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O que está a deixar todas as crianças doentes?

A responsabilidade de todos

O que está a deixar todas as crianças doentes?

Ensino

2022-12-20 às 06h00

Joana Afonso Joana Afonso

Com o final do outono e início do inverno os mais pequeninos parecem estar todos doentes. Os serviços de urgência de Pediatria e os Centros de Saúde têm estado cheios de crianças doentes, muitas delas com idades inferiores a 2 anos. Na maioria destes casos, o agente causador é Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Trata-se de um vírus responsável por infeções respiratórias com sintomas que podem ser leves como os de uma constipação vulgar, até aos graves que culminem numa necessidade de internamento.
O VSR é o principal causador dos quadros de Bronquiolite e Pneumonias virais, sendo o risco maior em prematuros, crianças até aos 2 anos de idade que tenham nascido com problemas de coração ou dos pulmões, bebés e crianças com o sistema imunitário fragilizado devido a uma doença ou a tratamentos prévios e a bebés com idade inferior a 6 a 12 semanas de vida.

As crianças começam com um quadro semelhante a uma constipação com pingo no nariz ou congestão nasal e em 48 a 72 horas, irá aparecer a tosse, frequentemente seca. É, igualmente, comum que comecem a aumentar a frequência respira- tória, parecendo mais ofegantes, e que apresentem sibilos, muitas vezes descritos como “chiadeira” ou barulho de “gatinhos”. Podem apresentar, ou não, febre, assim como recusa alimentar e irritabilidade.
Um dos problemas é que se trata de uma doença que, embora não seja muito grave, é extremamente contagiosa através do contacto com secreções respiratórias de crianças que estejam infetadas com o vírus. Geralmente, o período de incubação varia de 2 a 8 dias. Embora a tosse seja um dos grandes veículos de transmissão, o maior responsável é o contacto das mãos que tenham secreções contaminadas. Assim, a lavagem das mãos antes de contactar com os bebés ou as crianças mais pequenas é a melhor forma de controlar a propagação da doença.

O diagnóstico é clínico, ou seja, baseia-se na história clínica e nos sinais e sintomas apresentados, não sendo, por rotina, necessária a realização de análises ou outros exames complementares de diagnóstico. Por esta razão, em caso de suspeita, não hesite em procurar o seu Médico Assistente que saberá como o orientar, aliviando os sintomas da criança e atuando conforme a gravidade do quadro. A procura de ajuda médica é ainda mais importante se as crianças tiverem dificuldade em respirar, se não estiverem a mamar / comer em cerca de 3 refeições, se não urinarem no espaço de 12 horas, se tiverem febre alta (superior a 39oC), se tiverem outros problemas de saúde ou se estiverem demasiado prostradas.

O tratamento passa por medidas simples como a desobstrução nasal frequente (com soro fisiológico), a elevação da cabeceira da cama ou do berço para ajudar as crianças a respirar e, ainda, o reforço da hidratação, dando água nos intervalos das refeições e mantendo o aleitamento, se ainda for o caso. Importa também garantir um ambiente isento de fumo. Uma vez que a doença é causada por um vírus e não por uma bactéria, não está indicado o uso de antibióticos. Da mesma forma, por rotina, não estão indicados os broncodilatadores / nebulizadores. A maior parte das infeções por VSR acaba por desaparecer em uma a duas sema- nas, não sendo necessário mais que o alívio dos sintomas, à semelhança do que se faz na generalidade das constipações.
O regresso à creche, infantário ou jardim de infância é possível assim que a sua criança se sinta bem, já se alimente normalmente e não tenha dificuldade em respirar.
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua Saúde!

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