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O preço da transparência

Uma edição muito especial... com uma equipa de ‘guerreiros’

O preço da transparência

Ideias Políticas

2025-03-18 às 06h00

Inês João Rodrigues Inês João Rodrigues

A queda do Governo da AD, após o chumbo da moção de confiança que o próprio apresentou, marca um ponto de viragem na política nacional e exige uma reflexão profunda sobre o rumo que queremos seguir. Este episódio é um reflexo das falhas graves de liderança e da capacidade da AD para garantir a transparência e a confiança que a democracia exige. O PS, ao longo deste processo, manteve uma postura responsável e coerente, pautada pelos princípios da ética política e pela defesa dos interesses do país.
O pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em resposta à falta de esclarecimentos do Primeiro-Ministro relativamente à empresa Spinumviva, bem como ao alegado incumprimento da exclusividade imposta pela lei, não foi apenas um ato de oposição política, mas uma legítima exigência de transparência perante os portugueses. A recusa do Primeiro Ministro em fornecer explicações claras sobre estas questões fundamentais gerou um clima de desconfiança que se refletiu, inevitavelmente, no chumbo da moção de confiança.
É importante frisar que a postura do PS nunca foi de obstrução ou de instabilidade. Pelo contrário, o PS procurou sempre garantir a governabilidade do país e deu diversas oportunidades ao Governo da AD para que este provasse a sua capacidade de cumprir com os compromissos assumidos perante os portugueses. O PS aprovou a eleição do Presidente da Assembleia da República, legitimando o processo político, e ratificou o programa de Governo e o Orçamento do Estado, elementos essenciais para a estabilidade institucional. Mesmo quando confrontado com moções de censura, o PS optou por dar espaço ao Governo, rejeitando-as de forma construtiva, pois acreditava que, com a devida responsabilização, o Governo poderia ainda corrigir o rumo.
A AD não pode, desta forma, responsabilizar o PS pela sua própria queda. A moção de confiança chumbada não foi mais do que o reflexo de um Primeiro-Ministro que já não conseguia sustentar a sua legitimidade, uma vez que falhou em esclarecer as questões cruciais colocadas pelo PS e pelo país. O Governo da AD não soube ou não quis fazer frente aos problemas que, desde o início do seu mandato, tornaram evidente a sua falta de capacidade para assegurar a confiança que os portugueses depositaram nele.
Com a queda do Governo e a convocação de novas eleições, abrimos um novo ciclo para Portugal. Este é um momento decisivo em que o país precisa, mais do que nunca, de um Governo estável, responsável e verdadeiramente comprometido com as necessidades e os anseios do povo português. O Partido Socialista está pronto para assumir este desafio.
A crise política do Governo da AD não pode ser encarada como uma oportunidade para a perpetuação de um ciclo de instabilidade. Pelo contrário, deve ser vista como a possibilidade de um recomeço, com um Governo que terá a responsabilidade de assegurar a confiança dos cidadãos, promover o diálogo construtivo e garantir um futuro de prosperidade para todos os portugueses. O Partido Socialista não se exime da sua responsabilidade perante o país. Não estamos apenas prontos para assumir a liderança do Governo, como o fazemos com o compromisso de representar de forma justa e honesta todos os cidadãos, sem exceção. O futuro será construído com base na transparência, na justiça e no respeito pelas instituições. Estamos preparados para dar um passo em frente, de mãos dadas com os portugueses, para um futuro mais próspero.

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