Arte, cultura e tecnologia, uma simbiose perfeita no AEPL
Escreve quem sabe
2023-05-23 às 06h00
Na minha primeira crónica deste novo ano, 3 de janeiro de 2023, elenquei palavras relativas à postura do professor, de A a Z, e à importância do tipo de relação pedagógica que estabelecemos. Desde essa crónica e até julho aprofundaremos as diferentes palavras de A a Z, pela mesma ordem apresentada: a do alfabeto português, atualizando e referenciando os momentos mais marcantes da vida da escola, no presente, na atualidade, no “agora”.
N – NOTÁVEL: é inspirado e inspira os seus alunos, contagiando.
São normalmente professores apaixonados, criativos e comprometidos com um ambiente estimulante da aprendizagem. Destacam-se pelo seu compromisso com a excelência no ensino, com tempos de excelência e relações de excelência. Normalmente inspiram e motivam os seus alunos, despertando neles o desejo de aprender e explorar o seu potencial ao máximo. Temos todos, nós adultos, um professor notável que passou pelas nossas vidas! Ou vários professores notáveis! Infelizmente nos dias de hoje, as nossas crianças e jovens têm dificuldade em reconhecer este professor notável. Será que perdemos esta capacidade? Poderíamos pensar: “onde foram esses professores que nos lembramos de terem sido notáveis buscar inspiração?” “porque não consigo hoje ser este professor inspirador?” A resposta não deve andar longe de: “Porque não sou apaixonado, criativo e comprometido com os meus alunos”! Porque hoje a escola não é um lugar de professores apaixonados, criativos e comprometidos. É triste, a nossa escola.
O – OTIMISTA: para ter alunos felizes, que sorriem, que brincam, que têm sentido de humor e que gostam de estar na sala de aula.
Mas como? Porque acreditamos nos nossos alunos. Acreditamos no potencial de cada aluno, independentemente das suas dificuldades e desafios. Transmitimos confiança, encorajando-os a enfrentar obstáculos e a acreditar em si mesmo. Pois... somos otimistas. Mas, se perguntarmos à grande maioria dos professores se são otimistas... abanam logo a cabeça: ser otimista ainda é considerado como algo não realista. Durante muitos séculos e séculos de uma filosofia essencialmente europeia em que o OTIMISMO era considerado algo negativo, as pessoas OTIMISTAS sempre foram consideradas ingénuas e ignorantes, tal como dizem Helena Marujo, Luís Miguel Neto e Fátima Perloiro, no livro ‘Educar para o OTIMISMO’. “A pessoa OTIMISTA olha para o insucesso como uma consequência de algo que pode mudar de forma a vencer a etapa seguinte, enquanto a pessoa pessimista aceita a culpa do fracasso atribuindo-a a uma caraterística inata que não pode mudar “. É esta visão que também vem de encontro direto à descoberta e aceitação de alunos talentosos, sempre negligenciados. Com uma visão positiva e OTIMISTA sobre os nossos alunos e filhos teremos uma possibilidade muito superior de descobrir e valorizar os seus talentos. Ajudar a facilitar um crescimento confiante não é uma tarefa fácil quando os próprios educadores/ professores vivem na desilusão: rasgam os desenhos dos alunos na sua frente porque não estão bem; têm comentários desastrosos: “não podes saber ler porque eu ainda não ensinei, aqui na sala só lês o que eu disser.”; desdenham das suas reais capacidades e comentam: “afinal também erras - este exercício está errado”... enfim, um sem número de situações em contexto de sala de aula em que os educadores/professores estão sempre prontos para “apanhar” o aluno em falta, “apanhar” os seus erros, “apanhar” o que não sabe, e não para tentar descobrir os seus talentos. E todos os alunos têm imensos talentos.
P – PENSADOR: não diz tudo o que pensa, mas pensa em tudo que diz.
A tão famosa frase “Eu sou muito direto(a): digo tudo o que penso” como se de uma grande qualidade se tratasse, significa apenas que o professor se expressa impulsivamente sem considerar as consequências das suas palavras. O professor necessita de exercitar a sua prudência, cautela, ponderação, na comunicação com os seus alunos e com a comunidade escolar. Não pode dizer tudo aquilo que pensa, não! Antes deve refletir e analisar cuidadosamente as suas palavras, tendo em consideração o impacto que elas podem causar. Recordam-se do quão fácil é, por duas ou três palavras ditas na hora errada, no sítio errado, ao aluno errado, destruir e enterrar os seus talentos? E que, do mesmo modo, duas ou três palavras ditas na hora certa, no sítio certo, ao aluno certo, potenciam e inspiram os seus talentos? É um excelente exercício de comunicação: pensar sempre no impacto do que falamos, principalmente aos nossos alunos, dentro de uma sala de aula.
Q – QUALIFICADO: porque investiga, porque aprende, porque reflete, porque sabe, porque lê, porque escreve, porque intencionaliza, porque inclui.
Devemos ter muito medo dos professores não qualificados (não estou a falar de professores com ou sem qualificação necessária ou suficiente para estar no sistema educativo português). Não é essa qualificação que importa aqui. É da qualificação pessoal. Devemos ter medo dos professores que não investigam, que não aprendem, que não refletem, que não sabem, que não leem, que não escrevem, que não intencionalizam, que não incluem. O professor qualificado é o professor que possui um conhecimento sólido, em atualização constante para acompanhar os avanços e mudanças, mas acima de tudo é o professor que faz da sua relação professor-aluno uma relação notável, otimista, reflexiva (pensador). Os riscos que se correm na relação professor- aluno são demasiado elevados para se ser mau professor ou professor “assim-assim”. Um professor tem que necessariamente ser um bom professor. (Também ele reconhecido, valorizado, inspirado, por uma tutela digna!)
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