O Dia Nacional do Estudante, celebrado a 24 de março, é mais do que uma mera efeméride no calendário académico português. Este dia simboliza a luta histórica dos estudantes portugueses pelos seus direitos e pela qualidade da educação no nosso País. Mas é também um momento de reflexão sobre o papel crucial que a juventude portuguesa pode desempenhar na construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática.
A JS reconhece que a participação ativa dos jovens na vida cívica e associativa é fundamental para o fortalecimento da democracia. Através do envolvimento em associações estudantis, movimentos juvenis e outras organizações da sociedade civil, os jovens têm a oportunidade de expressar as suas opiniões, defender os seus interesses e contribuir para a formulação de políticas públicas que nos afetam diretamente e de forma positiva. Este envolvimento e sinergia não só promove apenas o desenvolvimento de competências pessoais e sociais, mas também assegura que as vozes das novas gerações são ouvidas nos processos de decisão.
Contudo, é preocupante constatar que a participação eleitoral dos jovens tem sido historicamente baixa em Portugal. Dados recentes indicam que, em 2023, apenas cerca de 40% dos jovens entre os 18 e os 24 anos participaram nas eleições nacionais, uma das taxas mais baixas da Europa Ocidental. Esta apatia eleitoral compromete a representatividade e a legi- timidade das instituições democráticas, tornando imperativo que se adotem medidas para reverter esta tendência.

As próximas eleições legislativas, agendadas para 18 de maio, e as autárquicas, previstas para setembro/outubro, representam uma oportunidade ímpar para os jovens exercerem o seu direito de voto e influenciarem o rumo do país. E é por isso que apelamos a todos os jovens para que se informem sobre os programas dos partidos, participem nos debates públicos e, acima de tudo, votem. O voto é uma ferramenta poderosa de mudança e uma expressão direta da vontade popular. Abster-se de votar é abdicar do poder de decisão e permitir que outros escolham por nós.
Iniciativas como a campanha nacional "Democracia aqui. Democracia agora", lançada pelo Conselho da Europa em parceria com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) ou o “EU VOTO”, são exemplos louváveis de esforços para mobilizar a juventude para a participação cívica. Estas campanhas visam não só o aumento da literacia política dos jovens mas também a promoção do debate de ideias e apelar ao voto consciente. Mas não podemos ficar por aqui.

Além disso, é essencial que as políticas públicas sejam desenhadas tendo em consideração as necessidades e aspirações dos nossos jovens. Questões como o acesso à educação de qualidade, a empregabilidade jovem, habitação jovem, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social devem estar no centro das agendas políticas.
O Movimento Estudantil Nacional tem vindo a exigir ação política concreta para valorizar os jovens, salientando a importância de um plano estratégico que abrange áreas como a democracia, a empregabilidade, a educação, a sustentabilidade e a comunidade.

Contudo, é ainda mais urgente que os partidos sejam capazes de governar para um geração que tende a desconfiar dos políticos. É essencial ir à raiz de cada problema, que afecta estudantes e jovens no geral. Só com uma classe política comprometida seriamente com os desafios desta geração poderá ir ao encontro das expectativas e anseios dos jovens portugueses.
Certo que não sabemos tudo, mas podemos ir ao encontro de cada jovem, sentar os seus representantes à mesma mesa e, em conjunto discutir o futuro.