a casa podem ser ações que nos ajudem a descansar mais. Outra sugestão é, quando chegamos a casa, não cairmos na tentação de ir ver o e-mail do trabalho ou até pegar no computador – já trabalhamos durante o dia, o tempo em casa deve ser para nós e para os nossos.
3. Estar em silêncio.
Simplesmente estar em silêncio. Tirar 10 minutos, meia hora, uma hora (o que for possível) para não ouvirmos ruídos ou barulho. Se estivermos sozinhos, que tal tomarmos o pequeno-almoço sem rádio, televisão ou telemóvel? Depois das crianças deitadas, que tal estar na sala em silêncio? Deixarmos os pensamentos fluírem e não termos medo deles: aceitá-los e respeitá-los. Esta é uma dica difícil de cumprir, visto que o silêncio não faz parte das nossas vidas. Mas podemos começar a introduzi-lo, é uma questão de o integrarmos na rotina.
4. Comer melhor.
Não é comer mais, é comer melhor, promovendo uma alimentação saudável e com aquilo que realmente necessitamos. Evitar os bolos, chocolates ou os refrigerantes, e evitar as francesinhas, molhos ou os fritos. Introduzir nas nossas refeições mais fruta e mais verde, menos massa e menos batata – e menos sal. Optar pelos cozidos e grelhados, pelos alimentos da época (cuidado com o cozido à portuguesa nesta altura…) e por beber mais água. O comer melhor passa igualmente por criarmos mais horários em relação às refeições, não devorando muita comida num curto espaço de espaço de tempo e passarmos muitas horas sem nos alimentarmos.
5. Dormir o necessário
Não a mais nem a menos. Cada um de nós sabe bem as horas que deve dormir para recuperar das atividades do dia-a-dia. A falta de horas de sono pode levar a uma detioração cognitiva, que se repercute na diminuição da atenção, da memória e da capacidade de raciocínio, trazendo consequências ao nível da nossa produtividade e rendimento profissional. Dormir mais ao fim-de-semana não compensa as horas de sono perdidas durante a semana, e sugiro que apostemos mais nas dicas anteriores para que seja possível um sono mais reparador e eficaz, que nos possibilita uma melhor saúde.
Estas não são dicas milagrosas nem fórmulas mágicas que nos irão ajudar a descansar mais e melhor. Estas dicas são pequenos passos que nos podem ajudar a sentir um maior bem-estar, a estar mais em relação, mais focados e mais presentes na vida que se quer nossa. A saúde está em primeiro lugar e, talvez, começar pelo repouso pode ser o princípio de uma série de iniciativas que visem essa saúde e uma maior qualidade de vida. Afinal, como diria o Padre Vasco Pinto de Magalhães, “só avança quem descansa”.
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